Destruindo o mito dos irmãos de Jesus

12-12-2013 17:37

 

 

Destruindo o mito protestante que afirma:

 "Maria teve mais filhos"


 

Os irmãos protestantes dizem que Maria não permaneceu virgem, mas que ela teve outros filhos e citam os Evangelhos que falam dos "irmaos de Jesus" (Mt 13,56 e Mc 3,31). Se Jesus teve irmãos dizem eles, Maria teve outros filhos. Também pensam que "recebeu a sua mulher" (Mt 1,25) quer dizer que José teve relações com Maria e que chamar Jesus de "primogênito" (Mt 1,25) quer dizer primeiro nascido entre outros filhos.

Interpretam "antes de coabitarem" (Mt 1,18) como se a palavra "coabitar" significasse ter relações e Finalmente os irmãos dizem que "não a conheceu até dar a luz" (Mt 1,25), como se depois de dar a luz a Jesus Cristo, Maria e José finalmente haviam tido relações.

Mas qual a evidência bíblica?

a) A palavra irmão tem muitos significados na Biblia

" A palavra grega para irmão é ADELPHOS e para irmã ADELPHE. Certamente estas palavras podem também se referir a irmãos e irmãs espirituais, termos estes, como se usam na igreja cristã ou a parentes proximos como primos" [1]

No Antigo Testamento se utiliza a palavra irmão em lugar de primos:

"Moisés chamou Misael e Elisafon, filhos de Oziel, tio de Aarão, e disse-lhes: “Vinde e levai vossos irmãos para longe do santuário, fora do acampamento”." Lv 10,4

Em Gênesis Abrão (Abrãao) disse a Lot: " somos irmãos " (13,8). Lot era seu sobrinho (Gn 11,27; 12,5). No segundo livro de Samuel usa-se a palavra irmão para indicar membros da mesma raça e o mesmo povo: "vós sois meus irmãos" (II Sm 19,12 ver Ex 2,11). "Reuniu os filhos de Aarão[...] e seus irmãos, cento e vinte [...] filhos de Merari [...] e seus irmãos, duzentos e vinte (1 Cr 15, 4-6 Ver seguintes versículos e 2 Rs 10, 13-14 também). A mãe de rebeca chama-a de irmã (Gn 24, 55-60). Moisés chama de irmãos os filhos de Aarão, que eram seus sobrinhos (Lv 10,1-6). Os sacerdotes se chamam de irmãos devido seu cargo (I Cr 24,30-31)

No Novo Testamento lemos:

"Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração."(Mt 18,35)

"Disse-lhe Jesus: Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes[...]." (Jo 20,17-18)

"Disse-lhes Jesus: Não temais! Ide dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia, pois é lá que eles me verão." (Mt 28,7-10).

Irmão é todo aquele que crê em cumpre:

" Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. " (Mt 12, 46-50).

Felipe é chamado de irmão de Herodes Antipas, ainda que era seu meio irmão. (O Felipe de Lc 3,1 não é o mesmo de Lc 3,19)

Porque toda esta ambigüidade? Porque o hebraico e o aramaico (idioma de Cristo e seus discípulos) não possuia uma palavra específica para "primo". Utilizavam "irmão" ou " o filho da irmã de meu pai". mas ao invés deste ultimo, era mais facil dizer "irmão".Os autores do N.T. estavam acostumados a fazer isso.

Quando falavam em grego, aqueles que traduziram o grande rolo (os Setenta) fizeram o mesmo. Na tradução dos Setenta a palavra heraica para irmão ou parente foi traduzida como ADELPHOS, que em grego significa "irmão", ainda que o grego possua uma palavra própria para primo: ANEPSIOS, os tradutores da Septuaginta preferiam utilizar ADELPHOS [...]. Por isso é necessário investigar mais saber o verdadeiro significado dos "irmãos de Jesus"

Não podemos tomar a palavra irmão literalmente como "irmão carnal" porque esta palavra se refere a duas pessoas que tem o mesmo pai, mas Jesus não teve um pai mortal, mas que foi concebido pelo Espirito Santo. Se os quatro "irmãos" citados são seus irmãos carnais, eles teria, o mesmo pai que Jesus. Os quatro "irmãos" seriam verdadeiramente "meios irmãos", o que a Biblia não cita.

b) A Biblia diz que os irmãos de Jesus são Tiao , José, Simão e Judas (Mt 13,55). Mas olhando em outros lugares na Biblia, vemos que estes homens tiveram outro pai carnal, enquanto que o pai de Jesus era José, o carpinteiro. Nas três primeiras listas dos nomes das mulheres que vão ao sepulcro e na quarta com os nomes das mulheres ao pé da cruz, notamos que a mãe de Tiago e de José é outra Maria:

Mt 27,56 : Entre elas se achavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.

Mc 15,40: Achavam-se ali também umas mulheres, observando de longe, entre as quais Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé. (ver 16,1)

Jo 19,25 " Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. "

Nota-se que Tiago e José "os irmãos de Jesus" em Mateus 13,56, eram filhos de Maria a mulher de Cleofas [2] possivelmente parente de Maria, a mãe de jesus e esposa de José. Maria a mãe de Jesus não foi ao Sepulcro.

Em sua carta o Apostolos escreve "Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago" (Jd 1). Se Tiago e Judas eram irmãos de Jesus, sendo eles "irmãos também" (Atos 1,13). Porque Judas somente diz servo de Jesus Cristo e não acrescenta "irmão" d'Ele, como o faz com seu irmão Tiago?

Segundo o historiador Eusébio, Simão era filho de "Maria (mulher) de Cléofas" (Eusébio de C. Hist. Eccl. III 2,32).

c) Lucas 2,41 nos mostra a Família de Nazaré: "Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa.". No versiculo 51 fala somente de um filho: "Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso.". Não nos dá nenhuma indicação de que havia outros irmãos.

d) Em João (19, 26-27), Jesus pediu a João que cuidasse de Maria. Se houvesse outros irmãos isto não seria necessário (nem legalmente correto) que João o fizesse. Alguns irmãos dizem que se Jesus teve outros irmãos mas pediu a João porque ele acreditava, enquanto eles não acreditavam em Jesus até que ressucitasse (At 1,13). Mas se Jesus sabia que eles iam crêr nEle após a ressurreição. Porque a não a entregaria a "seus irmãos" mesmo que demorassem três dias para crer?

e) Marcos diz: "Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? " (Marcos 6,3). O mesmo em Mt 13,53. Nao diz "um dos filhos de Maria". A Biblia nunca fala "os filhos de Maria" mas "os irmãos de Jesus" . Sempre que fala de seu Filho é no singular (tampouco diz "filho de Maria, mão de Tiago, José, Lucas e Simão) . Lucas diz: "darás à luz um filho" (Lc 1,31)

f) Cada vez que na Biblia um anjo anuncia a uma mulher que conceberá de maneira milagrosa (por esterelidade, velhice, virgindade), está mulher sempre tem UM FILHO,O FILHO ÚNICO.

Em Gênesis Deus fez um milagre com Sarai e seu filho Isaac, que é seu unico filho (Gn 18,10)

Outro milagre Deus fez com Manoa, dela nasceu Sansão, seu único filho (Jo 13,3). Aqui é interessante a comparação das palavras com que o anjos Gabriel diz a Maria:

"O anjo do Senhor apareceu a esta mulher e disse-lhe: Tu és estéril, e nunca tiveste filhos; mas conceberás e darás à luz um filho." Jz 13,3

Em Lucas 1,13 outro milagre, desta vez com os pais de João Batista. É o mesmo com Maria. Não se rompe o esquema, ele é o unico filho deles [3]

g) Quando Gabriel disse a Maria que ela seria a mãe de Jesus, ela colocou como objeção: "não conheço varão" (Lc 1,34), mesmo estando ela desposada com José. Aqui a palavra "conhecer" equivale a relações intimas que inclui as sexuais. Somente quando o anjo afirma que: " O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus." que Maria concerne em cumprir a vontade de Deus (Lc 1,35). A maneira estranha com que Maria respondeu (v.34) indica que ela havia pensando em permanecer virgem. Seu filho Jesus falaria em não ter relações como alguns faziam por causa do Reino dos céus (Mt 19,12). Senão, como entender sua resposta de "não conhecer" a um homem sabendo que estava comprometida com um e que depois de consumar seu casamento poderia ter relações e assim ter um filho? [4]

Ainda neste assunto, cabe-nos mencionar que Orígenes, Clemente de Alexandria e Justino Mártir mencionamm ao Proto-Evangelho ou referem-se a incidentes relativos ao nascimento de Jesus da mesma maneira. Johannes Quasten diz: "O principal fim desta obra é provar a virgindade perpétua e inviolada de Maria, antes do parto, no parto e depois do parto" (Patrología I, B.A.C., españa, 1991, p. 127).

O expert da Bíblia reconhecido no mundo todo, Ignácio de Potiers, diz que não é que Maria tenha feito um propósito consciente de permanecer virgem mas que é uma "orientação e uma inclinação profunda de viver virginalmente, de um profundo desejo de virgindade que Maria experimenta e vive existêncialmente, mas que não há como se tomar a forma de uma resolução" (p.59). Diz ainda que esta intenção vem de haver sido preparada por Deus e por ser "cheia de graça" [5]. Ignácio faz uma comparação entre o que Maria diz "Não conheço varão" (Lc 1,34) (o msmo que dizer, eu sou virgem), com o que ele diz: "não há nada parecido em toda a Bíblia" como o voto de Jéfté em Juizes 11,39 (Ver v.39 da tradução espanhola: ela nunca conheceu varão e Juizes 21,12 "não tinham conhecido varão").

Ignácio diz que estes são expressados no passado enquanto que Maria fala no presente: "eu não conheço". Sendo Maria desposada com varão, significa que ela queria continuar virgem. Isto para ele (e cita outros eruditos para apoiar sua posição) é a melhor maneira de explicar o que disse Maria ao anjo.

h) Deus deu o sinal ao povo para que eles reconhecessem quem seria o messias: a virgem conceberá e dará a luz um filho e seu nome será Emanuel (Is 7,14). A maneira como as pessoas identificariam que Jesus é o Messias é que sua mãe seria uma virgem que daria a luz. Se Maria houvesse tido vários filhos, quer dizer que havia perdido sua virgindade, que garantia teria os judeus depois de anos para crer que Jesus era o Messias, filho da Virgem? Já que podiam supor que a historia de que havia concebido pelo Espirito Santo era falsa. Por isso o sinal. Se Maria teve somente um filho, fica mais facil crer que é a virgem profetizada por Isaías. E se continuou intacta, sem ter relações com José, os judeus não poderiam negar que Jesus foi concebido pelo Espirito Santo, a menos que Jesus não fosse seu filho. É como o sinal que os pastores buscaram para reconhecer a Jesus: "Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura." (Lc 2,12). Se José e Maria o houvessem envolto em cobertor e não o tivessem colocado numa manjedoura, o sial haveria de se perder.

i) Quando os evangelhos nos falam dos "irmãos" de Jesus, aparecem sempre como maiores que Jesus em idade, pois se deixa dar conselhos: "Seus irmãos disseram-lhe: Parte daqui e vai para a Judéia, a fim de que também os teus discípulos vejam as obras que fazes." e repreender-lhe: "Quando os seus o souberam, saíram para o reter" (Mc 3,21). Por isso se Jesus era o primogênito havia ido contra os costumes judaicos e do Oriente, da qual, somente era permitido aos irmãos mais velhos, mas não vice-versa. O mais velho aconselhava e mandava no mais novo. (Gn 37,21-22).

