A Igreja Catolica Apostatou e Paganizou-se ?

22-07-2012 13:34

 

 

Carta aberta aos protestantes

 

Vós dizeis que a Igreja Católica apostatou, que o paganismo, como um tufão incontrolável, lhe penetrou todos os recantos, e, qual um carrasco impiedoso, não poupou nenhum dos seus membros. A acusação é grave, e exige provas indiscutíveis. E que provas, senhores, me podereis apresentar? Eu vos direi: alegareis o culto da Virgem Maria, o purgatório, a veneração das imagens e outras tantas doutrinas e práticas que o protestantismo, no seu ódio incontido à Igreja Romana, repudiou. Ora, desde quando o repúdio do protestantismo serve como prova de alguma coisa? Direis que a Bíblia se opõe a essas doutrinas e práticas. Mas quem o disse? O protestantismo? Então voltamos para o mesmo lugar, visto que não me serve o repúdio do vosso protestantismo, assim como não vos servem as afirmações do meu Catolicismo. É tudo uma questão de interpretação. Se disserdes, portanto, que tais coisas são contrárias às Escrituras, eu vos responderei que não são, e, se apontardes textos que, na vossa opinião, favorecem o que sustentais, vos direi que o vosso próprio entendimento vos traiu, e indicarei mil outras passagens a contrastar com o que pensais ser a verdade. Por vossa vez, certamente me acusareis de torcer miseravelmente a Palavra de Deus. O que restará, pois? Nada além de afirmações contra afirmações e interpretações contra interpretações. Tudo findará numa contenda inútil, dessas que embrutecem o espírito e ensoberbecem a inteligência, já tão inclinada à vaidade.

Não, senhores! Devemos partir de um ponto que nos seja pacífico, de uma premissa que todos admitamos. Somente assim saberemos com quem está a verdade e onde reside o erro.

Afirmais a paganização da Igreja, e eu não me incomodo em concedê-lo por um momento. A Igreja Católica apostatou? Seja. Ora, se veio a apostatar, é porque, de fato, não era ainda apóstata. Quem diz apostasia diz a passagem de uma realidade para outra diametralmente oposta. O ato de apostatar exige uma condição prévia inteiramente incompatível com a apostasia. Assim como uma barra de ferro só se poderá esquentar se estiver fria, e um pedaço de madeira só se poderá partir se estiver inteiro, e um homem só poderá morrer se estiver vivo, também a Igreja Católica só poderia apostatar se estivesse em algum momento livre de apostasia; só poderia paganizar-se se não estivesse paganizada ainda. Negareis o óbvio? Não o creio.

Muito bem. Mas se um dia a Igreja não foi apóstata, se não era paganizada em algum momento da história, segue-se que foi um dia legítima, autêntica, verdadeira. Se era verdadeira, era, por conseguinte, a Igreja de Jesus Cristo, pois não havia outra. Temos, então, que essa Igreja que chamais apóstata, foi em alguma época a verdadeira Igreja, pura nas suas doutrinas e práticas. Negareis o óbvio? Não o creio.

Mas afirmais que ela apostatou. Como? A verdadeira Igreja poderia alguma vez apostatar? É aqui, senhores, que a vossa afirmação desmorona, como um imenso castelo de areia firmado na flacidez do chão molhado da praia. Desde quando a Igreja poderia apostatar? Nunca! Jesus Cristo teria sido um mentiroso, um impostor, e mui justa seria a sentença condenatória exarada por Pôncio Pilatos e a acusação vinda da parte do Sinédrio. Mas isso ninguém jamais cogitou. Justo foi Pilatos? Justo o Sinédrio? Impossível!

As promessas neotestamentárias da assistência divina à Igreja, por outro lado, são muitas e claras.

Ao dizer a Pedro do estabelecimento da Igreja, o Salvador garantiu que as portas do Inferno não prevaleceriam contra ela (cf. Mt. 16,18). Ora, se a Igreja depois disto apostatou, deixando de ser a verdadeira Igreja, segue-se que as portas do Inferno prevaleceram e Jesus foi um falso profeta. Em outra ocasião, pouco antes de ascender, o Senhor disse aos apóstolos que ficariam com eles "até a consumação dos séculos" (Mt. 28,20). Mas o que seria desta presença sempre continuada, se o paganismo depois invadisse a Igreja e a corrompesse até os seus fundamentos?

Sabendo da proximidade da sua ida para junto do Pai, Jesus falou do Espírito Santo: "Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco" (Jo. 14,16; ainda 14,26; 15,26). Mas onde, senhores, [estaria] a eficácia da atuação deste Paráclito se apostatasse a Igreja?

Ah, Galileu! Se a Igreja apostatou, não passaste de um traidor miserável, que nos ludibriou a todos! Prometeste que as portas do Inferno jamais prevaleceriam, mas a Igreja apostatou. Prometeste a tua assistência até o final dos séculos, mas a Igreja apostatou. Prometeste o Espírito da verdade para que ficasse eternamente, mas a Igreja apostatou.

Ah! Serei ateu! Passarei para a irreligião! O Jesus em que acreditei mentiu para mim! Oh, judeus! Acolhei-me em vosso meio, abraçai-me em vossas sinagogas! O Messias não chegou! Jesus mentiu!

Bendito sejas, Caifás, por teres denunciado um falso Cristo! Barrabás, bendita a tua libertação. Judas! Judas! Por que tiraste a própria vida? Morreste por um farsante! Nero! Nero! A humanidade te será eternamente grata por teres usado da tua força para exterminar os seguidores de um embusteiro que se dizia Redentor.

Não soubesse eu, senhores, que a assistência divina é infalível e que tem, pelos séculos, preservado a Igreja de todas as heresias, e estes brados de revolta soariam os mais justos e louváveis. Mas sei que a Igreja, um dia edificada sobre a Rocha, jamais renegou os ensinamentos que recebeu, porque nela atua Aquele que é a própria Verdade, mesmo que assim não queiram as vossas incontáveis denominações, que, não tendo Deus Cristo por fundador, jazem impotentes ante um turbilhão de contradições doutrinárias.

Texto citado na: Revista "Pergunte e Responderemos" nº 459.

fonte : https://www.veritatis.com.br/apologetica/120-protestantismo/760-carta-aberta-aos-protestantes

Leia-o também em : www.larcatolico.webnode.com. br

**********************************************************************************************************

A Igreja Católica Paganizou a Fé Cristã?

Avaliação do Usuário 

PiorMelhor 

As supostas concessões da Igreja Católica ao Paganismo

Comumente se diz no Protestantismo que a Igreja Católica a fim de agremiar mais fiéis, que normalmente vinham das civilizações pagãs, começou a aceitar algumas de suas práticas pagãs, as quais que se tornaram tão comuns que acabaram se incorporando ao conjunto doutrinal do Catolicismo.

Os levantadores de falso testemunho dizem ainda que o Concílio de Nicéia foi a consagração deste sincretismo religioso entre Igreja e Paganismo.

Tais acusações são fruto de uma tremenda ignorância da Memória Cristã, isto é, da Fé dos primeiros séculos.

Com toda certeza, os difamadores do Catolicismo, desconhecem os escritos dos Santos Padres do período ante-niceno e niceno. Tais escritos atestam a luta da Igreja contra a religião do império antes e até depois do Concílio de Nicéia.

O Testemunho dos Padres Apologistas do período Ante-Niceno

Quem acusa a Igreja Católica de sincretismo com o Paganismo, ignora o testemunho dos Padres Apologistas, isto é, os testemunhos de homens que durante o período da perseguição e até depois dela, escreveram várias apologias aos Imperadores romanos, mostrando a excelência da doutrina Cristã em relação ao Paganismo, o exemplo de vida dos fiéis que eram exortados a respeitar todas as autoridades constituídas.

A vitória da Igreja com o edito de Milão no tempo do Imperador Teodósio (313 d.C), que deu liberdade de culto aos cristãos; e depois o decreto que levou o Cristianismo ao status de religião oficial do Império no  tempo de Constantino, deve-se à brilhante exposição que estes mártires da Fé proporcionaram ao mundo pagão.

São eles: Quadrato, com sua obra "Carta a Diogneto"; Aristides de Atenas com sua "Apologia"; Atenágoras de Atenas com sua "Petição em Favor dos Cristãos"; Teófilo de Antioquia com as obras "Primeiro livro a Autólico" e "Segundo livro a Autólico"; Hérmias com "Escárnio dos filósofos pagãos"; Justino de Roma com "I Apologia", "II Apologia" e "Diálogo com Trifão" e muitos outros.

Por terem vivido antes do tempo da realização do Concílio de Nicéia (325 d.C) na Patrologia (ciência que estuda a vida e a obra dos Santos Padres da Igreja) convencionou-se chamá-los de Padres do Período Ante-Niceno.

Para que nossos leitores tenham maior interesse em conhecer tais obras, transcreveremos o Prólogo da Carta a Diogneto:

"Excelentíssimo Diogneto [Imperador Adriano], vejo que te interessas em aprender a religião dos cristãos e que, muito sábia e cuidadosamente, te informaste sobre eles: Qual é esse Deus no qual confiam e como o veneram, para que todos eles desdenhem o mundo, desprezem a morte, e não considerem os deuses que os gregos reconhecem, nem observem a crença dos judeus; que tipo de amor é esse que eles têm uns para com os outros; e, finalmente, por que essa nova estirpe ou gênero de vida apareceu agora e não antes. Aprovo esse teu desejo e peço a Deus, o qual preside tanto o nosso falar como o nosso ouvir, que me conceda dizer de tal modo que, ao escutar, te tornes melhor; e assim, ao escutares, não se arrependa aquele que falou" (Carta a Diogneto, Exórdio. Quadrato, 190 d.C).

O Testemunho dos Padres Apologistas do período Niceno e pós-Niceno

Uma outra grande prova contra as difamações gratuitas contra a Igreja Católica, são os escritos dos Padres que viveram durante o período da realização do Concílio de Nicéia e após ele.

Ora, se a Igreja conseguiu sua liberdade frente ao Império segundo um sincretismo com o Paganismo, então ela não deveria continuar combatendo as doutrinas pagãs.

Mas ao contrário da imaginação dos inimigos da Igreja, a Verdade é bem diferente.

Vários homens célebres da Igreja Antiga dedicaram sua vida ao combate do paganismo e das várias formas de sincretismo de Cristianismo e Paganismo existentes, são eles: Atanásio de Alexandria com sua obra "Contra os Pagãos", "Apologia contra os Arianos", "A Incarnação do Verbo", "Depósito de Ário", etc; Basílio de Cesaréia com "Tratado sobre o Espírito Santo"; Gregório de Nissa com "Sobre o Espírito Santo", "Sobre a Fé", "Contra Eunômio", etc; João Cassiano com "Institutas", "Sobre a Encarnação do Senhor"; Orígines com "Contra Celso" entre tantos outros.

O combate contra as doutrinas pagãs continuou em tempos posteriores com os escritos de Santo Agostinho, São Jerônimo, São João Crisóstomo, São João Damasceno e tantos outros.