Quando Jesus tinha doze anos, subiram a Jerusalém para levá-lo ao templo. Os judeus tinham o costume de levar seus filhos para acostumá-los. Lucas diz que iam com seus pais todos os anos (Lc 1,41). Se Maria teve mais filhos ela deveria ficar em casa cuidando deles, já que deveriam ser pequenos e pelo costume a mulher não estava obrigada a subir para Jerusalém:

" Segundo Lc 2,7 Jesus foi o primogênito de Maria. Agora bem, segundo o mesmo (Lc 2,41-52), Maria tomava parte na peregrinação da páscoa, o que não seria compreensível se tivesse tido filhos pequenos e que os abandonasse por quatorze dias. Se Maria houvesse tido os filhos depois desta peregrinação, no inicio da vida pública de Jesus, estes deveriam ter apenas vinte anos e jamais poderiam poderiam mostrar (ao menos nos costumes orientais) uma atitude tão livre, quase de tutela, como se descreve em Mc 3,21, 31-35 e Jo 7:2-5" ( Dicionário de Teologia Biblica por Bauer, Edit. Herder, p. 448).

j) No livro dos Atos lemos: " Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele." (Atos 1,14). Aqui Lucas diz que Maria é somente a mãe de Jesus e a separa os irmãos. Porque não disse "com Maria a mãe de Jesus e seus irmãos" em vez de "e os irmãos dele" ? ( O grego é bem claro neste sentido [6] )

k) É comum na Bíblia, quando se apresenta uma geneologia de uma pessoa importante, mencionar toda a familia, mas Lucas fala somente de um filho de José: "Quando Jesus começou o seu ministério, tinha cerca de trinta anos, e era tido por filho de José, filho de Heli, filho de Matat" (Lc 3,23)

l) Em um artigo intitulado " A Virgindade depois do Parto: o Sentido de fato" por A. Sierra encontramos outro argumento que vou citar, ainda que seje um pouco grande, para não perder seu sentido:

" [...] Creio que a este respeito (permanecer virgem) é muito claro uma passagem de Filón de Alexandria (45 d.V.). Estritamente falando, ele ainda pertence ao AT, a reflexão que vamos citar de seus escritos antecipa os tempos do NT [...] Descorrendo sobre Judá, Filón diz que é o fruto perfeito ... (De Somniis I, 37). Em hebraico, Judá significa "confessar (louvar) ao Senhor" (De plantatione, 134), como tal, ele é a ação de graças em pessoa (De Somniis I, 37; Legum Allegoriae III, 26,146). E não há duvida, comentar Filón, de que quando a alma chega a celebrar a Deus e reconhecê-lo como criador de tudo, não pode expressar nada melhor (Legum Allegoriae, 95). Isto é, o maior para uma criatura.

" E assim porque Lia, como diz as Escrituras, depois de haver gerado a Judá, seu quarto filho, parou de ter filhos (Gen 29,35). A razão é evidente. Judá que quer dizer louvor a Deus, é o vértice da perfeição. Celebrar o pai de todas as coisas é mlhor e o mais perfeito dos frutos que jamais sairá do seio de uma gestante (De Palantatione, 135)

" Por isso Lia não mais dá a luz. Ela não sabia a que outra coisa dirigir-se, ao haver alcançado o limite supremo da perfeição (ib). Depois daquele nascimento, Liz pois fim, ou melhor, colocou para sua prole um final. Em efeito - assim pensa Filón- ela advertiu que os orgãos de sua potência geradora havia se tornado árido e estéril, porque dela havia florecido o fruto perfeito, Judá, a ação de graças. (De Somniis I,37).

"Provemos agora ao fazer a transposição cristológica desta pagina filoniana e perguntemo-nos: Porque Maria, não levou em seu seio outra prole que Cristo? Não é absolutamente porque tal geração tenha apenas um que seja impuro, mas porque acolheu em seu seio aquele Filho, no qual, sendo Deus, era o ESJATON, a perfeição, o absoluto. Ao converter-se em morada vivente do Verbo Encarnado, Maria relamente ( para usar as palavras de Filón) não sabia ao que se dirigir, por haver alcançado o ápice da perfeição. Como nas talhas de Caná, assim o seio de Maria com a encarnação se encheu até as bordas (Jo 2,7). Dizendo sem metáforas: se a comunhão com Deus é a finalidade suprema da criação e da aliança (Cf. Jo 17,21-24), poderia a Virgem desejar algo mais, algo melhor, uma continuação em outros filhos? Certamente que não. Em virtude da maternidade divina, ela ficou tão repleta de Deus em seu corpo e espirito, que sua existência alcançou plenamente suas expectativas de criatura. Aquele Filho (sua pessoa, sua obra, o serviço a Ele oferecido pela fé) o era Todo para Maria, como o Pai o era para Jesus" [7]

m) ainda que apocrifo, o livro A Ascensão de Isaias (11, 2-17) da primiera metade do segundo século fala que Maria permaneceu virgem. Isto demonstra que o ensino da virgindade foi digno de fé há muito tempo.

n) Alguns eruditos da Biblia argumentam que se os "irmãos" de Jesu haviam sido filhos de Maria, a forma de nomeá-los segundo o costume judaico era: "aqui estão sua mãe e dos filhos de sua mãe" . Esta era a forma correta de expressar-se e não como é escrito "aqui estão seus irmãos".

o) O escritor protestante Francisco Sampedro comenta que: "Em alguns textos aparece separado "Maria a mãe de Jesus e seus irmãos" (At 1,14) e " filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão" (Mc 6,3). A relação de Maria com Jesus e a relação de Maria com os outros aparece como diferente" ( ver Pentecostais 1989, pp.117-118.)

p) o reformador protestante João Calvino defendeu com muita força a virgindade perpétua de Maria. Comentando a passagem de Mt 13,55 ss afirma que os irmãos de Jesus não são outros filhos de Maria, mas todos parentes: "Sustentar o oposto significa dar provas de ignorância, de loucas sutilezas e de abuso da Escritura".

q) Recentemente foi publicado um artigo do famoso biblista Jerome Murphy-O'Connor aonde escreve: " eu diria que os irmãos de Jesus eram mais velhos. Eu sugeriria que eram filhos de José de um matrimônio anterior [ao de Maria]. Isto está confirmado pelo fato de que Jesus era conhecido como "filho de Maria" um jovem era conhecido pelo nome de sua mãe SOMENTE QUANDO HAVIA MAIS DE UMA ESPOSA DO MESMO PAI. Os primeiros cristãos não eram tontos. Como poderiam pensar que Maria era uma virgem perétua, se de fato, tinha seus filhos depois de Jesus" no U.S. Catholic, dec. 1996, p.8)

r) traremos a continuação de um excelente argumento sobre o entendimento biblico no tempo de Jesus sobre o tema. Foi retirado da Associação dos Catolicos Hebreu [8]:

A VIRGINDADE PERPÉTUA DE MARIA DO PONTO DE VISTA JUDEU

Desde os antigos dias bíblicos, o adultério acarretou como um sentido de profanação, é assim que uma mulher que uma mulher que houvesse tido contato com outro homem ainda que sendo a força, já não podia estar com seu esposo (Gn .49, 4; 2 S.20, 3; 16, 21-22, Livro do Jubileu 33, 6-9; Epstein, Lei do Matrimonio no Talmud, p. 51). O código deuteronômico ensina que uma mulher esteja divorciada de seu esposo e que contraia matrimonio com outro homem, não pode regressar a seu esposo anterior (Dt 24,4). Como diz o Senhor atraves do profeta Jeremias: Se um homem repudia a mulher, e ela o abandona para tornar-se mulher de outro, tornará o marido a recebê-la? Não ficará esta terra gravemente profanada? (Jer 3, l; ver Targum a Dt.24, 1-4).. Na lei rabinica uma lher que tenha cometido adultério está "corrompida" e não pode continuar sendo a mulher de seu esposo, mas que deve se divorciar [9]. Alem de que, qualquer contato intimo da esposa com um homem judeu ou gentio, potente ou impotente, natural ou não natural, obriga ao divorcio [10].

PROMETIDO:

Na lei judaica um homem prometido a uma mulher era considerado legalmente casado com ela. A palavra prometido para o hebreu é Kiddush, umapalavra qye deriva da palavra hebraica Kadash "sagrado", "consagrado", "apartado". Porque pelo compromisso (Como em Mt 1,18; Lc 1,27), no matrimonio uma mulher passa a ser propriedade de seu esposo, proibida para outros.

A Lei Oral de Kiddushin ( Matrimônio e Compromissos ) estabelece: "O esposo por casar-se com a jovem, a separa de todos como se fosse consagrada ao templo (Corban) e fora do lacance de todos os outros". (Kiddushin 2b, Talmud Babilonio).

Sabemos pelo Evangelho de Mateus 1,14 que Joé, o esposo de Maria, era um homem justo, um judeu devoto, fiel a lei. Havendo notado que Maria estava grávida e que ele seu prometido, não havia tido nada que ver com sua gravidez, José podia quer seja condená-la publicamente ou entregá-la para dar-lhe a morte por adultério (Dt 22,22-29) ou recusa-la em particular.

Tomou sua decisão quando um anjo lhe apareceu nos sonhos dizendo: "José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados." (Mt 1,-20-21). O anjo não usa a frase para a união marital: "chegar a ela" ( como em Gn 30,3,4 e 16) ou mesmo "juntar-se ou unir-se" (Mt 1,18, mas meramente uma palavra significado conduzi-la a sua casa como sua esposa (paralambano gunaika) mas não coabitando com ela.

Quando o anjo lhe revelhou que maria certamente era a esposa do Espirito santo, José pode levar Maria, sua prometida, a sua casa como sua esposa, mas nunca poderia ter trato sexual com ela, porque de acordo com a Lei, ela lhe estaria proibida para sempre.

ESPOSA DO ESPIRITO SANTO:

Também devemos tomar em consideração que quando Maria escutou pelo anho Gabriel: " Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus."(Lc 1,31) também colocou que isto se realizaria porque "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus." (Lc 1,35)

Para dizer nestes termos, os arcanjo declarou a Maria que Deus entraria em uma relação marital com ela provocando que ela concebesse Seu Filho em seu seio. Para "cobrir com seu poder (reshth) a uma mulher" (targum a Dt. 21,4) foi um eufemismo para "ter uma relação marital com ela".

Assim mesmo, "sombrear" (Lc 1,35) ao despregar seu "manto" sobre uma mulher, foi outro eufemismo para relações maritais. Então, os rabinos comentaram (Midrash Génesis Rabbah 39.7; Midrash Ruth Rabbah 3.9) que Rute estava correta em sua palavra a Boaz na qual teve relações maritais com ela ao dizer: " Eu sou Rute, tua serva, respondeu ela. Estende o teu manto sobre a tua serva, porque tens o direito de resgate." (Rute 3,9)

Tallith, outra palavra hebraica-aramaica para manto, é derivada de Tellal=sombra. Então "estender o manto de alguém (tallith) sobre uma mulher " significava coabitar com ela (Kiddushin 18b, ver também Mekhilta em Êxodo 21, 8).

Deus não disse a sua esposa Israel: Porque eu sou vosso esposo (Jer 3,14) e será teu dono e teu esposo (Is 54,5), um marido para eles, diz o Senhor (Jer 31,32) E que palavra intima não disse Deus a sua esposa? "E eu te fiz multiplicar como a erva dos prados. Cresceste. Ficaste moça. Teus seios se formaram, veio-te o pêlo. Mas estavas nua, inteiramente nua.Passando junto de ti, verifiquei que já havia chegado o teu tempo, o tempo dos amores. Estendi sobre ti o pano do meu manto, cobri tua nudez; depois fiz contigo uma aliança ligando-me a ti pelo juramento - oráculo do Senhor Javé - e tu me pertenceste." (Ez 16,7-8)

MARIA PROIBIDA A JOSÉ:

Havendo sido informado em sonhos por um anjo sobre a gravidez dela e talvez depois por Maria sobre as palavras pronunciadas a ela pelo anjo Gabriel sobre a anunciação, José entendeu que Deus o havia escolhido como esposo para Maria. Ela agora estava lhe proibida por toda a vida e por bem da criança e de Maria, ele somente podia viver com ela em uma relação absolutamente casta.

Viver em celibato dentro do matrimonio não desconhecido pela tradição judaica. Se diz pela tradição, que Moisés era sendo casado, permaneceu casto o resto de sua vida depois da ordem dada de abster-se de ter relações sexuais (Ex 9,15). Em preparação os setenta anciãos se abstiveram mais tarde de suas esposas depois de seu chamado, e assim o fizeram Eldad e Medad, quando o espirito de profecia caiu sobre eles, certamente se diz que os profetas se tornaram célibatarios depois que a palavra de Deus se comunicou a eles [11].

O CELIBATO DE ACORDO COM A TRADIÇÃO:

Elias e Eliseu foram celibatários toda a sua vida [12]. Quando pela Torá,(num profundo estudo desta) um rabino se abstivesse de ter relações com sua esposa, isto era permissível porque então estava coabitando com o Shekinah (a "Divina presença") na Torá. [12].

É bem certo que os rabinos falaram concerniente a obrigação dos homens de contrair matrimonio e de procriar "Aquele que se abstenha de procriar é considerado como se tivesse derramado sangue" [14]. De acordo com o Yebamoth 62b, B.T.um homem somente é meio homem sem uma mulher, citando Gn 5,2, aonde diz: "Criou-os homem e mulher, e os abençoou, e deu-lhes o nome de homem no dia em que os criou."