Precedentes na História dos Judeus

Nossos contendores vêem no simples fato do apoio do Império à Igreja uma concessão desta àquele e não o contrário. Ora, foi o Império que cedeu à Igreja e não o contrário. Os inimigos da Verdade querem distorcer o que é claro, querem "achar chifres em cabeça de cavalo" ou "fazer uma tempestade em um copo de d'água".

Se seguirmos esta lógica, deveríamos dizer que o Judaísmo fez concessões aos Imperadores gregos e caldeus quando estes deram liberdade de culto aos judeus e até fizeram da religião de Israel a do Império.

Com efeito, encontramos na Bíblia pelo menos 4 reinos favorecendo o Judaísmo com decretos Imperiais: decreto de Assuero  (Est 8,8-13), de Ciro (Esd 1,1), de Dario (cf. Eds 6,1-11; 8,36) e de Artaxerxers (cf. Esd 7,8-13; 7,15-19; 7,27-28; Ne 2,1-6).

Não seria a primeira vez que Deus se utiliza de Imperadores e Reis para favorecer Seu povo.

A Igreja tomou do paganismo aquilo que lhe pertencia por direito

É claro que nem tudo que os pagãos tinham era ruim, um exemplo é a Filosofia que até hoje traz vários benefícios ao Pensamento. O que os pagãos tinham de bom a Igreja adotou, pois era bom, e todo benefício vem de Deus. Sobre este assunto muito bem explanou Santo Agostinho:

"Os que são chamados filósofos, especialmente os platônicos, quando puderam, por vezes, enunciar teses verdadeiras e compatíveis com a nossa fé, é preciso não somente não serem eles temidos nem evitados, mas antes que reivindiquemos essas verdades para nosso uso, como alguém que retoma seus bens a possuidores injustos.

De fato, verificamos que os egípcios não apenas possuíam ídolos e impunham pesados cargos a que o povo hebreu devia abominar e fugir, mas tinham também vasos e ornamentos de outro e prata, assim como quantidade de vestes. Ora, o povo hebreu, ao deixar o Egito, apropriou-se, sem alarde, dessas riquezas (Ex 3,22), na intenção de dar a elas melhor emprego. E não tratou de fazê-lo por própria autoridade, mas sob a ordem de Deus (Ex 12,35.36). E os egípcios lhe passaram sem contestação esses bens, dos quais faziam mau uso.

Ora, dá-se o mesmo em relação a todas as doutrinas pagãs. Elas possuem, por certo, ficções mentirosas e supersticiosas, pesada carga de trabalhos supérfluos, que cada um de nós, sob a conduta de Cristo, ao deixar a sociedade dos pagãos, deve rejeitar e evitar com horror. Mas eles possuem, igualmente, artes liberais, bastante apropriadas ao uso da verdade e ainda alguns preceitos morais muito úteis. E quanto ao culto do único Deus, encontramos nos pagãos algumas coisas verdadeiras, que são como o ouro e a prata deles. Não foram os pagãos que os fabricaram, mas os extraíram, por assim dizer, de certas minas fornecidas pela Providência divina, as quais se espalham por toda parte e das quais usaram, por vezes, a serviço do demônio. Quando, porém, alguém se separa, pela inteligência, dessa miserável sociedade pagã, tendo-se tornado cristão, deve aproveitar-se dessas verdades, em justo uso, para a pregação do evangelho. Quanto às vestes dos egípcios, isto é, as formas tradicionais estabelecidas pelos homens, mas adaptadas às necessidades de uma sociedade humana, da qual não podemos ser privados nesta vida, será permitido ao cristão tomá-las e guardá-las a fim de convertê-las em uso comum" (A Doutrina Cristã, 60. Santo Agostinho, 427 d.C).

Como ter acesso às obras dos Padres Apologistas?

Os leitores podem ter acesso às obras na seção Patrística do nosso site (não todos os títulos), no site da Enciclopédia Católica (em inglês) ou adquirindo as obras da coleção Patrística da Editora Paulus.

Conclusão

Por certo, a ignorância é a fonte de todos os males, e a Sabedoria não é útil para os ignorantes que se julgam sábios; por acaso irá ao médico ou tomará remédios o doente que se julga em pela saúde? Estes são os insensatos que tanto nos fala os livros de Provérbios, Eclesiastes, Eclesiástico, Sabedoria de Salomão e os Salmos.

A Igreja Católica nunca se conformou com mente do mundo (cf. Rm 12,2) ao contrário do Protestantismo, que já aderiu oficialmente ao controle da natalidade, ao homossexualismo, ao Iluminismo, ao poder político e etc. Ora, não estamos falando de pessoas, mas de Confissões de Fé.

Um artigo como este não é suficiente para um tema tão importante e que pelo qual os católicos são tão persuadidos. É certo que tal assunto merece a dedicação de uma obra. Por ora, espero que este opúsculo inspire os leitores a buscar maiores informações, seguindo nosso exemplo, pois, nós do Veritatis somos apenas leigos que nas atribulações e atribuições da vida cotidiana buscamos ter um melhor entendimento à Luz da Memória Cristã. Embora seja a missão própria do Clero ensinar, também é do leigo se aprofundar.

www.veritatis.com.br/apologetica/igreja-papado/830-a-igreja-catolica-paganizou-a-fe-crista

 

********************************************************************

O "paganismo" da Igreja Católica

 

Certa gente sustenta que a Igreja Católica não foi fundada por Jesus Cristo, tratando-se muito mais de um culto pagão com laços que a unem com a antiga Babilônia. Esta idéia ganhou ampla difusão através de um livro intitulado "As Duas Babilônias", publicado na Inglaterra por Alexander Hislop, em 1858, o qual pretendia estabelecer um paralelo entre os ensinamentos e práticas do Catolicismo com a religião mistérica praticada na citada Babilônia. No entanto, a metodologia usada pelo autor do livro, um ministro protestante sem qualquer formação séria, foi descartada e denunciada como falsa a partir do ponto de vista racional e histórico.


"E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas; com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição. E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres. E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição; E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra. E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração. E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres" (Apocalipse 17,1-7).

Esta passagem bíblica é usada freqüentemente para "provar" que a Igreja Católica é a "prostituta da Babilônia" descrita por São João em sua visão. Tal interpretação não é apenas errônea mas também impossível de ser reconciliada com a História. É óbvio, para quem estuda as Escrituras seriamente, que São João está se referindo a Roma como "a Grande Prostituta", já que Roma e Babilônia foram as únicas duas potências do mundo a quem Deus permitiu assolar Jerusalém, levando seu povo cativo ao exílio. Tanto escritos judaicos quanto cristãos têm comparado Roma com a antiga Babilônia, já que ambas subjugaram Israel, destruíram o Grande Templo e assolaram Jerusalém.


Um conhecido promotor das interpretações de Hislop, Ralph Woodrow, seguindo o mesmo caminho, chegou a escrever outro livro, chamado "Babilônia: a Religião dos Mistérios". Anos depois, Woodrow precisou rejeitar o método que havia aprendido de Hislop, quando eruditos de seu próprio grupo protestante lhe apontaram seus graves erros e sua falta de erudição. Em 1997, Woodrow publicou uma retratação, "Conexão Babilônia?", na qual expõe os pontos de partida essencialmente equivocados das teorias originais do religioso fundamentalista escocês. Para ilustrar o tipo de lógica defeituosa em questão, Woodrow usa os mesmíssimos métodos de Hislop para "demonstrar" uma teoria disparatada: que uma certa cadeia de restaurantes de fast-food tinha sua origem na Babilônia. Citemos:


- "Os arcos dourados" são conhecidos em todo o mundo como o símbolo que identifica o McDonald's. No entanto, devemos assinalar que o arco foi usado habitualmente pelos antigos babilônios em suas portas e palácios. De fato, nas pinturas realizadas pelos babilônios, vemos que seus reis são representados em marcos na forma de arco! Também sabemos que Nabucodonosor, rei da Babilônia, ordenou aos seus súditos que adorassem uma imagem de ouro (Daniel 3,5-10). E Babilônia era conhecida no mundo antigo como "a cidade dourada". Finalmente, observe-se que a primeira letra de McDonald's, o M, é a 13ª letra do alfabeto inglês, um número reconhecido como possuidor de um poder místico, e que atrai má sorte. Poderia isto ser uma simples coincidência? Inclusive, o que mais assinalaria o M de McDonald's? Certamente Moloc, o deus pagão do fogo que era adorado na Babilônia. O que é empregado pelo McDonald's moderno para esquentar as comidas? A eletricidade, que muitos associariam a uma forma controlada de fogo! Portanto, quem poderia duvidar que a cadeia de restaurantes McDonald's, conhecida por seus arcos dourados, seria, na verdade, um culto mistérico relacionado ao deus do fogo adorado pela antiga realeza babilônica?

Por mais ridícula que esta forma absurda de raciocinar possa parecer - sabemos naturalmente que a cadeia McDonald´s não foi criada por um rei babilônico, mas por um homem de negócios norte-americano, Ray Kroc, em 1950 - esta é, exatamente, a mesma técnica de raciocínio usada por Hislop para caluniar a Igreja. Em seu ensaio "Anticatolicismo", o apologista católico Dave Armstrong explica os erros de Hislop:


"O método [de Hislop] incorre em duas conhecidas falácias lógicas: a falácia "da origem", em que se ataca a fonte de uma idéia ao invés da idéia em si; e a falácia do "non sequitur", em que uma simples semelhança 'prova' que certa prática provém de outra prática anterior".

Como esclarecimento, digamos que uma falácia lógica é uma proposição apresentada como verdadeira em uma afirmação, porém, só na aparência. As falácias lógicas são empregadas comumente para justificar argumentos ou posturas que não são justificados pela razão. Costumam mascarar erros, falsidades ou fraudes. Saber reconhecer as falácias lógicas é de valiosa ajuda para não ser enganado. O termo latino "non sequitur" significa textualmente "não se segue". No caso que estamos analisando, a semelhança de uma prática católica com uma antiga prática babilônica não implica que a primeira provenha da segunda.


Woodrow também assinala que os mesmos argumentos de Hislop poderiam ser usados para "provar" que a própria Bíblia é pagã. Indica muitos elementos presentes na Bíblia que podem ser relacionados com religiões pagãs pré-existentes como, por exemplo, o prostrar-se em terra, o orar levantando as mãos, uma montanha com uma divindade presente nela, leis gravadas sobre pedra, a carruagem de Elias com seus cavalos de fogo... Toda essa fenomenologia bíblica e muito mais pode ser encontrada também no Paganismo.


Logo, se empregarmos a lógica falaciosa de Hislop, nos veremos forçados a concluir que a fé ensinada na Bíblia é, na verdade, uma religião pagã. Visto que sabemos que isso é um absurdo, deveremos concluir, forçosamente, que a técnica de Hislop é essencialmente errônea.


"E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns" (1Coríntios 9,20-22).

Mais do que condenar toda prática dos gentios como pagã, a Igreja Católica procurou sempre inculturar-se. Isto é, respeitou o bom que pudesse haver em outras religiões e culturas para relacioná-lo com a verdade completa no Pai, Filho e Espírito Santo.


"Não tornes tu profano o que Deus purificou" (Atos 10,9-16).