Se uma pessoa é fiel ao estudo da Torá (dedica todo seu tempo nela), como Simeão ben Azzai, pode ser remido de sua recusa a casar-se" (Skulkhan Arukh EH 1:4). O sábio rabino Simeão ben Azzai (antes do Seculo II dC) estava extraordinariamente em seu aprendizado." com o passo de Ben Azzai passaram sabios diligentes pela terra" (Sotah 9:15). Nunca se casou e foi celibatário toda a sua vida para não distrair-se de seus estudos e porque considerou a Torá sua esposa, para qual pois toda a sua alma (Yebamoth 63 b). Foi um sábio sobresalente (Kiddushin 20a, B.T.) também conhecido por sua santidade (Berakoth 57b, B.T.).

A tradição judaica também meciona o celibatario Zenu'im (Lit. "castos") a quem foi confiado o Nome Secreto de Deus e assim poder preservar o Santo Nome em "perfeita pureza" [15].

Aqueles com a esperança de uma revelação divina consequentemente se abstiveram de ter relações sexuais e foram estritos em matéria de pureza (Enoc 83,2; apo.14,2-5).Philo (Apol pro Judaeís IX, 14-17), Josefo (Antiq XVIII. 21) e Hipploytus (Philosophumiena IX, IV, 28A) escreveram sobre o celibato dos Essênios Judeos centenas de anos antes do descobrimento de seu establecimento em Qumrán, próximo ao Mar Morto.

Philo Judaeus (c.20 a.C.-50 d.C.), um filósofo judeu, descreveu as mulheres judias que eram vírgens e se haviam conservado castas não a força, como algumas sacerdotisas gregas, mas por sua propia vontade, por seu ardente desejo de Sabedoria. "Desejosas de ter Sabedoria para seus irmãos, desprezaran os prazeres da carne e não desejaram descendência, mas aquelas crianças que somente a alma que é querida por Deus pode fazer nascer" (Philo, Cont.68; também ver Philo, Abr. l00).

Porque "os castos são recompensados recebendo iluminação da oculta luz celestial" (Zohar 11. 229b-230a). Porque "se o entendimento está seguro e intacto, livre da opressão e das iniquidades ou paixões... poderá claramente ver tudo o que seja digno de contemplação" (Philo, Sob.l.5). E o inversa, "o entendimento do homem amoroso é cego e não pode ver essas coisas que valem a pena ver... coisas dignas de ver as quais são maravilhosas de perceber e desejáveis" (Philo, Q. Gén.IV.245).

JOSÉ COMO CELIBATÁRIO

Como receptor da grande revelação de que o concebido no seio de Maria, era do Espirito Santo e que a criança que estava para nascer seria destinado a salvar seu povo de seus pecados, seguramente José, por ser chamado a cuidar de Maria e seu Filho pelo restante de sua vida, sendo isso que o anjo afirmou quando disse que tomasse Maria como sua esposa.

Podemos racionalmente assumir que agora Maria compartilhava com tudo o que disse o arcanjo Gabriel. Nada mesmo que uma pessoa, o Filho de Deus (Lc 1,35), ia ser confiada a seu cuidado sob o refugio de seu humilde casa, agora a Sanctasanctórum. A tradição judaica menciona que, ainda as pessoas deviam abster-se de ter relações sexuais com suas esposas somente por três dias anteriores a revelação do Monte Sinai (Ex. 19,15), Moisés escolheu permanecer casto pelo resto de sua vida com a total aprovação de Deus. Os rabinos explicaram que isso se deve porque Moisés entendeu que estava designado a comunicar-se pessoalmente com Deus, não unicamente no Monte Sinai, mas em geral, através dos quarenta anos de permanencia no deserto. Por esta razão, Moises ficou "separado da mulher" permanecendo em santidade de separação para estar ao serviço de Deus em todo o momento, citaram a ordem de Deus a Moisés em Deuteronômio 5,28 (Midrash Exodus Rabbah 19:3 e 46.3).

Outra vez, podemos estar seguros que José permaneceu célibe toda a sua vida porque através de seus anos de casado, esteve diariamente em comunicação e ao serviço de Jesus, a Palavra de Deus encarnada.


OS OUTROS ARGUMENTOS DOS IRMÃOS

Primogênito não quer dizer somente, o primeiro nascido de outros filhos, mas significa ocupar um lugar especial: elegido, consagrado. Uma mulher que morra dando a luz a seu primeiro filho, se diz que é o primogênito ainda que não tenha irmãos. Os salmo 89 diz que Davi ( o último de oito filhos ) é chamado primogênito por Deus:

"Ele me invocará: Vós sois meu Pai, vós sois meu Deus e meu rochedo protetor. Por isso eu o constituirei meu primogênito, o mais excelso dentre todos os reis da terra." (Sal. 89, 27-28). Em Gênesis Jacó recebeu as bençãos de primogenitura (Gn 25,31-34) mesmo tendo nascido depois de Esaú (Gn 25,25-26). Efraim é chamado de Primogênito em Jeremias 31,9 sendo o segundo filho de José (Gn 41,52). Jesus é o primogênito dos mortos (Apo 1,5), mas não o primeiro a morrer. Ele ocupa um lugar especial por ser a testemunha fiel até a morte. " Tu lhe dirás: assim fala o Senhor: Israel é meu filho primogênito." (Ex 4,22). Chamado "Primogênito" Jesus é o "Alfa e Omega", o Primeiro e o Ultimo. Não existe outro. Isso é o que Col. 1,15-16 quer dizer quando o chama assim.

Israel não é o primeiro povo que Deus criou, mas é um povo consagrado por Ele. Em Zacarias 12,10 vemos que a mesma pessoa é chamada de "primogênito" e "unigênito".

Na Antiguidade Biblica do Pseudo Filon (Seculo I dC), a filha de Jefté é chamada tanto de primogênita como unigênita (39,11). E Epitafio (datado em 28 de janeiro de 5aC), descoberto em 1922 na necrópolis judaica de Tell el Yehudieh, diz sobre uma mulher difunta (Arsinoe):

" Mas a sorte, nas dores do parto de meu filho primogênito, me conduziu ao término da vida" . Ainda que esta jovem mãe morreu no primeiro parto, seu filho é chamado de Primogênito.

Não devemos esquecer que o titulo de primogênito para designar a Jesus tem outro sentido simbólico. Ele é chamado de primogenito de toda a criação (Col 1,5) e de todos os mortos (Col 1,18).

Não a conheceu até que deu a liz não quer dizer que José tenha tido relações com Maria depois. Até que, não equivale ao mesmo que dizer "mas depois sim..." porque em II Samuel vemos:

" E Micol, filha de Saul, não teve mais filhos até o dia de sua morte." (6,23)

Isso não quer dizer que depois de sua morte teve filhos!

" Eis o oráculo do Senhor que se dirige a meu senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu faça de teus inimigos o escabelo de teus pés." (Sal 110,1)

Este Salmo que profetiza Jesus (Atos 2,34-35) não significa que Jesus não siga sentado a direita do Pai (Atos 7,55) depois de que colocou o seus inimigos no escabelo de teus pes.

Em Genêsis 28,15 lemos: "Estou contigo, para te guardar onde quer que fores, e te reconduzirei a esta terra, e não te abandonarei até ter cumprido o que te prometi.”(trad. espanhol). Certamente Deus não deixou Jacó depois. Eis que estareis convosco todos os dias, até o fim do mundo (Mt 28,20). Depois então Jesus não estará conosco? Para ver outros exemplos veja Dt 34,6.

Quando o evangelista diz que José nao conheceu Maria até que ela desse a luz a um filho, ele afirma que José não teve relações com Maria enquanto não nascesse o Senhor. Mas não está afirmando que depois de que Maria deu a luz , tiveram relações. O que Lucas tinha a intenção de frisar é que Jesus nasceu sem intervenção de José.

Nos baseiemos com "recebeu a sua mulher" [16]. Mas com todas as provas que vimos acima e lendo o contexto, sabemos que se trata de José aceitando a Maria como sua esposa porque ele entendia que Maria estava gravida do Espirito Santo depois que o anjo lhe explicou.

Se Maria teve Tiago como filho, como é que os Padres da Igreja creram que Maria permaneceu virgem se seu filho Tiago era bispo de Jerusalém? Ninguém reclamou ser descendente da Familia de José e Maria. Ninguem nos seguintes anos após sua assunção andava dizendo que era irmão carnal ou sobrinho de Jesus.

Por tudo isso concluimos que Maria não teve outros filhos. De fato, na Igreja Primitiva, a primeira pessoa que formulou a idéia de que os irmãos de Jesus eram irmãos carnais foi Elvídio (380 dC). Por quatro séculos os cristãos pensaram assim. Quando Elvídio escreveu isso, o criticaram fortemente.Talvez não seja normal que um matrimonio viva sem relações, mas tampouco é normal que seu filho seja Deus Encarnado!

QUE DISSE A IGREJA PRIMITIVA

O primeiro testemunho da virgindade perpétua de Maria vem do livro apocrifo ProtoEvangelho de Tiago do ano aproximadamente 150 dC.

Hilario de Potiers (354 d. C.): Comentario sobre Mateus 1:4

Atanasio (358-362): Tratado contra os arianos, 2:70. "Maria se manteve e é sempre virgem".

Justino Mártir: Diálogo com Trifón chama Maria "a virgem" e estabelece um paralelismo com Eva, mae da humanidade.

Epifanio de Salamina (374): Ancoratus e Panarion (antídoto contra los erros dos herejes) 78:6.

Por que a Igreja Católica mantém a doutrina da virginidade perpetua de Maria? Porque a Biblia o ensina e porque a Igreja sempre o tem ensinado. Ela sempre foi chamada "virgem". Se Maria não se manteve virgem, por que chama-la assim despois do nascimento de Jesús? Não seguimos chamando de "soltero" a um homem casado. A Igreja Primitiva falou de María como "a Virgem" exatamente porque tinha fé que viveu e morreu assim. Quando este ensinamento foi questionado mais tarde, acrescentaram "sempre" (AEIPARTHENOS) como no Credo de Epifanio (374 d.C.), Segundo Concilio de Constantinopla (553). Ver os padres da Igreja Agostinho, Jerônimo, Cirilo de Alexandria. Os reformadores protestantes pregavam o termo "sempre Virgem Maria".

Orígenes afirmou:

"...aquele corpo que foi escolhido para prestar um serviço ao Verbo e sobre ele se disse: O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra (Lc 1, 35) não connheceu união alguma com varão por haver descido sobre ela o Espírito Santo e ter sido abrigado pela virtude do alto. Eu sustento racionalmente que a primicia da pureza e castidade dos varoes seja Jesus e que a das mulheres seja Maria. Não concordaria, efetivamente , com a piedade de atribuir a alguma outra pessoa distinta dela a primicia da virginidade" ( Comentario ao Evangelho de São Mateus, 10:17).

"Em efeto, de acordo com os que pensam retamente sobre Ele, nenhum outro é filho de Maria que Jesús..." (Comentário ao Evangelho de São João, 1:4).

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NOTAS:

1. Do livro evangélico Os Evangélicos, os Católicos a a Virgem Maria, por Stephen Benko, famoso teólogo protestante. Casa Batista de Publicações. USA, 1981, 1993. p.18. Este livro, ainda que se trata de Maria mais a fundo, todavia fica muito no nivel superficial em comparação com os autores católicos que tratam deste tema. E não tratar do tema de forma completa poderia interpretar-se como prejuizos.

2. Tiago é chamado filho de Alfeo em Mt 10, 3 que parece dizer que ou é outro Sao Tiago ou que María era esposa de Cleofas (CLOPAS en griego) e de Alfeo. Mas é a mesma pessoa porque o nome Alfeo em aramaico é traduzido Cleopas (Cleofas) em grego, como Saúl em hebraico é o mesmo Apóstolo Paulo em grego. Outros exemplos: Maeo-Leví, Tadeo-Judas.

3. Ana (1 S 2, 21) não cai neste padrão bíblico porque não lhe apareceu um anjo: O Senhor visitou Ana, a qual permanecia gravida.