Jesus veio trazer salvação a toda a humanidade. Inclusive aqueles que eram vistos pelos judeus como impuros; não veio salvar apenas alguns poucos eleitos. Em outras palavras, o amor de Deus não é só para os que já praticam a fé cristã; Ele ama todos os homens, aos quais criou à sua imagem e semelhança.


"Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio" (Atos 17,16-34).

São Paulo não pregou uma brutal condenação aos gregos por sua adoração pagã. Preferiu usar as crenças deles como ferramenta pela qual lhes revelaria a verdade completa que se encontra no Cristianismo. A Igreja Católica sempre agiu desta maneira. Note-se também que no versículo 28 se encontra uma referência de São Paulo a dois poetas pagãos, Epimênides ("Nele vivemos, nos movemos e existimos") e Aratos ("Porque somos também de sua linhagem"). Significaria isto que São Paulo estava pregando uma religião pagã? Usando o "Método Hislop" de provar as coisas, chegaríamos a esta ridícula conclusão. No entanto, é claro pelo contexto que São Paulo está usando a técnica adequada para o debate: a empatia. Simplesmente usa, para a sua mensagem, termos que encontram sentido para a sua platéia.


"E, quando o estavam atando com correias, disse Paulo ao centurião que ali estava: É-vos lícito açoitar um romano, sem ser condenado?" (Atos 22,25-28).

Aqui, vemos São Paulo afirmar repetidamente sua cidadania romana - isto é, sua cidadania em um império pagão - ao debater com as autoridades do Templo. Com certeza ele não via isto como uma profanação.


Às vezes, certos fundamentalistas parecem mais preocupados em preservar a irreal natureza de um cristianismo ideal, conservando-a em uma espécie de âmbar teológico, do que seguir o exemplo de São Paulo, o qual usa de toda destreza, arte e idéias próprias no esforço de salvar almas, que são amadas por Deus. Paulo estava menos preocupado em manter a pureza de suas práticas religiosas tradicionais - como a circuncisão e as leis de alimentação judaicais - do que buscar a transmissão da fé, ao que se dedicava com coragem e, sempre que necessário, fazia uso de formas pouco convencionais. Portanto, não há razão para temer quando nossa fé é questionada - inclusive atacada - na arena do mundo das idéias. A verdade essencial do Evangelho é a sua proteção.

Traduzido para o Veritatis Splendor por Carlos Martins Nabeto diretamente do site Apologética Católica (https://www.apologeticacatolica.org/).

Leia-o também em : www..larcatolico.webnode.com.br

*************************************************************************************************************

Escritor protestante reconhece acusações infundadas e substitui seu livro


- Mensagem do Pastor Ralph Woodrow acerca do seu livro "Babilônia: a Religião dos Mistérios" -
 
Babilônia a Religião dos Mistérios
 
Durante vários anos, o meu livro "Babilônia: a Religião dos Mistérios" foi muito popular, gozando de enorme circulação e sendo traduzido para diversas línguas. Até hoje não cessam de chegar pedidos de compra e questionamentos acerca desse livro. Apesar da sua popularidade, deixei de editá-lo há alguns anos e, agora, ofereço em seu lugar o livro "Conexão Babilônia?"

Em razão das informações distorcidas que persistem na Internet e em outros lugares acerca desta minha decisão, o objetivo deste artigo é deixar registrada a verdade.

Conforme certo boato, "os católicos" me pressionaram tanto que eu tive um ataque cardíaco e quase morri. Em conseqüencia, eu teria me "retratado" e escrito o outro livro. Não existe nenhuma verdade nisto!

Um outro boato é que os meus motivos foram financeiros: seria meu desejo tornar-me popular e ganhar mais dinheiro. No entanto, "Babilônia: a Religião dos Mistérios" foi extremamente popular e proporcionou mais renda para o meu ministério do que todos os outros livros e ofertas juntos! Com efeito, temos experimentado muitos prejuízos financeiros por causa desta decisão de parar de editar o livro.

Algumas cartas que recebi têm sido bastante calorosas, louvando a minha honestidade e integridade, manifestando apreço pelos esclarecimentos fornecidos pelo livro substituto "Conexão Babilônia?". Outras cartas, porém, de espírito medíocre, dizem que sou "idiota", "escória", "distorcedor da verdade", um "grande covarde", um "traidor de Cristo", que sigo "um falso deus" e que sou um "jesuíta disfarçado". Alguém chegou mesmo a dizer: "Espero que você morra logo. Eu quero que você morra!".

Essas cartas demonstram como algumas pessoas podem se tornar tão fanáticas em relação a um conjunto de erros - ou o que elas julgam ser erros - desagüando, assim, em erros ainda maiores: julgam com ódio e desonestidade. 

Meu livro original continha algumas informações valiosas, mas também continha certos ensinamentos que tinham se tornado populares em um livro editado vários anos antes, "As Duas Babilônias", de Alexander Hislop. Este livro alega que a religião da antiga Babilônia, sob a liderança do Nimrod e sua esposa, recebeu mais tarde disfarces de sonoridade cristã, transformando-se na Igreja Católica Romana. Com efeito, existiriam duas "Babilônias": uma antiga e outra moderna. Prova disso era apresentada citando inúmeras semelhanças com o Paganismo. O problema com este método é o seguinte: em muitos casos não há qualquer conexão.

Vamos supor que em 10 de maio um homem foi assassinado em Seattle e existissem diversas razões para se acreditar que uma determinada pessoa o cometera, pois possuía motivo para isso. Ela era fisicamente forte. Ela possuía uma faca. Ela tinha antecedentes criminais. Ela era conhecida por seu temperamento violento e ter ameaçado a vítima no passado. Todas estas coisas apontam esta pessoa como a assassina, com exceção de uma coisa: em 10 de maio ela não se encontrava em Seattle, mas  na Flórida!

O mesmo se dá com essas alegações que falam das origens pagãs. O que pode parecer uma conexão, após uma investigação mais aprofundada, se verifica que não existe qualquer ligação!

Pelo uso deste método poder-se-ia fazer com que praticamente qualquer coisa [tivesse origem pagã], até mesmo os "arcos dourados" da [rede de lanchonetes] McDonald's! Com efeito, a Enciclopédia Americana (verbete "Arco") afirma que o emprego dos arcos já era conhecido na Babilônia em 2.020 a.C.. Ora, sabendo-se que a Babilônia foi chamada de "a cidade dourada" (cf. Isaías 14,4), poder-se-ia ter alguma dúvida quanto a origem dos arcos dourados [da McDonald's]? Eram bobagens como estas os tipos de provas que eram apresentadas sobre as origens pagãs [do Catolicismo].

É, aliás, com este método, que os ateus há muito procuram desacreditar a Bíblia e o Cristianismo por inteiro, não apenas a Igreja Católica Romana.

Por este método, seria possível a qualquer um condenar as denominações protestantes e evangélicas - como a Assembléia de Deus, Batista, Igreja de Cristo, Luterana, Metodista, Nazareno, etc - em coisas básicas como a oração; o hábito de se ajoelhar para orar deveria ser rejeitado porque os pagãos se ajoelhavam para orar aos seu deuses. O batismo em águas também teria que ser rejeitado porque inúmeros ritos pagãos envolviam água; etc.

Por este método, a própria BÍBLIA poderia ser rejeitada como pagã. Isto porque todas as seguintes práticas ou crenças mencionadas na Bíblia eram também conhecidas entre os pagãos: elevação das mãos durante a adoração, hábito de tirar os sapatos quando se pisasse em solo sagrado, existência de montanha sagrada, existência de local sagrado em um templo, oferecimento de sacrifícios perfeitos, arca sagrada, existência de uma cidade de refúgio, fazer brotar água de uma rocha, possuir leis escritas sobre pedras, aparição de fogo sobre a cabeça de uma pessoa, existência de cavalos de fogo, oferecimento dos primeiros frutos, dízimos, etc.

Por este método, o próprio SENHOR poderia ser pagão. A mulher chamada Mistério Babilônia tinha uma taça na sua mão; o Senhor tem uma taça em sua mão (Salmo 75,8). Os reis pagãos sentavam em tronos e usavam coroas; o Senhor se senta em um trono e usa coroa (Apocalipse 1,4; 14,14). Pagãos adoravam o sol; o Senhor é o "Sol da Justiça" (Malaquias 4,2). Os deuses pagãos foram assimilados a estrelas; o Senhor é chamado de "a estrela brilhante da manhã" (Apocalipse 22,16). Os deuses pagãos tinham templos dedicados a eles; o Senhor também tem um Templo (Apocalipse 7,15). Os deuses pagãos foram retratados com asas; o Senhor é retratado com asas (Salmo 91,4).

Eis aqui um exemplo de algumas afirmações INFUNDADAS que são feitas acerca da religião da antiga Babilônia:
 
  • Os babilônios se confessavam e confessavam os pecados aos sacerdotes, os quais vestiam roupas clericais da cor preta.
  • O rei deles, Nimrod, nasceu em 25 de dezembro; faziam decorações em árvores de natal e comungavam hóstias em sua honra, como deus-Sol.
  • Os adoradores do sol acorriam semanalmente aos seus templos - no domingo - para cultuar o deus-Sol.
  • A esposa de Nimrod, Semíramis, tinha o título de Rainha Virgem do Céu e era mãe de Tammuz.
  • Tammuz foi morto por um javali quando tinha 40 anos. Logo, os 40 dias da Quaresma vieram para homenagear a sua morte.
  • Os babilônios lamentavam por ele em uma "Quinta-Feira Santa" e adoravam a cruz (a letra inicial de Tammuz).

É impressionante como ensinamentos infundados como esses circulam e se tornam críveis. Qualquer pessoa pode ir a qualquer biblioteca e consultar qualquer livro sobre a história antiga da Babilônia: nenhuma destas coisas poderá ser encontrada. Essas afirmações não possuem fundamento histórico; ao contrário, são baseadas em um monte de peças de quebra-cabeças sobre mitologia juntadas arbitrariamente.

Hislop, por exemplo, ensinou que figuras mitológicas como Adonis, Apolo, Baco, Cupido, Dagon, Hércules, Jano, Marte, Mitra, Moloque, Órion, Osíris, Plutão, Saturno, Vulcano, Zoroastro e muitos outros eram, todos eles, Nimrod! Ele inventou a sua própria "história" de Nimrod! E ele fez a mesma coisa com a esposa Nimrod. Assim, de acordo com a sua teoria, Nimrod era um negro de grande estatura, feio e deformado. Sua esposa, Semíramis - também conhecida como Páscoa -, afirma, era uma das mais belas mulheres brancas, com cabelos loiros e olhos azuis, uma decaída, inventora do canto soprano, a originante do celibato sacerdotal, a primeira para quem foi oferecida a missa incruenta! Isto não é história fática; classifica-se melhor na categoria dos tablóides sensacionalistas.

O mesmo se dá com o que diz respeito aos objetos, como - por exemplo - que as hóstias eram símbolos do deus-Sol. Porém, deixa de referir que isto se aproxima também do próprio maná dado por Deus (Êxodo 16,14)! Algumas pessoas estão prontas para condenar todos os pilares e monumentos históricos como pagãos, mas deixam de considerar que o próprio Senhor apareceu como um pilar de fogo e que em frente do seu Templo existiam dois grandes pilares (Êxodo 13,21-22; 2Crônicas 3,17).

Porque a Babilônia tinha uma torre (Gênese 11,4), alguns supõem que este é motivo pelo qual existem igrejas com torres ou campanários: estariam copiando a Babilônia! Um repórter de um jornal de Columbus, Ohio, escreveu-me a esse respeito. Nessa cidade e em muitos outros lugares esta afirmação tem sido feita. Permitam-me dizer claramente: nenhuma igreja jamais incluiu um campanário ou torre em seu edifício de culto para copiar a torre de Babel! Por que desacreditar milhares de cristãos nascidos de novo, promovendo idéias que não têm qualquer conexão? Se uma torre em si é pagã, Deus seria pagão, pois David o descreveu como "minha grande torre" (2Samuel 22,3; cf. Provérbios 18,10).

Nenhum cristão que coloca um adesivo com o símbolo de um peixe no parachoque traseiro do seu carro jamais o faz para homenagear o deus-peixe Dagon. Nenhuma congregação coloca uma cruz em uma igreja com a finalidade de homenagear Tammuz. Nenhum cristão jamais participou da vigília da Páscoa para cultuar Baal. Nenhum cristão jamais adorou uma árvore de Natal como um ídolo. Alegar que "todas essas coisas tiveram início na Babilônia" não é apenas um argumento divisionista e infrutífero, mas também falso.

A preocupação de não querer nada que seja pagão em nossas vidas pode ser comparado a um navio cruzando um vasto oceano. Esta preocupação leva-nos na direção correta; mas para melhor compreendermos o que é e o que não é pagão, uma correção do curso será necessária na nossa viagem. Essa correção não se dá com um voltar atrás, mas com um seguir "a brilhante luz, que brilha mais e mais até o dia perfeito" (Provérbios 4,18).

Isto foi o que procurei fazer no meu livro "Conexão Babilônia?" [que substituiu o meu livro anterior "Babilônia: a Religião dos Mistérios"].

 

********************************************************************************************************************

 

Igreja Católica e o Paganismo – Mais algumas mentiras desmentidas.

 

Dessas 4 acusações que os caros leitores vão ver agora, 3 foram extraídas de alguns vídeos que andam circulando ai pela internet chamados de”A ‘Verdade’ Oculta”, que é propagado por um “caba” chamado Rubens, que está “desvendando” os segredos dos Illuminatis e da maçonaria e de toda a conspiração mundial.

Em seus vídeos, como não poderia faltar para um bom protestante, sempre tem que ter uma acusação contra Igreja católica, mesmo que essa seja uma mentira, não pode faltar! Agora o que o Senhor Rubens falta conhecer é um pouco de História e parar mais com essa mania conspiratória mundial. Ele já abandonou sua Igreja (Assembléia de Deus) por dizer que ela tem ligação com a maçonaria. E hoje ,este cidadão, está criando tipo uma seita sem denominação, onde,  eu vivo só, não vou a nenhuma Igreja/templo, não sou pastoreado por ninguém, descubro a verdade sozinho e interpreto a bíblia do jeito que eu bem entender (como todo protestante, mas a diferença que não quer nem explicação de ninguém).

Segundo ele a Santa Ceia é cerimônia pagã do Mitraísmo (contrariando as instituições de Jesus em sua despedida); Não podemos ter templos, pois templos são coisas de deuses pagãos (contradizendo o próprio Deus que mandou fazer templos e etc.) e por ai vai uma inúmera lista de basbaquices e alienações. Agora o que pensar de um cara que pensa tais coisas? O que pensar de uma pessoa que age de tal maneira? Vou parar por aqui para não falar o que não devo!

Feitos estes comentários vamos lá refutar o conteúdo dos vídeos que atacam a tradição católica:

 

1º Vamos analisar a foto abaixo:

 

Obelisco no meio da praça de são Pedro, diz ele que a Igreja católica colocou no meio da praça para homenagear Baal, pois obelisco é o símbolo do pênis de Baal (deus pagão) que simboliza a fecundidade.

Agora vamos a refutação e prova bíblica:

O obelisco (estela, ou ainda pilar sagrado), tem seu primeiro uso atestado na bíblia em Gn 28,17-18, sendo usada por Jacó:

17. E, cheio de pavor, ajuntou: ‘Quão terrível é este lugar! É nada menos que a casa de Deus; é aqui, a porta do céu. ’ 18 Levantando-se de madrugada, tomou a pedra que lhe servira de travesseiro, ergueu-a como uma estela e derramou óleo sobre seu topo.”

Essa pedra localiza a presença divina. Ela se torna uma bêt El, uma “casa de Deus”, o que explica o nome “Betel”, e recebe unção de óleo, como ato cultual. Aqui mesmo, à idéia de morada divina sobre a terra se justapõe a noção mais espiritual: Betel é a “porta do céu”, onde Deus reside (Cf.  Rs 8, 27)

Segundo alguns ela é de origem Cananéia, era uma pedra colocada de pé por chefes em recordação de façanhas. Embora de origem profana, podia ser colocada em santuários e acabava assumindo a finalidade religiosa, como vimos anteriormente, de localizar a presença divina. Mais tarde, para combater os costumes pagãos, o seu uso foi condenado pela lei e pelos profetas (Ex 23,24; Lv 26,1; Dt 7,5; 16,22; cf. 2Cr 14,2). Pois obelisco era um monumento de homenagem geralmente a deuses(2 Cr 34:4). Proibido na Bíblia nesta intenção, mas aceito se for ao Senhor. (Gn 28,17-18)

Jacó colocou no Tumulo de sua esposa:

Genesis 35, 20. Jacó erigiu uma estela sobre seu túmulo; é a estela do túmulo de Raquel, que ainda hoje existe.

Moisés faz 12 obeliscos:

Exodo 24, 4. E Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. No dia seguinte, de manhã, edificou um altar ao pé da montanha e levantou doze estelas para as doze tribos de Israel.

Acaso Moises e Jacó estavam homenageando deuses pagãos?

Origem do Obelisco do vaticano:

O Obelisco do Vaticano é do século I. Foi trazido a Roma no reinado de Calígula. Em 1585, o Papa Xisto V mandou colocar no local atual para marcar o local que era o circo de Nero, onde São Pedro foi morto por amor a Jesus. Desde esse ano o obelisco possui no topo pedaços originais da cruz de Cristo e uma cruz foi modelada no tempo de João Paulo II, ajuntada o topo, cumprindo a profecia de que no Egito (terra pagã, antiga Roma), o Senhor iria prevalecer:

“Naquele tempo, haverá um altar erguido ao Senhor, em pleno Egito, e, em suas fronteiras, um obelisco dedicado ao Senhor.” Isaías 19,19

conferir mais algumas coisas em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Obelisco_do_Vaticano

 

 

Mais do que explicado!

2º Vejam a foto:


Cruz vergada (que os Papas usam) dizem que é um símbolo satanista do século VI, apresenta um Cristo fraco e desnutrido.

Refutação:

Não mostram prova alguma de que a cruz vergada fosse de fato símbolo satânico. No entanto, isso é o de menos, porque na bruxaria também se usa a cruz sem cristo, normal, como muitos cristãos usam. Só que para eles tem outro significado outra intenção.

A cruz está vergada porque ninguém sabe como de fato era a cruz de Cristo. Muitas eram feitas de troncos sem tratamento algum de modelação. O que dava às cruzes o formato vergado, torto.

A cruz foi feita por um escultor comunista, Manzu, e adotada por Paulo VI.

O máximo que se pode dizer dela é que é de mau gosto, pois mostra Cristo um pouco fraco, mas que de nenhuma forma tira a autenticidade da Morte e Ressurreição de nosso Senhor!

3º Olhem a Foto:

A Mitra dos Bispos e Papas dizem que é uma homenagem a Dagom, um deus peixe, pois de lado pareci a boca de um peixe aberta como, segundo eles os sacerdotes de Dagom também usavam !

Refutação, com provas bíblicas e históricas:

A mitra usada pelo bispo simboliza um capacete de defesa que deve tornar o prelado terrível aos adversários da verdade. Por isso, apenas aos bispos, salvo por especial delegação, cabe a imposição do Espírito Santo no sacramento do Crisma ou Confirmação.

Na figura que exibem dos sacerdotes de Dagom, aparecem também a água benta aspergida, e sacrifícios de animais. Além de um castiçal.  A aspersão de água e sacrifícios de animais também haviam no ritual judaico segundo a ordem de Deus, e uso de castiçais (Nm 8:7; Gn 46:1). Muitos símbolos, rituais e objetos do AT e NT eram parecidos aos do paganismo. O que vale é a intenção o contexto.

Sobre as vestes sacerdotais, até a meia bíblia de João Ferreira, que os protestantes usam, diz o seguinte: “Estas, pois, são as vestes que farão: um peitoral, e um éfode, e um manto, e uma túnica bordada, e uma mitra e um cinto; farão, pois, vestes santas a Arão, teu irmão, e a seus filhos, para me administrarem o ofício sacerdotal. “(Ex 28,4) … para que não levem iniqüidade e morram; isto será estatuto perpétuo para ele e para a sua semente depois dele.” (Ex 28,43).

Notem que o éfode falado ai, também era tido com uma divindade ou uma estátua de um ídolo (cf. Jz 8,27; 17,5) e nem por isso os sacerdotes Judeus eram considerados hereges ou satanistas, o que importa é a intenção para que isto é usado.

Mesmo que a aparência da Mitra do Papa e bispos pareça propositalmente com um peixe (o que tudo indica ter começado no Clero da Ilha de Creta), está se referindo ao fato de que no século I e II o peixe era símbolo de Cristo, símbolo dos cristãos. Verdadeiro Deus e Sacerdote, simbolizado também por um peixe nos primeiros séculos de Cristianismo!

Qualquer “caboco” que tenha feito um seminário e estudado teologia e o mínimo de grego, sabe que o peixe era usado pelos primeiros cristãos simbolizando Cristo, pois peixe em grego significava uma sigla para denominar quem era Cristo veja:

IXTUS = PEIXE

I = Iesous (Jesus)

X= Xristos (Cristo)

T= Theou (Deus)

U= Uiós (filho)

S= Soter (Salvador)

Iesous Xristos, Theou Uiós, Soter = Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.
E também Mitra sempre vem um símbolo cristão… Cordeiro, cruz e etc.

Leia mais Cristo como peixe:

https://www.capuchinhos.org/siteantigo/porciuncula/simbolos/peixe.htm

 

Agora só uma coisa para refrescar  a mente dos protestantes que saem por ai propagando essas mentiras, vocês esquecem que as igrejas protestantes também usam o peixinho, especialmente a Igreja Batista? Vejam a foto :

 

Já viram isso em algum carro ou em alguma revista ou capa de bíblia evangélica?

Mais do que provado que a mitra não tem nada haver com paganismo!

 

4º Voltem e olhem a primeira foto do obelisco e notem uma circunferência em volta dele:

O circulo no meio da praça do vaticano com o obelisco no meio é dividido em 8 pedaços, dizem que são as 8 etapas da iluminação de seitas satanistas!