4. O Proto-Evangelho de Tiago 10, 1 (cerca do ano 120-140 d. C.) diz que Maria pertenceu a instituição das vírgens tecedoras do Templo da qual falam varios documentos judeus do Século I como Apoc de Baruc 10, 9; Pesiqta Rabbati Riska26, 6 (Diccionario de Mariologia, p. 1257). "Será algo tão extraordinario que José tenha praticado a continência sendo esposo de María? De maneira nenhuma , pois no tempo de Jesus numerosos judeus, desejosos de bem preparar-se para a vinda do Salvador, partiam para viver em lugares como conventos situados em locais afastados, e observavam a castidade. Inclusive poderiamos pensar que José se deixou influenciar por esta corrente religiosa... Os Esenios... e foi o que ajudou María em afirmar-se no compromisso da virginidade..." (Nova Biblia Latinoamérica Edições Paulinas e Verbo Divino, España, 1972) p. 8. María havia sido consagrada ao Senhor como Samuel (1 S, 2, 21-22) e Ana que não afastava do templo, servindo de dia e de noite com jejuns e orações (Lc 2, 36-37). Segundo o Protoevangelio o viuvo José foi escolhido para ser seu protetor e quem respeitaria seu voto de virginidade. Atos 21, 9 mencionam vírgens na Igreja Primitiva. 

5. Em Maria no Misterio da Aliança, Edit B.A.C., 1988, p. 59.

6. Novo Testamento Interlineal Grego-Español, Franciso Lacueva, Editorial CLIE, España, 1984.

7. Novo Dicionario de Mariología (Edic. Paulinas, 1988, pp. 2015-2016.

8. Dr. Anthony Opisso, A Associação dos Hebreus Católicos, P.O. Box 798, 12528 Highland, NY

9. Dt., edic. M. Friedman (1864) 270 p. 122b; Números, edic. M. Friedman (1915) 7 p. 4a y 19 p. 66.

10. Sotah 26b; Yebamoth 55a, b, 87b; Kethuboth 9a, Talmud Babilonio; Kethuboth 25a; Sotah 27a, Yad, Sotah 2,2, Talmud de Jerusalén.

11. Midrash Exodus Rabbah 19; 46.3; Sifre a Números 99 secc.1l; Sifre Zutta 81-82, 203-204; Aboth Rabbi Nathan 9,39; Tanchuman 111,46; Tanchuman Zaw 13; 3 Petirot Moshe 72; Shabbath 87a; Pesachim 87b, Talmud Babilonio

12. Zohar Hadash 2:1; Midrash Mishlei 30, 105, Pirke Rabbi Eliezer 33.

13. Zohar re Gn.1, 27; 13, 3 e Salmo 85, 14 no Discurso do Rabino Phineas aos Rabinos José, Juda e Hiya.

14. Rabino Eliezer no Yebamoth 63b, Talmud Babilonio; também ver Shulkhan Aruch (Código da Lei Judaica) sección Evenhar-Ezer 1:1,3,4.

15. Kiddushin 71a; Midash Eccíesiastes Rabbah 3:11; Yer. yoma 39a 40a

16. Os irmãos da Igreja "Luz do Mundo" tem tentado convencer aos católicos que o Salmo 69 prefigura a Jesus e, então, que o versículo oito prova que Maria teve muitos filhos:Tornei-me um estranho para meus irmãos, um desconhecido para os filhos de minha mãe. María é prefigurada. Mas a Igreja Católica diz que ainda que uns versículos são citados no NT, este Salmo não pode ser messiânico e nem que prefigura Jesus (Ver The Catholic Study Bible, Oxford Univ Press, 1990, p. 690). Se fosse prefiguração dEle, diria que Jesus era pecador: E meus pecados não te são ocultos (v. 5)!

 

www.exsurge.com.br/apologeticas/maria/textos%20maria/destruindoomitodosirmaosdejesus.htm

Leia-o também em: https://larcatolico.webnode.com.br/news/destruindo-o-mito-dos-irm%C3%A3os-de-jesus/

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A virgindade de maria

 

A Virgindade de Maria


1) Introdução

Jesus não é filho de José.


Leiamos a genealogia de Jesus em Mat 1, 1-17: "... Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus chamado Cristo...".

Comentário: Não é mencionado que José gerou Jesus.

Leiamos a genealogia de Jesus em Luc 3, 23-37: "Ao iniciar o ministério, Jesus tinha mais ou menos trinta anos e era, conforme se supunha, filho de José, filho de Eli..."

Comentário: O texto sagrado não afirma que Jesus era filho de José, mas que conforme o povo supunha ele era tido como filho de José.

Leiamos Mat 1, 18-20: "A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, comprometida em casamento com José, antes de coabitarem, ela concebeu por obra do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo. Enquanto assim decidia, eis que o anjo do senhor manifestou-se a ele em sonho, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo".

Comentário: se José fosse o pai do filho de Maria, por que ele estava pensando em abandoná-la, se Maria já estava prometida em casamento a ele, isto é, já estava noiva dele, e se os filhos neste período eram considerados legítimos?

Maria teve outros filhos?

O Novo Testamento não conhece outros filhos de Maria e nem de José. Nunca em nenhuma passagem do novo testamento, ninguém é chamado filho de Maria a não ser Jesus. Nunca em nenhum texto do novo testamento, de ninguém Maria é chamada mãe, a não ser de Jesus (cf. Joa 19, 25).


1) Maria virgem antes do parto, no parto e depois do parto.

1.1) Maria virgem antes do parto:

Luc 1, 34: "Maria, porém, disse ao anjo: como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?".

Comentário: conforme as palavras de Maria, até aquele momento, ela era virgem e, ao que parece, não tinha planos em vista de mudar aquela sua realidade.

Nota: alguns teólogos católicos julgam que Maria havia feito propósito de virgindade consagrada à Deus. Porém, esta hipótese não é unanimemente aceita!

Isa 7, 14: "Pois sabei que o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a jovem concebeu e dará à luz um filho e pôr-lhe-á o nome de Emanuel".

Comentário: a palavra hebraica Almah significa a jovem na flor de seus anos, o que não dá alusão direta à virgindade, mas a tradição judaica entendeu almah, no sentido virgem. Os tradutores da bíblia, em Alexandria, para o grego, no século III a.C., usaram o termo Aieparthénos (virgem) em lugar de Almah. São Mateus em seu evangelho (Mat 1, 23) utilizou a profecia de Isaías em sua forma grega: Aieparthénos, ou virgem Maria, e seu filho Emanuel, Deus conosco. Assim a própria escritura explica a escritura.


1.2) Maria virgem no parto:

Joa 1, 12-13: "Mas a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus: aos que crêem em seu nome, ele, que não foi gerado nem do sangue, nem de uma vontade da carne, nem de uma vontade do homem, mas de Deus".

Luc 2, 7: "E ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura...".

Comentário: Tais dizeres insinuam a ausência das dores e da prostração que costumam acompanhar todo parto. A tradição, aliás, repetiu freqüentemente que Maria deu a luz sem dor, intencionando professar a maternidade virginal de Maria, pois ela nasceu sem a mancha do pecado original.

Joa 20, 19: "À tarde desse mesmo dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas onde se achavam os discípulos, por medo dos judeus, Jesus veio e, pondo-se no meio deles, lhes disse: a paz esteja convosco!".

Comentário: assim como Jesus transpôs as portas, ou paredes, do local onde os apóstolos se achavam reunidos, assim também, Jesus, pelo poder do Espírito Santo, transpôs o seio da virgem Maria e nasceu no meio dos homens.


1.3) Maria virgem depois do parto - o Filho único:

Há sete textos no Novo Testamento que mencionam "Os Irmãos de Jesus", no entanto o mais expressivo é o de Mar 6, 3: "Não é este o carpinteiro, o filho de Maria,irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?".

Leia também: Mat 13, 55s; Mar 3, 31-35; Mat 12, 46-50; Luc 8, 19-21; Joa 2, 12; Joa 7, 2-10; Ato 1, 14; Gál 1, 19 e 1 Cor 9, 5.

Vejamos então, qual o verdadeiro sentido do grau de
 parentesco entre esses "Irmãos" e Jesus

A expressão "Irmãos de Jesus" foi concebida originariamente não em ambiente grego, mas no mundo Semita. Os habitantes de Nazaré, por exemplo, não falavam grego, mas aramaico. É preciso, portanto, que procuremos avaliar o sentido da palavra "irmão" em aramaico. Ora, em aramaico, assim como em hebraico (línguas afins entre si), a palavra "Irmãos" Ah, em hebraico e Aha, em Aramaico, designava não somente os filhos dos mesmos genitores, mas também, os primos ou até parentes mais remotos, pois estas línguas eram pobres em vocabulário.

No antigo testamento, vinte passagens atestam o amplo significado da palavra "Irmão", vejamos alguns exemplos:

Leiamos Gên 11, 27: "Eis a descendência de Taré: Taré gerou Abrão, Nacor e Arã. Arã gerou Ló".; 
Leiamos Gên 12, 5: "Abrão tomou sua mulher Sarai, seu sobrinho Ló,...";
Agora leiamos Gên 13, 8: "Abrão disse a Ló: que não haja discórdia entre mim e ti, entre meus pastores e os teus, pois somos irmãos".   (Leia também Gên 14, 12.14.16).


Leiamos 1 Cro 23, 21-22: "Filhos de Merari: Mooli e Musi. Filhos de Mooli: Eleazar e Cis. Eleazar morreu sem ter filhos, mas teve filhas que foram desposadas pelosfilhos de Cis, seus irmãos".

Leiamos Tb 8, 9: Aconselhado pelo Arcanjo Rafael a casar-se com Sara, filha única de Raguel e de Ana, parentes próximos de seu pai, Tobias assim rezou a Deus: "Senhor, sabeis que não é por motivo de luxúria que recebo por mulher esta minha irmã".

Outros exemplos: Gn 12, 8-14; Gn 29, 12.15; Gn 31, 23; Gn 37, 16; Gn 39, 15; Gn 42, 15; Gn 43, 5; 1 Cro 15, 5; 2 Cro 36, 10; 2 Reis 10, 13;1 Sam 20, 29; Lv 10, 4; Jó 19, 13-14; Jó 42, 11.

Comentário: Vale esclarecer que na tradução grega foi usado o termo "Adelphós" irmãos, apesar do grego ter a palavra primo, em virtude da língua de pregação de Jesus ser o hebraico e o aramaico, que não tinha palavra própria para dizer primo. Com base nesta verificação, não teremos dificuldade de compreender que os "Irmãos de Jesus" eram, na verdade, primos de Jesus. Ora, é sabido que entre os orientais, os parentes mais próximos eram chamados de irmãos, como até hoje se dá em alguns países notadamente a Índia, onde em alguns idiomas locais não há palavras para designar "primo" Vejamos as pistas que alguns textos do evangelho nos dão:

Mat 27, 55-56: "Estavam ali muitas mulheres olhando de longe. Haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia a servi-lo. Entre elas Maria madalena, Maria, mãe de Tiago e de José e a mãe dos filhos de Zebedeu".  (Confira Mar 15, 40).

Comentário: essa Maria, mãe de Tiago e de José, não é a esposa de José, mas de Clopas (ou Cléofas, ou Alfeu), conforme Joa 19, 25: "Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena".

Para melhor compreensão vejamos seguintes:


Filhos de Eli (Luc 3,23): José (pai adotivo de Jesus) e Clopas (ou Alfeu ou Cléofas). José (pai adotivo de Jesus) casou-se com Maria, mãe de Jesus. Clopas casou-se com uma mulher também chamada Maria (denominada Maria de Clopas). Dessa união, nasceram os seguintes filhos: Tiago (menor); José; Judas (não é o Iscariotes); Simão (não é Simão Pedro).

Pois bem, os nomes de Clopas (ou Alfeu ou Cléofas) designam em grego a mesma pessoa, pois são formas gregas do nome aramaico Claphai. O mais antigo historiador da Igreja, Hegesipo (180 d.C. - Memórias) conta-nos que Clopas (ou Alfeu ou Cléofas) era irmão de São José.

É muito comum nas Escrituras uma pessoa ser conhecida pôr 2 ou mais nomes diversos: O sogro de Moisés é chamado Raguel (Êxodo 2, 18 a 21) e logo depois é chamado Jetro (Êxodo 3, 1). Gedeão, depois de ter derribado o altar de Baal é chamado também Jerobaal (Juizes 6, 32). Josias, rei de Judá, é chamado também Azarias (2 Reis 15, 23; 1 Crônicas 3, 12). E no Novo Testamento o mesmo Mateus é chamado Levi: 'Viu um homem, que estava sentado na coletoria de impostos, chamado Mateus (Mateus 9, 9). "Viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos (Marcos 2, 14). O mesmo que é chamado José é chamado Barsabas (Atos 1, 23)".

Ainda, para melhor entendimento, é necessário esclarecer que outra família também entra neste contexto, a de Zebedeu tinha por esposa Salomé e teve os seguintes filhos: João (discípulo a quem Jesus amava) e Tiago (maior).