Refutação e prova histórica:

O círculo lembra o famoso e antigo circo de Nero, onde os cristãos também eram martirizados. O Obelisco lembra e simboliza que dentro deste circo (círculo), São Pedro foi morto por Nero. Na época que o império romano perseguia os cristãos eles eram mortos nos circos e amarrados a obeliscos onde as feras os devoravam.

Confiram em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Circo_de_Nero

Vejam a foto onde mostra como era o circo de Nero:

Precisa dizer mais alguma coisa?

Como vimos aqui essas e outras muitas  são as práticas Cristãs que se assemelham ao paganismo, mas que de modo nenhum se referem a ele, o importante é o que temos em nossos corações o sentimento que estamos adorando o verdadeiro Deus. Não é nenhum delírio protestante ou seja lá de quem for que vai mudar a realidade já criada a mais de 2000 anos, e que o próprio Deus que instituiu.

Essas pessoas têm a mania de serem “descobridoras” da “verdade”, só que por sua loucura egoísta acabam por criar mentiras que confundem mais a mente das pessoas do que mostram a “verdade”.

Por isso Estudemos para não sermos enganados por essas bizarrices heréticas propagadas por ai!

In Cord Jesu, Semper,

Rafael Rodrigues.

https://sadoutrina.wordpress.com/2010/09/21/igreja-catolica-e-o-paganismo-mais-algumas-mentiras-desmentidas/

Leia-o tambem em: www.larcatolico.webnode.com.br

*****************************************************************************************************************

 

"Será mesmo cristão o Catolicismo Romano?"

E-mail Imprimir PDF

Fonte: Revista Pergunte e Responderemos Mar/01, pag 119

Em Síntese: Eis mais um livro de origem protestante que visa a atacar a Igreja Católica de maneira sectária ou preconceituosa, com distorção da verdade. O artigo abaixo se detém sobre alguns tópicos das objeções levantadas e mostra a sua inconsistência.

Hugh P. Jeter escreveu um livro, que, entre muitos outros, procura impugnar a Igreja Católica, seu Credo e sua história. Intitula-se: "Será mesmo cristão o Catolicismo Romano?". A Redação de PR recebe vários escritos de tal natureza por parte de pessoas que pedem uma resposta às objeções levantadas. A nossa Redação já tem escrito repetidamente sobre tais assuntos: como quer que seja, [a seguir] serão focalizados alguns aspectos dos mais representativos do livro de H. Jeter e de escritos congêneres. De modo geral pode-se dizer que tais obras se caracterizam por:


  • Alusões falsas ou preconceituosas à Igreja. Os autores armam um fantoche não católico e atiram nele, tencionando atacar a Igreja Católica.
     
  • Citação parcial da Bíblia, pondo em relevo apenas os textos que correspondem ao pensamento do autor e omitindo os demais.
     
  • Tom proselitista dissimulado sob o aspecto de querer bem ao irmão católico.
     

1. A Igreja

Da pág. 11 à pág. 24, H. Jeter trata da Igreja. Eis algumas de suas afirmações:



Ao referir-se a Mt 16,13-18, Jeter escreve:

"Existe uma diferença entre petros (Pedro) e petra. Petros significa 'um pedaço maciço de pedra'. Parece que o Senhor estava usando um jogo de palavras e dizia o seguinte: 'Pedro, tu és uma pequena pedra, mas sobre esta pedra maciça eu construirei a minha Igreja'" (pág. 13). 

A propósito, o autor parece esquecer que Jesus não falou em grego, mas em aramaico. Se em grego o trocadilho é falho, em aramaico ele é exato, pois versa sobre Kepha...Kepha. Jesus mudou o nome de Simão para Kepha em Jo 1,42, preparando assim, desde a vocação de Pedro, a promessa de primado que lhe faria em Mt 16,18. De resto, está averiguado que é mais fácil entender o texto do Evangelho traduzido do grego para o aramaico (língua de Jesus e dos primeiros pregadores) do que o texto grego canônico. Outro exemplo seria o uso de adelphoi em grego, palavra que traduz o aramaico 'ah, cujo significa é mais amplo do que o grego adelphoi (irmãos).

O autor H. Jeter nos diz que o Novo Testamento só conhece um fundamento da Igreja: o Cristo Jesus, mencionado em 1Cor 3,11. Observemos contudo que o Senhor que disse ser a luz do mundo (cf. Jo 8,12; 9,15; 12,46), atribui o mesmo título aos seus discípulos (cf. Mt 5,14): por meio de Pedro, e mais fundo que Pedro, Cristo fica sendo a Rocha, o fundamento invisível da Igreja. É esse mesmo Jesus que "possui a chave de Davi, que abre de modo que ninguém fecha, que fecha de sorte que ninguém abre" (Ap 3,7). Em Cristo e em Pedro, portanto, residem análogos poderes (designados pelas mesmas metáforas); é de Cristo que eles dimanam para o Apóstolo, de sorte que este vem a ser o Vigário ou Representante de Jesus na terra.

O texto de Mt 16,13-19 é muito claro em favor do primado de Pedro. Jeter o impugna e não cita dois outros textos que corroboram o mesmo primado:





 

À pág. 16 pondera Hugh P. Jeter:

"Durante vários séculos, a missa foi celebrada em latim. Desde o Concílio do Vaticano II pode ser celebrada na linguagem do povo, embora saibamos que houve uma forte objeção a esta mudança. Se anteriormente era algo sacrílego, por que agora deve ser aceito?"

 



 

  1.  
    • Lc 22,31s: "Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar como trigo; eu, porém, roguei por ti, a fimde que tua fé não desfaleça. Quando te converteres, confirma teus irmãos".
       
    • Jo 21,15-17: "Jesus disse a Simão Pedro: 'Simão, filho de João, tu me amas mais do que esses?' Ele respondeu: 'Sim, Senhor, tu sabes que te amo'. Jesus lhe disse: 'Apascenta as minhas ovelhas'. Pela segunda vez lhe disse: 'Simão, filho de João, tu me amas?' 'Sim, Senhor', disse ele, 'tu sabes que te amo'. Disse-lhe Jesus: 'Apascenta as minhas ovelhas'. Pela terceira vez disse-lhe: 'Simão, filho de João, tu me amas?' Entristeceu-se Pedro porque pela terceira vez lhe perguntara: 'Tu me amas?' e lhe disse: 'Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que te amo'. Jesus lhe disse: 'Apascenta as minhas ovelhas'."
       
  2. O fato de que Pedro e seus sucessores foram fracos do ponto de vista moral indica bem que não é o homem quem rege a Igreja, mas é Cristo mediante os homens que Ele quer escolher e que são meros instrumentos do Senhor. Este governa a Igreja prolongando, de certo modo, o mistério da Encarnação, isto é, utilizando a precariedade humana como canal de graça e salvação.
  3. À pág. 15 escreve H.P.Jeter:

    "Se a Igreja Católica é infalível em doutrina, por que então através dos séculos tantas doutrinas têm sido mudadas e outras acrescentadas?

    Por que já não são ensinados os poderes temporais da Igreja como enumerados por Pio IX? Por que já não se pratica a Inquisição? Por que deixaram o ensino acerca do Limbo desde o Concílio Vaticano II? Por que foram acrescentadas mais algumas coisas às doutrinas e práticas já aprovadas: a transubstanciação (1215 dC), a confissão auricular (1215 dC), a do Purgatório (proclamada em 1438 dC), a infalibilidade papal (1870 dC), a imaculada conceição de Maria (1854 dC) e a ascensão de Maria (1850 dC)?"

    Em resposta, dir-se-ia:
    • O poder temporal da Igreja não é artigo de fé. Trata-se de um fator contingente, que contribui para o livre exercício da missão pastoral do Papa; não subordinado a um poder civil, pode ele mais desimpedidamente cumprir sua tarefa de Pastor Universal.
       
    • A Inquisição também nunca foi matéria de fé. Era tida como um dever de consciência dos cristãos medievais, que não podiam conceber uma sociedade pluralista como ela é hoje; nem os maiores Santos da Idade Média protestaram contra ela. Quanto à Inquisição de Espanha e Portugal, a partir do século XV, tornou-se mais e mais o joguete dos monarcas que assim desajavam unificar a população de seu país, à revelia mesmo das intervenções da Santa Sé.
       
    • A doutrina do Limbo nunca foi declarada artigo de fé. Tornou-se doutrina comum a partir de S. Anselmo de Cantuária (+1109). Hoje em dia a Teologia propõe outro modo de encarar a sorte das crianças que morrem sem Batismo.
       
    • A Transubstanciação é a conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo, de acordo com as afirmações do próprio Jesus em Jo 6,51-58; Mt 26,26-28; Mc 14,23-24; Lc 22,19; 1Cor 11,23-25. A fidelidade à Bíblia, que os protestantes tanto professam, exigem que se entendam as palavras do Senhor em todo o seu realismo, como foram entendidas durante dezesseis séculos e até hoje são entendidas tanto por católicos como por orientais ortodoxos.
       
    • A Confissão Auricular é praxe fundamentada no próprio Evangelho, onde Jesus transmite aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados (cf. Jo 20,22s). Para poder exercer a faculdade de perdoar ou não perdoar em nome de Cristo, deve o ministro poder avaliar o estado de alma do penitente - o que só é viável se este manifesta o que lhe vai no íntimo.
       
    • A crença na existência do Purgatório, longe de ter sido aceita em 1438 (por que tal data?), remonta ao século II aC, como professa 2Mc 12,39-45. É de notar que Lutero não quis reconhecer como canônico este livro da Bíblia dos cristãos; eliminou-o do catálogo sagrado.
       
    • A Infalibilidade Papal é professada desde os primeiros séculos, não com a clareza de que goza em nossos dias, mas de maneira tal que os historiadores a identificam no decorrer dos séculos. [...]
       
    • A Imaculada Conceição de Maria é deduzida do fato de que Maria, chamada a ser a Mãe de Deus feito homem, não pode ter estado alguma vez sujeita ao pecado. Tal verdade de fé não é explicitamente enunciada nos Evangelhos porque estes não foram escritos para relatar traços de Mariologia; Maria aí só aparece tão somente como a Mãe de Jesus, que é a figura central do texto sagrado. Todavia, a Tradição Oral professou tal artigo de fé.
       
    • A Assunção (não Ascenção) de Maria é conseqüência da vitória de Maria sobre o pecado: aquela que nunca esteve sob o domínio do pecado, não podia ficar nas garras da morte, que, como refere São Paulo (Rm 5,12-17), resulta do pecado dos primeiros pais.
       
  4. Às págs. 15 e seguinte, escreve H. P. Jeter:

    "Se a Igreja Católica é infalível, por que Mussolini, sendo católico, invadiu a Etiópia? Por que existiu a Inquisição em países como a Espanha e Portugal, que se dizem católicos? Por que espanhóis e portugueses não queriam permitir que suas colônias se emancipassem? Por que proibiram aos leigos a leitura da Bíblia e em outras épocas a recomendaram?"