Ainda existe a família de João (Joa 21,15), que não é João o Evangelista, que era pai de Simão (que passou a se chamar Pedro) e André.

 Esse esquema explica a íntima relação que unia as famílias de Clopas e de José. Supõe-se que São José morreu antes da vida pública de Jesus. Parece então que a virgem Maria e seu divino Filho foram para a casa de seu cunhado e as duas famílias se fundiram numa só.  Quando Jesus, aos 30 anos de idade deixou sua mãe para iniciar sua vida pública, Maria sempre saía acompanhada de seus sobrinhos (a mulher oriental no judaísmo antigo não se apresentava em público sozinha, mas sempre acompanha por parentes próximos masculinos), isto explica porque nos evangelhos Maria aparece freqüentemente em companhia dos "Irmãos de Jesus", que na verdade, não eram filhos da virgem Maria, mas sim, seus sobrinhos.

Estavam ao pé da cruz:

Segundo os Evangelhos Sinóticos:

Mat 27, 55-56: "Estavam ali muitas mulheres olhando de longe. Haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia a serví-lo. Entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José ( mulher de Clopas Jô 19, 25 ) e a Mãe dos filhos de Zebedeu".

Mar 15, 40: "Achavam-se ali também umas mulheres, observando de longe. Entre as quais Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago (menor) e de José, e Salomé".

Luc 23, 49: "Os amigos de Jesus como também as mulheres, que o tinham seguido desde a Galiléia, conservavam-se a certa distância, e observavam estas coisas".

Segundo o Evangelista João:

Joa 19, 25: "perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas e Maria Madalena". 
(Entende-se aqui que Maria de Clopas era concunhada de Maria, termo inexistente na língua hebraica. Talvez Maria de Clopas pudesse também vir a ser irmã de sangue de Maria - mãe de Jesus, porém não há como prová-lo.).


Enumerando as mulheres que estavam juntamente com Maria ao pé da cruz, Mateus, Marcos e João as identificam da seguinte maneira:
 

Mateus 27, 56

Marcos 15, 40

João 19, 25

Maria, mãe de Tiago e de José;

Maria, mãe de Tiago Menor e de José;

a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas

Maria Madalena;

Maria Madalena

Maria Madalena

a mãe dos filhos de Zebedeu.

Salomé

 

Por aí se vê que a mesma Maria que é apresentada por São João como tia de Jesus (Irmã de sua mãe) é apresentada por São Mateus e São Marcos como mãe de Tiago menor e de José. E é claro que não se trata de Maria Salomé, que é a mãe dos filhos de Zebedeu e, portanto, é mãe de Tiago Maior.

Tiago (maior) e João:

Mar 10,35: "Aproximaram-se de Jesus Tiago e João, filhos de Zebedeu e disseram-lhe: 'Mestre, queremos que nos concedas tudo o que te pedirmos".

Mat 20, 20: "Nisto, aproximou-se à mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer uma súplica".
(Trata-se de Salomé, mulher de Zebedeu).

Relação dos Apóstolos:

Luc 6, 14-16: "Simão, a quem deu o sobrenome de Pedro, André, seu irmão, Tiago, João, Felipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Simão, chamado zelador, Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que foi o traidor".

Mat 10, 2-4: "Eis os nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, chamado Pedro, depois André, seu irmão. Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Felipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o publicano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu. Simão, o cananeu e Judas Iscariotes, que foi o traidor".
(Tadeu é o Judas que não é o Iscariotes).

Mar 3, 16-19: "Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer, filhos do trovão. Ele escolheu também André, Felipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão o zelador, e Judas Iscariotes, que o entregou".

Jesus foi filho único?

Luc 2, 41-46: "Seus Pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando o menino completou doze anos, segundo o costume, subiram para festa. Terminados os dias, eles voltaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando que ele estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia, e puseram-se a procurá-lo entre os parentes e conhecidos, e não o encontrando, voltaram a Jerusalém à sua procura. Três dias depois, eles o encontraram no templo, sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os".

Comentário: Os dias de festa da Páscoa eram 7 (sete), contando os dias de viagem de ida e volta, a Sagrada Família deve ter ficado cerca de quinze dias fora de casa. Ora, Maria e José não podem ter deixado no lar, por tanto tempo, filhos pequenos, donde se conclui, logicamente, que aos doze anos de idade Jesus era filho único.
Por que nunca os evangelhos chamam os "irmãos de Jesus" de "filhos de Maria" ou de "José", como fazem em relação ao Nosso Senhor? E como, durante toda a vida da Sagrada Família, o número de seus membros é sempre três? A fuga para o Egito, a perda e o encontro de Jesus no Templo, etc...


Joa 19, 26-27: "Jesus, então, vendo sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse a sua mãe: mulher, eis o teu filho! Depois disse ao discípulo: eis a tua mãe! E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa".
 
Comentário: Jesus ao morrer confiou sua mãe a João evangelista, filho de Zebedeu, membro de outra família. Este gesto seria incompreensível se Maria tivesse outros filhos em casa, já que segundo a lei de Moisés teria que ficar aos cuidados do filho mais velho. Jesus é dito "suposto filho de José" em Luc 3, 23; é dito "o filho de Maria" (com artigo) -"uiós Marias", em Mar 6, 3. O Evangelho nunca diz: "A mãe de Jesus e seus filhos", embora isto fosse natural se ela tivesse outros filhos (ver Mar 3, 31-35 e Ato 1, 14).

Objeções para a virgindade de Maria

1) "Antes de coabitarem" (Mat 1, 18):

"... Antes de coabitarem, ela concebeu por obra do Espírito Santo".

Comentário: Com esta expressão, o Evangelista dá a entender que a concepção virginal de Cristo se deu antes que a Virgem Maria estivesse vivendo na casa de seu castíssimo esposo. O que não significa que tenham coabitado depois. Como alguém que diz, fulano estava dormindo e morreu antes de acordar. Não significa que depois tenha acordado. Que não houve coabitação se constata também quando o mesmo Evangelista narra que São José, percebendo que sua esposa concebera, não conhecendo o mistério, mas não querendo difamá-la, resolveu "rejeitá-la secretamente". Mas o anjo do Senhor apareceu-lhe em sonhos tranqüilizando-o e aconselhando-o a recebê-la em casa, porque ela concebera por obra do Espírito Santo ( Mat 1, 20-24 ).

2) Expressões "Até que..." ou "Até o dia em que..." (Mat 1, 25):

 "Mas não a conheceu até o dia em que ela deu à luz um filho. E ele o chamou com o nome de Jesus".- Dando a entender que São José a teria conhecido após o Nascimento de Jesus.

Leiamos também os seguintes textos sagrados:

2 Sm 6, 23: "E Micol, filha de Saul, não teve filhos até o dia da sua morte".
Comentário: Ninguém deduziria daí que os teve depois da morte.

Sal 110, 1: "Oráculo de Iahweh ao meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos como escabelo de teus pés".
Comentário: Isto não significa que depois de vencidos os inimigos o Messias deixará de se sentar à direita do pai.

Gên 28, 15: "Eu estou contigo e te guardarei em todo lugar aonde fores, e te reconduzirei a esta terra, porque não te abandonarei enquanto não tiver realizado o que te prometi".
Comentário: e depois que Iahweh realizar aquilo que prometeu o abandonará?

Gên 8,7: "O corvo de Noé soltou após o dilúvio, Não voltou à arca até que as águas secassem".
Comentário: Isso não quer dizer que, depois do dilúvio, o corvo voltou à arca".

Mat 28, 20: "E ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que Eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos".
Comentário: E depois da consumação dos séculos não estará mais conosco?

Esclarecimento

 A expressão "até que" (ou "até o dia em que") corresponde ao grego "Heos Hou", ao hebraico "Ad ki" e ao latim "donec". Esta partícula na Escritura ocorre para designar apenas o que se deu (ou não se deu) no passado, sem indicação do que haveria de acontecer no futuro.

Nota: Às  vezes, edições  mais recentes da Bíblia   substituem  o "até que" por  "a fim de que", "sem que", "sem" ou  semelhante. Mas o caso é sempre o mesmo.

3)  "O seu filho primogênito" (Luc 2, 7):

"E ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura,...".

Esclarecimento

O termo primogênito não significa que a mãe de Jesus tenha tido outros filhos após ele. Em hebraico "Bekor", que quer dizer primogênito, podia significar simplesmente o bem-amado, pois o primogênito é certamente aquele dos filhos no qual durante certo tempo se concentra todo amor dos pais; além disso, o primogênito era considerado pelos Hebreus, como de especial amor da parte de Deus, pois devia ser consagrado ao senhor desde os seus primeiros dias. ( cf. Lc 2, 22; Ex 13, 2; Ex 34, 19 ) e ele devia cumprir, logo no 1º mês, a lei do resgate. (Núm. 18,16) Essa lei não esperava pelo segundo filho para que o primeiro fosse tido e tratado por toda vida como primogênito.

Vejamos os seguintes textos sagrados:

Êxo 13, 2: "Consagra-me todo primogênito, todo o que abre o útero materno, entre os filhos de Israel. Homem ou animal será meu".

Êxo 34, 19: "Todo o que sair por primeiro do seio materno é meu: todo macho, todo primogênito das tuas ovelhas e do teu gado".

Zac 12, 10: "Derramarei sobre a casa de Davi e sobre todo habitante de Jerusalém um Espírito de Graça e de Súplica, e eles olharão para mim. Quanto àquele que eles transpassaram, eles o lamentarão como se fosse a lamentação de um filho único; eles o chorarão como se chora sobre o primogênito".

Comentário: a palavra primogênito podia ser sinônima de "unigênito", pois um e outro vocábulo na mentalidade semita designam o bem amado. Mesmo fora da Terra de Israel, podia chamar-se primogênito o menino que não tivesse irmão nem irmã mais jovem. É o que atesta uma inscrição sepulcral judaica datada de 5 a.C. e descoberta em Tell-el-Yedouhieh ( Egito ), no ano de 1922. Lê-se nela que uma jovem chamada Arsinoé morreu "nas dores do parto do seu filho primogênito"

4) "Todo macho que abre o útero" (Luc 2, 23):

"Conforme está escrito na lei do Senhor: todo macho que abre o útero será consagrado ao senhor", (Leia também Êxo 13, 2.12.15).

Comentário: Utiliza-se este trecho da Sagrada Escritura para argumentar que Maria não teria sido virgem no parto, pois nesse texto, São Lucas aplica a Jesus "o macho que abre o útero", a isto responde-se: esta expressão "O macho que abre o útero" ou, conforme outra tradução, "O filho que abre o seio materno" é clássica da lei de Moisés para designar o primeiro (ou também o único) filho. Tais palavras não têm em vista um fenômeno fisiológico, mas apenas a posição jurídica do filho na família.

A Sagrada Tradição Cristã sobre a virgindade de Maria

· "Filho de Deus pelo desejo e poder de Deus, nasceu verdadeiramente de uma Virgem" (S. Inácio de Antioquia, "Carta aos Magnésios", 110 d.C.).

· "O Príncipe deste mundo ignorou a virgindade de Maria e o seu parto, da mesma forma que a Morte do Senhor: três mistérios proeminentes que se realizaram no silêncio de Deus" ( Santo Inácio de Antioquia, Ad. Eph. 19, 1: SC 10 bis, 74 ( Funk 1, 228 ); cf. 1 Cor 2, 8 ).
 
· "E novamente, como Isaías havia expressamente previsto que Ele nasceria de uma virgem, ele declarou o seguinte: 'Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e seu nome será chamado "Deus-conosco"'. A frase 'Eis que uma virgem conceberá' significa certamente que a virgem iria conceber ser ter relacionamento. Se ela tivesse relacionamento com qualquer um que fosse, ela não poderia ser virgem. Mas o poder de Deus, vindo sobre a Virgem, a encobriu, e a induziu a conceber, embora ainda permanecesse Virgem" (S. Justino Mártir, "Primeira Apologia", 148-155 d.C.).

· "A Virgem Maria mostrou-se obediente ao dizer: "Eis aqui tua serva, Senhor; faça-se em mim conforme a tua palavra". Entretanto, Eva foi desobediente; mesmo enquanto era virgem, ela não obedeceu. Como ela - que ainda era virgem embora tivesse Adão por marido... - foi desobediente, tornou-se a causa da sua própria morte e também de todo gênero humano; então, também Maria, noiva de um homem, mas, apesar disso, ainda virgem, sendo obediente, se tornou a causa de salvação dela própria e de todo o gênero humano... Assim, o problema da desobediência de Eva foi eliminado pela obediência de Maria. O que a virgem Eva causou em sua incredulidade, a Virgem Maria eliminou através da sua fé" (S. Ireneu, "Contra as Heresias" Harvey, 2, 124 180-199 d.C.).