    A resposta a tais questões não é difícil, como se depreenderá:
    • Mussolini não invadiu a Etiópia a mando da Igreja Católica. Embora seja filho da Igreja, um católico pode errar: o próprio Senhor Jesus predisse que no seu campo haveria trigo e joio; Ele não quer que se arranque o joio antes do fim dos tempos. O Papa ultimamente tem pedido perdão pelos pecados dos filhos da Igreja infiéis à sua Santa Mãe. Distingamos entre pessoa e pessoal da Igreja; a pessoa é a Igreja enquanto vivificada pelo Cristo ou como Esposa sem mancha nem ruga (Ef 5,27); o pessoal da Igreja são os filhos da Igreja, nem sempre dóceis aos ensinamentos de sua Mãe. [...]
       
    • Sobre a Inquisição já foi dito algo neste artigo. É de notar que na península ibérica a Inquisição foi muito manipulada pelos monarcas, desejosos de eliminar de seus territórios judeus e muçulmanos. A Inquisição Espanhola, extinta no começo do século XIX, era dita "Inquisição Régia".
       
    • Nenhum dos países colonizadores viu com prazer a descolonização de suas posses na África ou na Ásia. As razões para tanto eram complexas. Tal atitude não afeta a infalibilidade da Igreja.
       
    • Quanto à leitura da Bíblia, observe-se quanto vai dito no artigo de PR 451/1999, págs. 547-549: [Ouve-se, por vezes, dizer que a Igreja Católica proibiu a leitura da Bíblia. A resposta há de ser deduzida de um percurso da história. Ora, está averiguado que, nos primeiros séculos, muito se recomendava a leitura do texto sagrado. Na Idade Média e em épocas posteriores (especialmente no século XVI) surgiram hereges (cátaros, valdenses, wycliff, reformadores protestantes) que traduziam a Bíblia do latim para o vernáculo instilando no livro sagrado idéias contrárias à reta fé. Daí proibições, formuladas por Concílios, de se utilizar a Bíblia em língua vernácula, a não ser que o leitor recebesse especial autorização para fazê-lo. As restrições foram impostas não ao texto latino, mas às traduções vernáculas, em virtude de fatores contingentes; a Igreja, como Mãe e Mestra, sente o dever de zelar pela conservação incólume da fé a Ela entregue por Cristo e ameaçada pelas interpretações pessoais dos inovadores da pregação; eis por que lhe pareceu oportuno reservar o uso da Bíblia a pessoas de sólida formação cristã nos séculos em que as heresias pretendiam apoiar no texto sagrado as suas proposições perturbadoras. Ainda no século XIX a Igreja via nas traduções vernáculas da Bíblia (patrocinadas pelas Sociedades Bíblicas protestantes) o canal de concepções heréticas. Todavia, a partir do papa S. Pio X (+1903), deu-se uma volta às fontes, que incluiu a recomendação da leitura da Bíblia, por parte de todos os fiéis, em língua vernácula. No momento presente, dado que existem boas edições da Escritura nas línguas vivas, a Igreja fomenta o recurso assíduo à Palavra de Deus escrita e lida no concerto da Tradição da Igreja.]
       
    • A pergunta parece ignorar que há certas leis que devem ser periodicamente revistas e reformuladas, pois toda lei visa a promover o bem comum da sociedade nas sucessivas situações por que os homens passam. No tocante à língua da celebração eucarística, foi o vernáculo (latim) na antiguidade; o latim ficou sendo o idioma culto até o fim da Idade Média. No século XVI os reformadores protestantes pleitearam o uso do vernáculo, que naquelas circunstâncias foi rejeitado pela Igreja Católica, pois havia o risco de que o vernáculo se tornasse veículo de teses protestantes infiltradas sorrateiramente na Liturgia. Em nossos dias tal perigo já não existe; daí a permissão de se celebrar a Missa em vernáculo. Tais fatos não afetam artigos de fé ou de moral.
       
  5. À pág. 18 lê-se:

    "É bom salientar que o conceito evangélico de santo é o de alguém que vive de modo santo, enquanto que, no Catolicismo, os santos são unicamente aqueles que foram oficialmente beatificados e declarados santos pelo papa"
    • Realmente o autor de compraz em caricaturar para escarnecer. É claro que, também para os católicos, a santidade é um valor íntimo, sem o qual não há santos; a declaração pontifícia consiste apenas em proclamar esse valor íntimo, depois de cuidadosamente comprovado.
       

     
  6. Ainda à pág. 18 encontra-se o seguinte:

    "O título de 'Igreja Católica Romana' é em si mesmo uma contradição, pois 'romana' estabelece uma área geográfica, enquanto que 'Católica' significa 'universal'."
    • Deve-se responder que a Igreja é católica, ou seja, universal, mas ela tem um governo central situado em Roma - o que explica o predicado "romana"; este não limita a universalidade da Igreja, mas apenas indica qual é a "caixa postal" da Igreja. Da mesma forma, Jesus era e é o Salvador universal ou de todos os homens, mas é chamado "Nazareno" porque, vivendo na terra, precisava de ter um endereço ou um pouso.

2. A Bíblia Sagrada



Passamos a considerar outro capítulo do livro de Hugh P. Jeter. 2.1. O catálogo bíblico 

Às págs. 32 e seguinte, diz o autor:
 

"Há, de imediato, uma diferença entre a Bíblia católica e a versão protestante. A Bíblia católica inclui no Antigo Testamento os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Siraque, Baruque, e o primeiro e o segundo livros de Macabeus. Também há acréscimos aos livros de Ester e Daniel. Essa é a principal diferença entre as duas Bíblias.


Por que os cristãos evangélicos rejeitam esses livros chamados "apócrifos"? A seguir, expomos algumas razões:



  1. Os próprios livros não se dizem inspirados. No segundo livro de Macabeus 15:37-38, lemos: 'Assim se passaram os acontecimentos relacionados com Nicanor. Como desde aquela época a cidade ficou em poder dos hebreus, eu também terminarei aqui mesmo meu relato. Se foi bem escrito em sua composição, isto é o que eu pretendia; se imperfeito e medíocre, fiz o máximo que me foi possível'.
     
  2. Os livros apócrifos nunca foram citados por Cristo ou pelos apóstolos, mas eles, sem dúvida, citaram muitas partes da Bíblia.
     
  3. O material não mostra nenhuma inspiração. Em 2Macabeus 12:43-45 lemos acerca de uma coleta que devia ser enviada a Jerusalém para que se oferecesse sacrifícios e oferendas pelo pecado e orações pelos mortos... algo que não figura em nenhuma parte das Escrituras.
     
  4. Todos os livros apócrifos foram acrescentados ao Antigo Testamento. Conforme expõe Romanos 3:2, foi 'confiada a palavra de Deus ao povo judeu'. Portanto, todos deveríamos considerar de suma importância a rejeição desses livros quanto à sua inspiração."
     

Eis o que a propósito se pode observar:
 

  1. O fato de que o autor sagrado confesse ter-se esforçado ou mesmo ter penado para escrever seu livro não significa que não usufruiu da inspiração bíblica. Esta não é um ditado mecânico, que dispense o homem de refletir, pesquisar e, em suma, fazer tudo o que deve realizar um bom escritor. A inspiração (que não é revelação) consiste em que Deus ilumine a mente do homem antigo para que, utilizando os dados de sua cultura arcaica, ponha por escrito uma mensagem que corresponde fielmente ao pensamento de Deus, mas não deixa de estar revestida da roupagem humana. Assim, o livro sagrado é, ao mesmo tempo, divino e humano. É através das vicissitudes de uma redação característicamente semita ou grega, portadora de todas as marcas do trabalho humano, que Deus quer falar aos homens. São Lucas o atesta no prólogo do seu Evangelho, quando afirma que, "após acurada investigação de tudo desde o princípio, resolveu escrever" (Lc 1,3).
     
  2. Assim como Jesus e os Apóstolos nunca citaram explicitamente os livros que os protestantes têm por apócrifos e os católicos consideram deuterocanônicos, assim também Jesus e os Apóstolos nunca citaram alguns livros que são unanimemente reconhecidos como canônicos; tal é o caso de Eclesiastes, Ester, Cântico, Esdras, Neemias, Abdias, Naum.

    Verificamos também que nos escritos do Novo Testamento há citações implícitas dos livros deuterocanônicos. Assim, por exemplo: Rm 1,19-32->Sb 3,1-9; Rm 13,1; 2,11->Sb 6,4.8; Mt 27,43->Sb 2,13.18; Tm 1,19->Eclo 4,34; Mt 11,29s->Eclo 51,23-30; Hb 11,34s->2Mac 6,18-7,42.

    Nos mais antigos escritos patrísticos são citados os deuterocanônicos como Escritura Sagrada: Clemente Romano (em cerca de 95), na epístola aos Coríntios, recorre a Jt, Sb, fragmentos de Dn, Tb e Eclo; o Pastor de Hermas, em 140, faz amplo uso do Eclo e do 2Mac (cf. Semelhanças 5,3.8; Mandamentos 1,1...); Hipólito (+235) comenta o livro de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos; cita como Escritura Sagrada Sb, Br e utiliza Tb e 1/2Mac.
     
  3. O fato de que em 2Mac 12,43-45 se lê algo que "não figura em nenhuma parte das Escrituras" nada significa. O raciocínio de Jeter equivale a uma petição de princípio: o autor quer dizer que 2Mac 12,43-45 não pode ser bíblico porque Jeter de antemão o exclui, eliminando as Escrituras Sagradas o 2º de Macabeus. De resto, não se pode excluir tal livro, datado do século II aC, por apresentar algo que não esteja em livros mais antigos, pois é notório que a Revelação progrediu no Antigo Testamento.
     
  4. O autor parece ignorar que a Bíblia Sagrada continha os sete livros deuterocanônicos ou "apócrifos" até Lutero. Foi Lutero que os eliminou e não foi o Concílio de Trento (1545-1563) que os acrescentou. [...]
     

2.2. O uso da Bíblia entre os católicos

 

Às págs 25-32 Hugh P. Jeter se detém em alegar que durante séculos a Igreja restringiu ou proibiu o uso da Bíblia entre os fiéis católicos. [...] [Quanto a esta questão, foi dado um breve resumo acima]. 

Muitos outros pontos do livro de Hugh P. Jeter poderiam ser considerados, evidenciando-se a sua inconsistência. Em geral, a literatura polêmica protestante se ressente de preconceitos que obcecam os respectivos autores e os levam a atribuir à Igreja Católica o que ela jamais disse ou fez. O amor à VERDADE há de ser característica do autêntico cristão. 


De resto, o baixo nível das acusações se depreende de outras objeções propagadas em folhas volantes. Assim, por exemplo: 


"A 500 anos atrás o Papa mandou 'matar' Galileu só porque ele disse que a terra é redonda. A 2.700 anos atrás a Bíblia já dizia que a terra é redonda (Isaías 40:22)".

Estas frases contêm várias imprecisões, próprias de quem fala sem saber ao certo ao que diz:
 

 

  • Galileu faleceu em 1642, portanto há pouco mais de 350 anos; faleceu de morte natural. Foi controvertido porque defendia o heliocentrismo, em lugar do geocentrismo. O dêutero-Isaías (Is 40-55) profetizou durante o exílio (587-538 aC), ou seja, há 2.500 anos aproximadamente; ao falor do "ciclo da terra", não se pode dizer que tinha em vista a esfericidade da terra.
     