· "A Virgem Maria, tendo sido obediente à palavra de Deus, recebeu de um anjo a alegre notícia de que iria dar à luz ao próprio Deus" (S. Ireneu de Lião, "Contra as Heresias V, 19,1", 189 d.C.).

· "Apesar de permanecer virgem enquanto carregava um filho em seu ventre, a serva e obra da sabedoria divina tornou-se a Mãe de Deus" (Efraim o Sírio, "Canções de Louvor 1,20", 351 d.C.).

· "Houve quem negasse que Maria tivesse permanecido virgem. Desde muito temos preferido não falar sobre este tão grande sacrilégio. Maria (...) que é mestra da virgindade, (...) não podia acontecer que aquela que em si tinha trazido Deus resolvesse andar as voltas com um homem. Nem José, varão justo, cairia nessa loucura de querer misturar-se com a mãe do Senhor, em relação carnal".( Santo Ambrósio, De Inst. Virg. I, 3).

· "O Verbo gerado do Pai do céu, inexpressavelmente, inexplicavelmente, incompreensivelmente e maneira de eterna, nasceu há tempos atrás da Virgem Maria, a Mãe de Deus" (S. Atanásio, "A Encarnação do Verbo de Deus 8", 365 d.C.).

· "O Filho de Deus encarnou-Se, isto é, foi gerado de modo perfeito por Santa Maria, a sempre Virgem, por obra do Espírito Santo" (Santo Epifânio, Ancoratus, 119,5; DS 44, 374 d.C.).

· "Se alguém disser que a Santa Maria não é a Mãe de Deus, ele está em divergência com Deus. Se alguém declarar que Cristo passou pela Virgem como se passasse por um canal, e que não se desenvolveu divina e humanamente nela - divina porque não houve a participação de um homem, e humanamente segundo a lei da gestação - tal pessoa é também herege" (S. Gregório de Nanzianzo, "Carta ao Sacerdote Cledônio", 382 d.C.).

· "Invoco o Espírito Santo para que Ele possa se expressar através da minha boca e, assim, defenda a virgindade da bem-aventurada Maria. Invoco o Senhor Jesus para que proteja o santíssimo ventre no qual permaneceu por aproximadamente dez meses, sem quaisquer suspeitas de colaboração de natureza sexual. Rogo também a Deus Pai para que demonstre que a mãe de Seu Filho - que se tornou mãe antes de se casar - permaneceu Virgem ainda após o nascimento de seu Filho." ( São Jerônimo, Da Virgindade Perpétua de Maria, Cap. 2, 383 d.C. )

· "Você diz que Maria não continuou virgem. Eu brado ainda mais que José, ele mesmo, aceitou que Maria era virgem, de modo que de um casamento virgem nasceu um filho virgem. Porque se, como um homem santo, ele não se apresentou com a acusação de fornicação, e está escrito que ele não teve outra esposa, mas foi o guardião de Maria, aquela que foi tida por sua esposa, mas não ele por seu marido; a conclusão é que aquele que foi julgado digno de ser chamado pai do Senhor, permaneceu casto." ( São Jerônimo, Da Virgindade Perpétua de Maria, Cap. 21, 383 d.C. )

· "Nos ajuda a compreender os termos "primogênito" e "unigênito" quando o Evangelista diz que Maria permaneceu Virgem "até que deu à luz ao seu filho primogênito" [Mt 1,25]. Nada fez Maria, que é honrada e louvada acima de todas as outras: não se relacionou com ninguém, nem jamais foi Mãe de qualquer outro filho; mas, mesmo após o nascimento do seu filho [único], ela permaneceu sempre e para sempre uma virgem imaculada" (Dídimo o Cego, "A Trindade 3,4", 386 d.C.).

· "Entre todas as mulheres, Maria é a única a ser, ao mesmo tempo, Virgem e Mãe, não somente segundo o espírito, mas também pelo corpo. Ela é mãe conforme o espírito, não d'Aquele que é nossa Cabeça, isto é, do Salvador do qual ela nasceu, espiritualmente. Pois todos os que nele creram - e nesse número ela mesma se encontra - são chamado, com razão", filhos do Esposo" [Mt 9,15]. Mas, certamente, ela é a mãe de seus membros, segundo o espírito, pois cooperou com seu amor para que nascessem os fiéis na Igreja - os membros daquela divina Cabeça - da qual ela mesma é, corporalmente, a verdadeira mãe" (S. Agostinho, "A Virgindade Consagrada 6,6", 401 d.C.).

· "Maria permaneceu Virgem concebendo seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao carregá-lo, Virgem ao alimentá-lo de seu seio, Virgem sempre" ( Santo Agostinho, sermão, 186, 1: Pl 38, 999 ).

· "Quem jamais houve que tivesse ousado proferir o nome de Maria sem acrescentar a palavra "Virgem"? Porque Ela permaneceu Virgem ilibada. Negá-lo, seria grande perversidade". (Santo Epifânio, Panarion, em "Adversus haereses", 403 d.C.).

· "Voltando-se o Senhor, viu o discípulo a quem amava", e lhe disse, a respeito de Maria: "Eis aí tua Mãe"; e então à Mãe: "Eis aí teu filho" (Jo 19,26). Ora, se Maria tivesse filhos, ou se seu esposo ainda estivesse vivo, por que o Senhor a confiaria a João, ou João a ela? Mas, e por que não a confiou a Pedro, a André, a Mateus, a Bartolomeu? Fê-lo a João por causa da sua virgindade. A ele foi que disse: "Eis aí a tua mãe". Não sendo mãe corporal de João, o Senhor queria significar ser ela a mãe ou o princípio da virgindade: dela procedeu a Vida. Nesse intuito dirigiu-se a João, que era estranho, que não era parente, a fim de indicar que sua Mãe devia ser honrada. Dela, na verdade, o Senhor nascera, quanto ao corpo; sua encarnação não fora aparente, mas real. E se ela não fosse verdadeiramente sua Mãe, aquela de quem recebera a carne, e que o dera à luz, não se preocuparia tanto em recomendá-la como a sempre Virgem. Sendo sua Mãe, não admitia mancha alguma na sua honra e no admirável vaso do seu corpo. Mas prossegue o Evangelho: "e a partir daquele momento, o discípulo a levou consigo". Ora, se ela tivesse esposo, casa e filhos, iria para o que era seu, não para o alheio."( Santo Epifânio, PG, 42, 714s, 403 d.C. ).

· "O próprio Verbo, vindo por sua vontade à Bem-Aventurada Virgem, assumiu para si o seu próprio templo da substância da Virgem e saindo dela, fez-se completamente homem de modo que todos pudessem vê-lo externamente, mas sendo verdadeiramente Deus internamente. Portanto, Ele preservou sua Mãe virgem mesmo depois dela ter dado à luz" (S. Cirilo de Alexandria, "Contra aqueles que não desejam professar que a Santa Virgem é a Mãe de Deus 4", 430 d.C.).

· Se a dignidade de ser Mãe de Deus supôs a virgindade antes e no parto, essa mesma dignidade segue existindo depois do parto (São Tomás de Aquino, S. Th. III, q. 28, a.3).

· "Não pode negar que Maria e José contraíram o verdadeiro matrimônio, porquanto que Maria concebeu e
deu a luz a Cristo virginalmente e no dia da união com José. Com isso, pode se dizer aos fiéis casados que, ainda guardado de comum consentimento a continência, permanece o vínculo conjugal sem a união dos corpos". (São Tomás de Aquino, S. Th. Q.29, a.2).

· "De fato, no mistério da Igreja, a qual também se chama com razão virgem e mãe, à Santíssima Virgem Maria pertence o primeiro lugar, por ser de modo eminente e singular exemplo de virgem e mãe" ( Cf. Ps. Pedro Damasceno, Serm. 63: Pl 144, 861 AB. Godofredo de São Vítor, In Nat. B. M., Ms. Paris, Mazarine, 1002 fol. 109r. Gerhobus Reich, De Gloria et Honoré Folii hominis 10: Pl 194, 1105 AB. ).

· "E é também Virgem, que guarda a fé jurada ao Esposo, íntegra e pura; e, á imitação da Mãe do seu Senhor, conserva, pela graça do Espírito Santo, virginalmente íntegra a fé, sólida a esperança, sincera a caridade" ( Cf. Santo Ambrósio, 1. Cit e Expôs. Lc 10, 24-25: Pl 15, 180. Santo Agostinho, In Jô. Tr. 13, 12: Pl 35, 1499. Cf. Serm. 191, 2, 3: Pl 38, 1010etc. Cf. Vê. Beda, In Lc Expos. I, cap. 2: Pl 92, 330. Isaac de Stella, Serm. 54: Pl 194, 1863 A. ).

· Sobre a virgindade perpétua de Maria: " Tua pureza fica salva no anúncio angélico sobre tua prole; tua virgindade encontra segurança no nome de teu Filho, e assim permaneces honesta e íntegra depois do parto. Não quero ver-te [Joviano] questionar sobre o pudor de nossa Virgem no parto, não quero ver-te corromper a sua integridade na geração; não quero saber violada sua virgindade no momento em que deu à luz. Não lhe negues a maternidade porque foi virgem; não a prives da plena glória da virgindade, porque foi mãe. Se uma dessas coisas tu confundes, em tudo erraste. Desconhecer a harmonia que as une é ignorar por completa a verdade que encerram. Se não pensas assim estas errado, pecas contra a justiça. Se negas à Virgem sua maternidade ou sua virgindade, injurias grandemente a Deus. Negas que ele possa fazer a sua vontade, que ele possa manter virgem a que encontrou virgem. Mas então a divindade do Onipotente antes trouxe detrimento do que benefício a Maria; enfeiou-a Aquele que enchera de beleza, ao cria-la. Cesse o pensamento que assim julga, cale-se a boca que assim fala, não ressoe tal voz. Porque Maria é Virgem por graça de Deus, virgem de homem, virgem por testemunho do anjo, virgem por declaração do esposo, virgem sem sombra de dúvida, virgem antes da vinda do seu filho, virgem depois de concebê-lo, virgem no parto, virgem depois do parto. Fecundada pelo Verbo e de repleta, dignamente deu-o à luz, em nascimento humano, sim, conforme a condição e à verdade das coisas humanas, mas de modo intacto, incorrupto e totalmente íntegro. Isso ela deve a um dom divino, a uma divina graça, a uma divina concessão, mediante uma obra totalmente nova, de eficácia nova, de realização inédita, mantendo-se virgem pela concepção e depois da concepção, pelo parto, com o parto e depois do parto, virgem com o que havia de nascer, com o que nascia, virgem depois do seu nascimento. Dita, pois, esposa e virgem, escolhida para esposa e virgem, criada como esposa e virgem. Sempre virgem, apesar do filho e do esposo, alheia a toda união e comércio conjugal. Verdadeiramente virgem e santa, virgem gloriosa, virgem honrada. E após o nascimento do Verbo encarnado, após a natividade do homem assumido em Deus, do homem unido a Deus, mais santa virgem ainda, santíssima, mais bem-aventurada, mais gloriosa, mais nobre, mais honrada, e mais augusta." (Santo Ildefonso de Toledo, Patrologia Latina 96,58, 617-667 d. C.).

Os Reformadores Protestantes sobre a virgindade de Maria

1)  Martinho Lutero (1483-1546): 
Lutero foi formado na Tradição Católica que lhe ensinou a veneração a Maria, veneração que ele guardou até o fim da vida. Eis alguns de seus comentários:

· Sobre o Magnificat (Luc 1, 46-55): "Ó bem aventurada Mãe, Virgem Digníssima, recorda-te de nós e obtém que também em nós o Senhor faça essas grandes coisas!"

· Ao referir-se a Mat 1, 25 ("Mas não a conheceu até o dia em que..."): "Destas palavras não se pode concluir que após o parto, Maria tenha tido consórcio conjugal. Não se deve crer nem dizer isto." (Obras de Lutero Ed. Weimer, Tomo 11, pág. 323).

· "A bem-aventurada virgem via Deus em tudo; não se apegava a criatura alguma; tudo, ela o referia a Deus... por isso é puríssima adoradora de Deus, ela que exaltou Deus acima de todas as coisas."  (Weimer, T1, Pp 60s).

· Texto de Lutero já no fim de sua vida: "Virgem antes, no e depois do parto, que está grávida e dá à luz. Este artigo (da fé) é milagre divino." (Sermão Natal 1540:  wa 49,182).

· "O Filho de Deus fez-se homem, de modo a ser concebido do Espírito Santo sem o auxílio de varão e a nascer de Maria pura, santa e sempre virgem. ("Artigos da Doutrina Cristã")

· "Ele, Cristo, nosso Salvador, era o fruto real e natural do ventre virginal de Maria... Isto aconteceu sem a participação de qualquer homem e ela permaneceu virgem mesmo depois disso" (Martinho Lutero, "Sermões sobre João", cap. 1 a 4, 1537-39 d.C.).
 
· Por isto Lutero se insurgia contra aqueles que lhe atribuíam a doutrina de que "Maria, a Mãe de Deus, não tenha sido virgem antes e depois do parto, mas tenha gerado Cristo e outros filhos com contato com José" (Weimar, tomo 11, pg. 314). Os irmãos de Jesus, mencionados no Evangelho, são parentes do Senhor (Weimar, tomo 46, pg. 723; Tischreden 5, nº 5839). O reformador prometia 100 moedas de ouro a quem lhe provasse que a palavra "almah" em Is 7,14 não significa virgem ( Ed. Weimer, tomo 53, pg. 640 ).


2)  João Calvino (1509-1564): 
Calvino em Genebra (Suiça), foi muito mais radical do que Lutero na Alemanha. Imprimiu notas pessoais a reforma, entre as quais do Presbiterianismo. Eis alguns de seus comentários:

· "Professo que da genealogia de Cristo não se pode deduzir que ele foi filho de Davi a não ser através da virgem." (Calvini Opera 2,351).

· A respeito de Mat 1, 25 : "Jesus é dito primogênito unicamente para que saibamos que ele nasceu da virgem."  (Calvini Opera 45,645).

· A propósito Is 7,14: "O profeta teria feito coisa muito fria e insípida se, depois de anunciar algo de novo e insólito entre os judeus, acrescentasse: 'Uma jovem conceberá'. É assaz claro, portanto, que ele fala da Virgem, que havia de conceber não conforme as leis ordinárias da natureza, mas por graça do Espírito Santo" (Calvini Opera 36,156s).

· Calvino exalta as virtudes de Maria quando escreve: "Quando a Virgem disse: 'Eis a Serva do Senhor', ela se ofereceu e entregou totalmente a Deus, para que se servisse dela conforme os direitos de Deus. 'Faça-se em mim': entendo estas palavras como expressão de que Maria estava persuadida do poder de Deus e voluntariamente se dispunha a atender ao seu chamado; acreditou na promessa do Senhor, cuja realização Ela não somente esperava, mas também pedia ardorosamente" (Calvini Opera 45,30).

· Ao comentar a frase: "Bem-aventurada me dirão todas as gerações", julga que Maria assim "proclamava uma tão grande dádiva de Deus que não era lícito silenciá-la... Reconhecemos que este dom foi altamente honroso para Maria. De boa vontade seguimo-la como mestra e obedecemos aos ensinamentos e preceitos da Virgem" (Calvini Opera 45,38).

3)  Ülrico Zwínglio (1484-1531):
Zwínglio em Zürich (Suíça) iniciou uma reforma que foi posteriormente absorvida pelo Calvinismo. Disse Zwínglio:

· "Creio firmemente que,  segundo o Evangelho, Maria como virgem pura, gerou o filho de Deus e no parto e após o parto permaneceu para sempre virgem pura e íntegra.Também acredito firmemente que ela foi por Deus exaltada acima de todas as criaturas bem-aventuradas (sobre os homens e anjos) na eterna bem-aventurança."  (Zwinglio Opera 1,424).

· Os "irmãos do Senhor" eram, para Zwinglio, "os amigos do Senhor" (Zwinglio Opera 1,401).

· Declarou: "Estimo grandemente a Mãe de Deus, a Virgem Maria perpetuamente casta e imaculada" (Zwinglio Opera 2,189).

Explicações Complementares:

A) Por que Jesus chamava Maria de Mulher ?


Joa 19, 26-27: "Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: 'Mulher, eis aí teu filho.' Depois disse ao discípulo: 'Eis aí tua mãe.' e desta hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.'"


Gên 3, 15: "Porei ódio entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar."


Apo 12, 17: "Este, então, se irritou contra a Mulher, e foi fazer guerra ao resto de sua descendência, aos que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus."

B) Como era o noivado de origem Judaica?

Em hebraico é chamado Kiddushin. Era o compromisso de casamento feito pelos dois contraentes diante de duas testemunhas. Esse compromisso já era considerado um casamento legal. Os noivos tinham o prazo de um ano para passarem a morar juntos. Se durante o tempo de noivado nascessem filhos, esses filhos eram considerados como legítimos, porém o ato sexual entre os noivos neste período constituía um pecado.
No tempo oportuno era feita uma grande festa nupcial e, somente então, a noiva passava a morar na casa do noivo. Com tal cerimônia, o casamento era considerado civilmente completo, legalmente constituído. Havia solene ritual público e comunitário para a celebração.

Comentário: A idéia de abandono de Maria por José é compreensível diante do acontecimento. Antes de passarem a morar juntos, ou seja, antes da cerimônia solene da festa nupcial, Maria já estava grávida. De um lado, José a julgava mulher virtuosa e pura, por ser ele um homem justo, conforme diz o texto sagrado. De outro lado, havia o problema da gravidez dela, pois o filho não era dele. De acordo com a lei, ele deveria denunciá-la perante a sociedade,  e ela seria apedrejada (Deu 22, 13-21). Diante disso, José que não queria acusar Maria porque sabia de suas virtudes, resolveu então deixá-la secretamente, sem acusá-la, o que a livraria da pena de morte.

Nesse tempo ocorre a intervenção de Deus, que o evangelista descreve por meio do gênero literário dos "sonhos", no qual deus lhe revela que "o que nela foi gerado vem do Espírito Santo" (Mat 1, 19-20). Ele entende e aceita a paternidade  legal de Jesus

Conclusão:

Significado positivo
Se a profissão da virgindade de Maria não implica menosprezo do matrimônio e do legítimo consórcio marital, pergunta-se: por que Deus, autor da instituição matrimonial, não quis que seu filho, feito homem, nascesse no mundo por via do consórcio marital?  Em resposta explicamos: o filho de Maria virgem é verdadeiro homem; seu nascimento virginal não lhe mutila a natureza humana mas não  é apenas verdadeiro homem: ele também é verdadeiro Deus, e, como tal, assinalado pelo seu modo de nascer. Modo portentoso. Deus Pai quis que o Salvador fosse dado ao mundo por natividade virginal. Esse desígnio deve ser entendido como desígnio de proporcionar aos homens um sinal ou símbolo que:


a) A Salvação do gênero humano é algo totalmente gratuito; ela não se deve "Nem à vontade da carne, nem à vontade do homem" mas devido ao amor de Deus por nós;

b) Se Jesus tivesse tido irmãos carnais, pensar-se-ia que esses irmãos também seriam deuses, causando o politeísmo e heresia.

c) O matrimônio é monogâmico. Ora, se Maria tivesse tido filhos de outrem que não o Espírito Santo, seu Divino esposo, isso seria uma aberração, semelhante ao adultério. Esposa do Divino Espírito Santo uma vez, Maria devia se conservar sua esposa fiel sempre.

d) Deus recriou o homem depois de haver assumido a dor e a morte da criatura, apresentou ao mundo Jesus Cristo ressuscitado. Nascimento virginal e ressurreição corporal estão intimamente associados entre si;

e) Jesus no Evangelho diz que, após a ressurreição dos mortos já não haverá consórcio marital conforme Mat 22, 30: "Com efeito, na ressurreição nem eles se casam e nem elas se dão em casamento, mas são todos como os anjos no céu."  Ora, a conceição virginal de Jesus é um reflexo antecipado desse estado de coisas definitivas;

f) Na virgindade de Maria torna-se claro o fato de que Deus pode assumir totalmente alguém para o seu serviço, isso acontece também hoje, nos tempos atuais, por exemplo: Freiras, Padres etc. e a virgindade física de Maria é o sinal de sua total entrega de Espírito a Deus. Mas sem a entrega interior de Maria, sua virgindade biológica, não teria sentido. Vê-se, pois, que a virgindade de Maria na sagrada escritura, é um fato, e um fato prenhe de mensagem. Sem mensagem para nós, o fato da virgindade seria brutal ou antinatural.  Sem o fato da virgindade física, a mensagem seria abstrata, teórica ou mesmo vazia. O fato da virgindade de Maria e o significado da mesma são inseparáveis um do outro.

g) Em última  análise, nem a filosofia nem a ciência hoje estão aptas  a  afirmar ou negar que Maria tenha sido virgem perpétua, é somente a fé que o afirma; e é somente na fé que se professa tal verdade. A Fé, sem dúvida, baseada no testemunho da palavra de Deus escrita e oral, é indiscutível!

FONTE:
Associação da Escola de Fé Maria Mater Eclesiae ( Texto Básico )
Site Veritatis Splendor
Site da Associação Cultural Montfort
Site Editora Cleófas
Site da Associação Apostólica São João Maria Vianney
Site Associação Cultural Santo Tomás
Catecismo da Igreja Católica
Revista Catolicismo
Livro: A doutrina Católica Face as Objeções Protestantes - Pe. David Francisquini
Livro: Católicos Perguntam - Dom Estevão Tavares Bettencourt
Carta Encíclica Redemptoris Mater do Papa João Paulo II

fonte: https://www.veritatis.com.br/apologetica/maria-santissima/7453-a-virgindade-de-maria

Leia-o tamém em: https://larcatolico.webnode.com.br/news/destruindo-o-mito-dos-irm%C3%A3os-de-jesus/

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A virgindade Perpétua de Maria

INTRODUÇÃO


Desde o início do cristianismo Maria é venerada como “Áiepartenon”, isto é, "Sempre Virgem".

 

Em toda a história da Igreja isso sempre foi crido. Porém depois de 1600 e até os tempos de hoje o protestantismo nega que ela tenha permanecido virgem durante sua vida terrena. Diante disto estudo foi feito para demonstrar as provas bíblicas e Tradição milenar da Igreja, que Maria sempre foi Virgem.

Vamos dividir por tópicos.

 

1 –QUEM SÃO OS IRMÃOS DE JESUS?


 

 

“NÃO É ESTE O CARPINTEIRO, FILHO DE MARIA, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele.” (Marcos 6, 3).

 

Segundo o evangelista Marcos, Jesus teria 4 irmãos: Tiago, José, Judas e Simão, vamos ver quem são esses “irmãos”:

 

1.1 Tiago

 

Paulo diz que o Tiago “Irmão” de Jesus é Apóstolo:

 

Dos outros apóstolos não vi mais nenhum, a não ser Tiago, irmão do Senhor.” (Gálatas 1, 19).

 

Dentre os apóstolos temos 2 Tiago’s, um filho de Zebedeu:

 

"Eis os nomes dos DOZE APÓSTOLOS: o primeiro, Simão, chamado Pedro; depois André, seu irmão. TIAGO, FILHO DE ZEBEDEU, E JOÃO, SEU IRMÃO. Filipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o publicano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu. Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor" (Mt 10, 2-4).

E o outro Filho de Alfeu:

"Eis os nomes dos DOZE APÓSTOLOS: o primeiro, Simão, chamado Pedro; depois André, seu irmão. Tiago, Filho De Zebedeu, E João, Seu Irmão. Filipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o publicano. TIAGO, FILHO DE ALFEU, e Tadeu. Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor" (Mt 10, 2-4).

Ora se Paulo fala que o irmão de Jesus é Apóstolos e dentre os Apóstolos temos 2 Tiago’s, um filho de Zebedeu e o outro Filho de Alfeu, como então algum destes Tiago’s poderia ser irmão carnal de Jesus, filho de Maria e José?

Mas por que Jesus tem um irmão chamado Tiago? Justamente por que Alfeu também conhecido como Cleófas segundo o historiador Hegesipo era irmão de José pai de Jesus, e ambos são filhos de HELI (Lucas 3, 23). Logo os primos eram “irmãos” seguindo a língua hebraica, apesar do Novo Testamento ser escrito em Grego o que veremos mais adiante.