Mais:
 

"Disse Deus: 'Não é bom que o homem esteja só, dar-lhe-ei uma mulher' (Gênesis 2,18). O papa Gregório 7º proibiu o casamento dos padres em 1074 dC".

  • O autor deste texto esquece que São Paulo, após a entrada do Reino do Messias neste mundo, recomenda a vida una ou indivisa; cf. 1Cor 7,25-35. Aliás, estes versículos são geralmente silenciados pelos protestantes quando querem impugnar o celibato. Este foi, a princípio, espontaneamente abraçado pelo clero; só aos poucos foi-se tornando lei.

 

https://www.veritatis.com.br/apologetica/120-protestantismo/1079-qsera-mesmo-cristao-o-catolicismo-romano

Leia-o também em : www.larcatolico.webnode.com.br

 

Zelo polêmico e inverdades:

 

"OS CATÓLICOS SÃO PAGÃOS"?

 

Em síntese: Uma apostila de pastor protestante injuria os católicos na base de inverdades que tiram a autoridade do autor de tal escrito. Acusações marcadas por contradições não têm valor; antes, depõem contra o acusador, como se verá a seguir.

 

O pastor Joel Santana é professor de Teologia Sistemática, História Eclesiástica e Heresiologia em vários Seminários Teológicos (Protestantes) no Rio de Janeiro. Publicou uma densa apostila (sem título) na qual em quinze capítulos profere as mais graves injúrias contra o Catolicismo; não somente classifica os católicos como pagãos, mas afirma que "a Igreja Católica é um ninho de cobras, do qual saímos na Reforma Protestante do século XVI; mas as cobras continuaram lá e vêm dando filhotes... Mantenha, pois, distância. Não se iluda pensando que estão mudadas" (cap. 12, não paginado).

 

Para agredir, o autor recorre mesmo a inverdades, que revelam paixão obsessiva e exagerado senso crítico; falta-lhe a serenidade indispensável quando se quer fazer um trabalho científico merecedor da atenção dos estudiosos. Como quer que seja, visto que o panfleto pode-se tornar pedra de tropeço para muitos leitores, vamos, a seguir, analisar alguns poucos traços que evidenciam que o pastor J. Santana não tem conhecimento exato da realidade que ele julga e condena.

 

1. Sinopse Histórica

 

No capítulo I (História do Catolicismo) o autor apresenta o que chama "Sinopse Histórica por ordem cronológica', seção que cataloga datas nas quais se foi deteriorando o Catolicismo, segundo parece ao autor (que, aliás, não faz senão transcrever o que muitos já disseram com o mesmo desconhecimento de causa). Eis os tópicos mais significativos da lista.

 

-1-

 

"Em 370 principia-se o uso de altares e velas. Por fim do século IV o culto dos Santos foi introduzido por Basílio de Cesaréia e Gregório Nazianzeno. Também apareceu pela primeira vez o uso do incenso e turíbulo na Igreja por influência dos prosélitos vindos do paganismo".

 

Altar... Em resposta observamos que o uso do altar é bíblico; portanto data do século 1 dc., para não dizer que vem do Antigo Testamento. Ver Hb 13, 10: "Temos um altar..." assim como Ap 6, 9; 8, 3.

 

Culto dos Santos... Já no Antigo Testamento a piedade judaica reconhecia a oração dos justos no céu pelos irmãos peregrinos na terra; cf. 2Mc 15, 10-15. Há uma comunhão instituída pelo próprio Deus, entre os fiéis peregrinos e os consumados, comunhão que a morte não dissolve e que o Criador mantém, dando a saber aos justos no céu o teor de nossas preces.

 

Velas... Basta lembrar a menorah ou o candelabro de sete braços do Antigo Testamento para evidenciar que o uso de velas é herdado do povo judaico e não iniciado no século IV d.C.

 

Incenso e turíbulo... Já eram do conhecimento dos cristãos do século I; ver Ap 8, 3s. Também são elementos provenientes do Antigo Testamento; cf. Ex 30, 1-3; SI 141, 2.

 

-2-

 

"Em 400 Paulino de Nola ordena que se reze pelos defuntos.

Em 590 Gregório o Grande origina o purgatório".

 

Há aí uma incoerência. Rezar pelos defuntos é rezar pelas almas do purgatório de modo que não pode haver o hiato de 190 anos entre uma coisa e outra. Ademais São Paulino foi Bispo de Nola (Itália) a partir de 409 e nunca teve autoridade sobre a Igreja inteira; em 390 retirou-se para a solidão na Espanha e em 400 nem Bispo era.

 

O purgatório já era professado pelo povo de Deus do Antigo Testamento, conforme 2Mc 12, 38-45; ver também 1 Cor 3, 10-15.

 

-3-

 

"Em 609 o culto à Virgem Maria é obra de Bonifácio IV; e a invocação dos santos e anjos é posta como obrigação e lei da Igreja".

 

É impressionante a ''precisão" das datas em que as coisas começam, segundo Santana; supõe que tenham sido prescritas por decretos -o que é falso. Muitas práticas - litúrgicas ou não - foram aparecendo espontaneamente cá ou lá na Igreja e só aos poucos se tornaram práticas generalizadas, sem depender de alguma lei. É anacrônico imaginar datas exatas e decretos da autoridade eclesiástica em muitos casos. Assim a devoção aos Santos não é preceituada por lei alguma.

 

Quanto ao culto à Virgem Maria, é muito anterior a 649, pois já no século III era praticado no Egito, como revela um papiro lá encontrado recentemente; cf. PR 457/2000, p. 280ss; onde se vê o fac-símile da oração "À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus..." (em grego)!

 

-4-

 

"Em 670 começa a falar-se em latim a missa, língua morta para o povo, pelo papa Vitélio".

 

Antes do mais, note-se: em 670 a Igreja era governada pelo Papa São Vitaliano (657-672) e não por Vitélio.

A Missa era celebrada em latim já nos primeiros séculos da era cristã, pois o latim era a língua do povo do Lácio, que se espalhou pela Europa Ocidental. Existem livros litúrgicos (Lecionários, sacramentários...) do século IV.

O leitor está assim diante de mais um anacronismo.

 

-5-

 

"Em 758 cria-se a confissão auricular pelas ordens religiosas do Oriente".

 

A confissão auricular é tão antiga quanto a prática do sacramento da Reconciliação. Nos primeiros séculos a confissão dos pecados era secreta e a satisfação era pública. Ver a propósito PR 350/1991, pp. 304ss.

 

Os monges irlandeses, entrando no continente europeu, promoveram a frequência do sacramento, e não as Ordens Religiosas do Oriente.

Aliás, a confissão auricular tem origem no próprio Evangelho; cf. Jo 20, 21-23 e comentário no citado artigo de PR.

 

-6-

 

"Em 787 no segundo Concílio de Nicéia foi estabelecida a adoração da cruz e das relíquias dos santos".

 

O Concílio não estabeleceu adoração à cruz como lenho, mas ao Crucificado, que é Deus feito homem. A Cruz é apenas um aceno ou um sinal do Crucificado.

 

Quanto às relíquias dos Santos, não são adoradas, mas são veneradas como instrumentos do Espírito Santo. As relíquias são relativas aos Santos que elas recordam.

 

-7-

 

"Em 795 o incenso foi posto por lei nas cerimônias da Igreja por Leão III".

 

Pergunta-se: Joel Santana sabe onde está essa lei? Ou ele fala sem saber o que diz? Na verdade tal lei não existe. Aliás, J. Santana afirmou, pouco atrás, que o incenso foi introduzido no século IV; ver p. 312.

 

-8-

 

"Em 818 aparece pela primeira vez nos escritos de Pascasio Radberto a doutrina da transubstanciação e a missa".

 

Estranho: pouco atrás dizia J. Santana que se celebrava a Missa em latim no ano de 670. Parece tê-lo esquecido, pois coloca o aparecimento da Missa em 818.

 

A transubstanciação nada mais é do que a fórmula teológica que corresponde às palavras de Jesus na última ceia: "Isto é meu corpo... Isto é meu sangue". A real presença de Cristo na Eucaristia não começou a ser professada no século IX, mas é documentada pelo próprio Evangelho. "Transubstanciação" quer dizer que a realidade do pão e do vinho se converte na realidade do corpo e do sangue de Jesus.

 

A noção de "Missa" como sacrifício de Cristo perpetuado através dos tempos depreende-se da Escritura mesma e da Tradição, como se pode ver no Curso sobre os Sacramentos da Escola "Mater Ecclesiae".

 

Pouco adiante se lê: "Em 1200 o Concílio do Latrão impõe a transubstanciação e a confissão auricular".

Só quem não conhece o assunto pode falar de "impor a transubstanciação"; o que o Concílio (aliás em 1215 não em 1200) impôs, foi a participação dos fiéis na Comunhão Eucarística ao menos por ocasião da Páscoa assim como a confissão sacramental uma vez por ano.

 

-9-

 

"Em 998 é estabelecida a festa aos mortos, 'dia de finados' por Odilon. Em 1003 o Papa João XVI aprova a festa das almas dos fiéis defuntos que Odilon criara primeiro".

 

É despropositado falar de "festa das almas dos fiéis defuntos". Quem conhece o assunto, dirá "Comemoração de todos os fiéis defuntos"; não para festejá-los, mas para os sufragar, é celebrada a S. Liturgia.

 

Joel Santana vai percorrendo os séculos e aponta cá e lá algum evento de história da Igreja que lhe parece destoar do Evangelho. Ao fazê-lo, revela estar alheio aos temas abordados; repete como papagaio (queira desculpar) o que outros já repetiram, obcecados pelo ódio, que os impede de ler a história com objetividade. O fato, porém, é que a apostila pode impressionar a quem a leia desprevenido. Dizia Voltaire: "Mintam, mintam, porque sempre ficará alguma coisa". É necessário portanto dizer ao leitor que a apostila de Joel Santana é uma caricatura tendenciosa, que não pode ser tida como a verdadeira face da Igreja Católica.

 

Ainda: em réplica poder-se-ia confeccionar uma "sinopse histórica" realmente histórica, em que se registrasse a data de origem de cada denominação protestante. Essa lista encheria páginas e páginas e constituiria verdadeiro motivo de vergonha para os irmãos protestantes, vergonha que os católicos não experimentam diante da lista apresentada por J. Santana; não experimentam vergonha, mas dor, ... a dor de quem é mal entendido e caluniado por irmãos obcecados. Pode-se imaginar: Comunidade Luterana, C. Calvinista, C. Anglicana, C. Wesleyana, C. Edir Macedo, C. R. Soares...

 

2. A Mariologia Católica

 

J. Santana, entre outros pontos, ataca também a Mariologia Católica. Faz um esboço da mesma, que ele escarnece. Eis o que diz:

 

"Provamos neste capítulo que a Igreja Católica prega que:

1)   Jesus não é o Salvador, mas sim, Juiz;

2)   O ofício de Jesus é julgar e punir, não salvar;

3)   O ofício de salvar o pecado pertence a Maria, não a Cristo;

4)   O coração de Maria é o caminho que nos conduz a Deus;

5)   Maria é a única advogada dos pecadores;

6)   Maria é a verdadeira mediadora entre Deus e os homens;

7)   O pecador não deve recorrer a Cristo, mas, sim, a Maria;

8)   Ninguém pode entrar no Céu sem passar pela porta que é Maria;

9)   Maria morreu para nos salvar;

10) Maria ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia;

11) Maria está no Céu em corpo e alma;

12) Maria é a Rainha do Universo;

13) Maria vai salvar a humanidade;

14) Jesus é o justo Juiz. e Maria, a advogada;

15)O Reinado da misericórdia pertence a Maria, e o Reinado da justiça pertence a Deus;

16) Maria é Mãe de Deus;

17) Maria é Nossa Senhora;

18) Maria é a escada do Paraíso;

19) Quem não é devoto de Maria está perdido nas trevas;

20) Maria é digna de um culto especial, chamado Hiperdulia, isto é, superculto;

21) Maria se manteve virgem por toda a sua vida;

22) Jesus é o único filho de Maria;

23) As estátuas de Maria podem sangrar, chorar, sorrir, exalar fragrância e até falar;

24) A casa na qual Maria vivia em Nazaré, foi transportada por anjos para Loreto, Itália;

25) Maria é onividente;

26) Maria é toda poderosa junto a Deus; etc.

 

Geralmente, os católicos carismáticos não têm se demonstrado menos endeusadores de Maria do que os católicos tradicionais; pois nos livros e revistas desse movimento encontramos as seguintes heresias:

 

1) A morte veio por Eva, e a vida por Maria;

2) Maria é a Estrela da manhã;

3) Maria é a porta do Céu;

4) Aleluia a Maria, etc.

 

Como já sabemos, há, segundo o jornal O Globo, de 28/08/1998, um grupo formado por católicos, pleiteando junto ao Vaticano que Maria seja reconhecida como a 4a (quarta) Pessoa da Divindade.

A finalidade deste livro é a salvação de pessoas sinceras, porém iludidas, vítimas do Catolicismo Romano".

 

 

QUE DIZER?

Evidentemente o autor de tais dizeres apresenta uma imagem deturpada. Vejamos

 

2.1. A autêntica Mariologia Católica

 

Existe um só Salvador e Mediador - Jesus Cristo -, que por seu sangue derramado no Calvário realizou a Redenção do gênero humano. A salvação assim adquirida não é imposta, mas oferecida a todos os homens; cada qual deve abrir-se para o dom de Deus, fazendo sua renúncia ao pecado e dizendo SIM a Cristo. Nessa tarefa é ajudado pela intercessão dos irmãos e, especialmente, pela da Mãe Maria SSma. Esta, na qualidade de Mãe do Redentor e dos homens, desenvolve um papel próprio de advogada, sem porém acrescentar algo aos méritos de Cristo. Assim Jesus, único Mediador, quer associar a si, para a salvação da humanidade, a mesma natureza humana que contribuiu para a perda do gênero humano. Maria ocupa o lugar de honra nessa obra. Ela não nos salvou pela sua morte. Sabe-se que foi assumida aos céus, mas não se pode dizer que ressuscitou ao terceiro dia. A sua função de intercessora-medianeira é dom de Cristo. Este nada perde ao comunicar aos Santos uma participação na obra salvífica da humanidade, como o professor que comunica sua sabedoria aos alunos nada perde e faz que se multipliquem os sábios.

 

Em síntese: Maria não salva, mas recebe o dom de colaborar na salvação do gênero humano mediante suas preces muito valiosas, porque preces de Mãe.

 

2.2. A devoção a Maria

 

A notícia transmitida pela imprensa profana segundo a qual alguns grupos católicos desejam a proclamação de Maria como a quarta Pessoa da SSma. Trindade, está mal formulada. O que alguns pleiteavam, era a definição de Maria SSma. como Medianeira de todas as graças -postulado este que foi posto de lado pelo Papa João Paulo II.

 

Por mais incrível que pareça, a devoção a Maria brota do cristocentrismo da piedade cristã. Com efeito; o ideal do cristão é configurar-se a Cristo (cf. Rm 8, 29). Ora havia em Cristo dois sentimentos fundamentais: um olhar de amor ao Pai, de quem recebera na eternidade a sua natureza divina, e um olhar para Maria, de quem recebera a sua natureza humana sem o consórcio do varão. Disto se segue que o configurar-se a Cristo implica também dois olhares profundos do cristão: um olhar para o Pai do céu (a quem vamos mediante o Filho no Espírito Santo) e um olhar pra Maria, a Mãe celestial do cristão. Assim entendida, a devoção mariana torna-se consequência natural do Batismo do cristão, não há como descartá-la, como se pode descartar a devoção a Santa Bárbara ou a São Jerônimo.

 

Quanto às aparições marianas e os fenômenos anexos (sorriso ou pranto de imagens), são discutíveis, pois não se impõem à fé.

 

3. O Perdão dos Pecados

 

Muito veemente é o capítulo 5 da apostila intitulado "O falso perdão e o rentável purgatório". Em síntese diz o seguinte:

 

"O perdão que Deus nos dá não anula a nossa sentença (condenatória), mas tão somente diminui a nossa pena. Portanto para cada pecado perdoado há uma pena menor a ser cumprida. Se essa pena menor não for cumprida aqui, será cumprida após a morte, no estado chamado purgatório.

 

A Igreja Católica não prega o Evangelho, porque não prega a totalidade e instantaneidade do perdão. Não prega o Evangelho, já que este é a Boa-Nova de que Jesus pagou toda a nossa dívida, sofrendo as consequências dos nossos pecados em nosso lugar".

 

QUE DIZER?

 

J. Santana critica uma doutrina que os católicos não professam. Com efeito, ele imagina a Justiça Divina à semelhança da justiça humana. Entre os homens, quando um juiz profere a absolvição de um réu, este pode ir-se tranquilamente, pois o caso está encerrado; ele se vai absolvido, "perdoado", mas portador das paixões desregradas que o levaram ao crime; está inocente por fora, mas podre ou desordenado por dentro. Ora os protestantes transferem essa realidade para o plano das relações do pecador com Deus: Jesus Cristo mereceu o perdão do Pai para todos os pecadores, de modo que, quando Deus absolve um pecador, não há mais que pensar no pecado absolvido. O cristão continua cheio de impulsos desregrados, mas Jesus o cobre com seu manto de santidade e o pecador assim recoberto entra na bem-aventurança celeste. Esta concepção tem sua base na tese de Lutero segundo a qual o homem está vendido ao pecado e não pode livrar-se da desordem interior que lhe é congênita; por conseguinte no céu há portadores de desordem interior que passam por justos porque acobertados por Cristo, que realiza a "justificação forense ou meramente jurídica": o pecador, como pecador crente, tem direito a ver Deus face-a-face porque "traja a capa de um justo". Tal é a doutrina protestante, que consequentemente dispensa qualquer tentativa de erradicar o pecado seja nesta vida, seja no além (no purgatório). Não há que pensar em purificar-se do que não pode ser eliminado.

 

Bem diversa é a doutrina católica. O católico tem consciência de que, mesmo após a absolvição do pecado, lhe ficam na alma as raízes do pecado ou a concupiscência desregrada. Ele é chamado a ver Deus face-a-face (cf. 1Jo 3. 1-3; 1Cor 13, 12), mas não poderá comparecer diante da face de Deus se trouxer consigo resquícios do pecado; daí a necessidade de purificação após a absolvição. O perdão de Deus é instantâneo e total; recai sobre a culpa, desculpa totalmente, mas o amor desregrado da criatura continua inclinado a tornar ao pecado; fica a propensão a recair, propensão que deve ser erradicada pela ascese nesta vida ou por um repúdio radical no purgatório póstumo.

A necessidade de tal purificação é incutida pelo Apóstolo em várias passagens de suas cartas.

 

"Não sabeis que aqueles que correm no estádio, correm todos, mas um só ganha o prêmio? Correi, portanto, de maneira a consegui-lo. Os atletas se abstêm de tudo; eles, para ganhar uma coroa perecível; nós, porém, para ganhar uma coroa imperecível. Quanto a mim, é assim que corro, não ao incerto, é assim que pratico o pugilato, não como quem fere o ar. Trato duramente o meu corpo e o reduzo à servidão, a fim de que não aconteça que, tendo proclamado a mensagem aos outros, venha eu mesmo a ser reprovado" (1 Cor 9, 24-27).

 

"Os que são de Cristo Jesus, crucificaram a carne com suas paixões e seus desejos" (Gl 5, 24).

 

"O querer o bem está ao meu alcance, não porém o praticá-lo. Com efeito, não faço o bem que eu quero, mas pratico o mal que não quero" (Rm 7, 19).

 

A purificação do coração que o Apóstolo apregoa e que a Igreja Católica proclama, não é castigo, não é multa devida ao pecado, mas é concessão da misericórdia divina, que concede ao homem a ocasião de se preparar para a visão de Deus face-a-face. O purgatório não é punição graduada de acordo com a gravidade das faltas já absolvidas, mas é a antecâmara do céu, em que espontaneamente a alma se livra dos resquícios do pecado, repudiando-os cabalmente. A doutrina católica, à diferença da protestante, julga que tal purificação é possível por graça de Deus e que a criatura na visão beatífica não é um palhaço revestido com o manto de um rei.

 

Aliás a doutrina do purgatório é patrimônio do povo de Deus desde os tempos pré-cristãos; ver 2Mc 12, 38-45 e 1Cor 3, 10-15.

 

4. Conclusão

 

Em última análise, a agressividade que J. Santana dirige contra a Igreja Católica, é dirigida contra Cristo, que terá negligenciado a sua Igreja, apesar da promessa de lhe assistir infalivelmente até o fim dos tempos (ver Mt 28, 18-20). Com efeito, Jesus fundou uma Igreja ("minha Igreja" em Mt 16, 18), que Ele confiou a Pedro e seus sucessores, prometendo-lhes assistência até a consumação da história. Terá Jesus esquecido quanto prometeu? Terá falhado na preservação da sua obra, de modo que só no século XVI começaram os cristãos a viver o autêntico Cristianismo? Quinze séculos decorreram no paganismo? - Quem ousaria acusar Jesus desta maneira? Seria blasfêmia.

 

Ele não esqueceu a sua Igreja, mas permitiu que o inimigo nela disseminasse o joio sem detrimento para o trigo; este vai crescendo normalmente ao lado do joio. Quem procura o trigo de Deus, encontra-o na Igreja que Deus fundou e não o vai buscar numa comunidade fundada por homens ditos "reformadores", que se improvisam às centenas. A Igreja Católica é Santa Mãe portadora de filhos sujeitos ao pecado, mas guarda incólume o patrimônio que Jesus Cristo lhe legou.

 Dom Estêvão Bettencourt (OSB)

https://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?pref=htm&num=1654

Leia-o também em : www.larcatolico.webnode.com.br

 

Contacto

Larcatolico (86) 99852 - 9018 aquinocatequista@hotmail.com