1.2 - Judas

 

Judas (tadeu) “irmão” de Jesus era irmão de Tiago, como ele mesmo diz:

Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago,..." (Judas 1,1)

Judas era também conhecido como Judas Tadeu, assim se ele é irmão de Tiago Menor,ele é também filho de Alfeu:

Filipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o publicano. Tiago, filho de Alfeu, eTadeu.” (Mateus 10, 3)

Logo tanto Tiago quando Judas eram todos filhos e Alfeu (Cleófas), portanto primos de Jesus.

1.3 - José

José também é filho de Maria de Cleófas a mesma mãe de Tiago:

Havia ali também algumas mulheres que de longe olhavam; tinham seguido Jesus desde a Galiléia para o servir. Entre elas se achavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.” (Mat 27, 55-56)

Mais uma vez José é filho de Maria de Cleófas e irmão de Tiago (o suposto irmão carnal de Jesus).

 

1.4 - Simão

Se Tiago, José e Judas são todos filhos de Cleófas (Alfeu), a dedução lógica é que ele também é filho de  Cleófas.

Logos todos os supostos “irmãos” de Jesus, são na realidade filhos do Tio dele, abaixo um organograma para melhor entender o caso:

Eram todos de uma mesma família.

 

2 -SOBRE AS PALAVRAS “IRMÃO” E “PRIMO”, SEGUNDO O GREGO E O HEBRAICO.


 

 

Apesar dos Evangelhos nos darem claras provas que os supostos irmãos de Jesus na realidade eram primos, protestantes ainda argumentam que não teria por que eles serem chamados de “irmãos”, já que o Novo Testamento foi escrito em Grego, e no Grego existe a palavra “primo”.

Embora no Grego exista realmente a palavra “primo”, os escritores do NT eram hebreus e falavam Hebraico e Aramaico e escrevendo os evangelhos seguiram a lógica da sua língua materna, pois no hebraico não temos a palavra “primo”, então “Irmão” e “irmã” são usados para designar primos e outros parentes.

A palavra hebraica “há”, e a aramaica “aha”, são empregadas para designar irmãos e irmã do mesmo pai, e não da mesma mãe (Gn 37, 16; 42,15; 43,5; 12,8-14; 39-15), sobrinhos, primos, irmãos (1 Cr 23,21), primos segundos (Lv 10,4) e até parentes em geral (Jó 19,13-14; 42,11). Claro que o Novo testamento foi escrito no Grego e não no Hebraico ou Aramaico (com exceção de Mateus) e no grego temos a palavra primo que é νεψις que pode também ser traduzida como SOBRINHO.  Contudo os autores do NT seguindo a lógica judaica usavam a palavra “irmão” (adelphos) para se referir aos primos, prova disso é que a palavra grega “primo” (ἀνεψιός) ocorre apenas 1 vez no Novo Testamento em:

Saúda-vos Aristarco, prisioneiro comigo, e Marcos, primo de Barnabé(sobre quem recebestes instruções; se ele for ter convosco, acolhei-o).”(Colossenses 4, 10)

Só que em outras traduções vem da seguinte forma:

Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o;” (Colossenses 4, 10)

Ora, não existiu nenhum primo no Novo testamento a ponto da palavra grega correspondente a “primo” ser utilizada somente uma vez, podendo também significar “sobrinho”?

Logo fica claro que nenhum autor do Novo Testamento usou a palavra grega  ἀνεψιός (primo) para se referir aos primos de Jesus, e sim seguindo a lógica do próprio hebraico usaram a palavra “adelphos” (irmão) para designar os seus primos, doutra forma seria colocar a bíblia de cabeça para baixo como fazem os protestantes com sua Tiagomania.

 

–OS PAIS DA IGREJA SOBRE A VIRGINDADE DE MARIA


 

O reconhecimento da virgindade de Nossa Senhora sempre foi professado pelos Padres da Igreja, como não poderia faltar seguem as suas menções.

São Tiago Menor  em sua Liturgia:

"Prestemos homenagem, principalmente, à Nossa Senhora, à Santíssima Imaculada, abençoada acima de todas as criaturas, a gloriosíssima Mãe de Deus, sempre Virgem Maria..." (S. jacob in Liturgia sua).

São Marcos na liturgia:

"Lembremo-nos, sobre tudo, da Santíssima, intermerata e bendita Senhora Nossa, a Mãe de Deus e sempre Virgem Maria".

Santo Hipólito de Roma (170 — 236):

"...corpo de Maria toda santa, sempre virgem, por uma concepção imaculada, sem conversão, e se fez homem na natureza, mas em separado da maldade: o mesmo era Deus perfeito, e o mesmo era o homem perfeito, o mesmo foi na natureza em Deus, uma vez perfeito e homem." (As obras e fragmentos. Fragmento VII)

Orígenes de Alexandria (185 — 253):

"Para, se Maria, como aqueles que declaram, com exaltar sua mente sã, não tinha outro filho, mas Jesus, e ainda Jesus diz para sua mãe, "Mulher, eis aí teu filho", e não "Eis que você tem esse filho também”  (Comentário ao Evangelho de João, Livro 1, 6)

E também tem muitos outros como:

São Gregório de Neocaesarea (213 — 270)

São Pedro de Alexandria (+ 311)

Santo Atanásio de Alexandria (295 — 373)

Hilário de Poitiers (300 — 368)

Santo Efrem da Síria (306 — 373)

Santo Epifânio (310 — 403)

Dídimo, o cego (313 — 398)

São Cirilo de Jerusalém (315 — 386)

Santo Ambrósio de Milão (340 — 397)

São Jerônimo (420) dedicou uma carta completa refutando alguns hereges que afirmavam que Maria não era virgem.

Uma matéria completa sobre isto pode ser lida aqui no site em:

https://apologistascatolicos.com.br/index.php/patristica/estudos-patristicos/484-os-pais-da-igreja-sobre-a-virgindade-de-maria

Nela os leitores irão encontrar também a controvérsia protestante sobre as citações de Eusébio, a respeito de Judas que ele suspostamente diz ser irmão de Jesus “segundo a carne”.

Fonte: www.apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/virgem-maria/537-a-virgindade-perpetua-de-maria

Leia-o também em:www.larcatolico.webnode.com.br/news/destruindo-o-mito-dos-irmaos-de-jesus

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Quem eram os irmãos de Jesus ?

 

Os “irmãos de Jesus” na Sagrada Escritura são um grupo de varões — Tiago, José (ou Joset), Judas e Simão — que aparecem vinculados a Cristo por íntimo parentesco (cf. Mt 13,55 ; Mc 6,3). Além disto, acompanham frequentemente a Mãe do Senhor, como narram Mt 12,46; Mc 3,31; 7,19; Jo 2,12.

 

Qual será esse parentesco ?

 

O termo “irmão” (ah em hebraico, adelphós na tradução grega dos LXX) designava na linguagem dos hebreus não somente os filhos do mesmo leito conjugal, mas também um familiar ou um consanguíneo próximo. Lote, por exemplo, sobrinho de Abraão, é chamado “irmão” deste em Gên 13,8] 14,16. Algo de análogo se dá com Jacó, sobrinho de Labã (cf. Gên 29,12.15). Em Lev 10,4 Moisés manda a Misael e Elisafã façam sair da frente do santuário seus “irmãos” que, no caso, eram propriamente seus primos. Os primos são designados como “irmãos” também em 1 Crôn. 23,21-22, onde se lê:

 

“Os filhos de Merari foram Moholl e Musi. Os filhos de Moholi foram Eleázaro e Cis. Eleázaro morreu sem ter filhos, mas apenas filhas; os filhos de Cis, seus Irmãos, as tomaram por mulheres”.

 

Ora no Santo Evangelho os “irmãos de Jesus” não significam em absoluto os filhos da mesma genitora, Maria Santíssima. Com efeito, entre as mulheres que assistiram à crucifixão de Cristo, Mt 27,56 menciona Maria, mãe de Tiago e José. Essa Maria, conforme Jo 19,25, não é esposa de São José, mas de Cleófas e, segundo a interpretação mais óbvia, a irmã de Maria, mãe de Jesus :

 

“Estavam junto à Cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleófas, e Maria de Mágdala”.

 

Pois bem ; os nomes Cleófas e Alfeu designam a mesma pessoa ; Klopas parece ser a forma grega do apelativo aramaico Chalphai, ao passo que Alphaios ou Alfeu é a transcrição direta desse vocábulo aramaico. Como refere Hegesipo (séc. 2"), o mais antigo historiador da Igreja, Cleófas ou Alfeu era irmão de São José.

 

Cleófas, portanto, e Maria de Cleófas eram os genitores de Tiago e de José ; tinham um terceiro filho, Judas, o qual no início da sua epístola se apresenta como irmão de Tiago (este Tiago só pode ser o filho de Cleófas, não de Zebedeu, pois não era irmão de João Evangelista ; confira-se Mt 13,55, onde Tiago, Judas e José, não João, são chamados irmãos).

 

Quanto a Simão, o quarto dos irmãos de Jesus, Hegesipo o apresenta também como filho de Cleófas. Por conseguinte, os quatro irmãos do Senhor seriam primos de Jesus por descenderem de uma irmã de Maria Santíssima, também chamada Maria, irmã casada com Cleófas, irmão de São José, Há quem não aceite que duas irmãs, vivendo contemporaneamente, tenham tido o mesmo nome “Maria”. A dificuldade, porém, perde muito do seu peso se se levam em conta os costumes dos antigos : entre outros, pode-se citar o caso de Otávia, irmã do Imperador Augusto, a qual tinha quatro filhas vivas ao mesmo tempo : duas delas chamavam-se “Marcella” sem cognome,.e as duas outras “Antonia”. O nome “Maria” era, de resto, muito frequente na Galiléia. — Outros objetam que Maria não podia ter irmã, devia ser filha única, única herdeira ; isto explicaria que haja sido obrigada a tomar esposo, e a escolhê-lo dentro da sua parentela, a fim de que a herança continuasse em poder da mesma linhagem. Quem, na base destes argumentos, não queira admitir que Maria, esposa de Cleófas, tenha sido irmã de Maria, esposa de José, poderá muito bem interpretar o texto de Jo 19,25, acima transcrito, como se quatro, e não três, mulheres tivessem estado ao pé da cruz ; distinguir-se-iam então Maria mãe de Jesus, a irmã anônima desta, a seguir, Maria esposa de Cleófas, e Maria de Mágdala. Neste caso, os filhos de Cleófas ainda seriam ditos com razão “primos” de Jesus, pois Cleófas era irmão de São José, pai putativo ou legal de Jesus.

 

Eis, pois, como esquematicamente se representaria o parentesco vigente entre Jesus e “seus irmãos”:

 

HELI (Lc2,23): Maria + Cleofas ou Alfeu e São José + Maria Santíssima

 

São José + Maria Santíssima: Jesus Cristo

 

Maria + Cleofas: Tiago menor (1º bispo de Jerusalém), José ou Joset, Judas Tadeu, Simão (2º bispo de Jerusalém)

 

 

Neste esquema fica aberta apenas a questão : Maria, esposa de Cleófas, era irmã de Maria, mãe de Jesus ?

 

Em apoio de quanto foi dito acima, observe-se mais o seguinte:

 

Maria Santíssima nunca é chamada nas Escrituras “mãe dos irmãos de Jesus”, mas apenas “mãe de Jesus” (cf. Jo 2,1); em Mc 6,3 Jesus é precisamente dito “o filho de Maria” (com artigo!), em oposição aos seus “irmãos”, os quais, segundo a lógica, não podiam ser igualmente filhos de Maria : “Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão ?”

 

É preciso outrossim considerar que, se Maria tivesse tido algum filho além de Jesus, o Senhor na cruz não a teria confiado a João, filho de Zebedeu; os filhos propriamente ditos seriam os primeiros indicados como arrimo materno. A fórmula mesma com que Jesus se refere a João, dá a entender que este seria para Maria o representante e, de certo modo, substituto do seu único Filho ; “Mulher, eis o filho teu” (Jo 19,27); o artigo teria sido omitido se Maria tivesse outro filho.

 

Quanto ao fato de que Maria é frequentemente mencionada com os “irmãos de Jesus” nos Santos Evangelhos (cf. Mt 12,46; Mc 3,31; Lc 8,19; Jo 2,12; At 1,14), explica-se bem pelas íntimas relações que uniam as famílias de Cleófas e São Jose : provavelmente este Santo Patriarca morreu antes do início da vida pública de Jesus ; parece então que Maria Santíssima se retirou com seu Divino Filho para a casa de seu cunhado, de sorte que as duas famílias se fundiram como que numa só. Outros pensam que foi Cleófas quem primeiro morreu; em consequência, José teria recebido em sua casa a viúva e seus filhos, primos de Jesus.

 

Em debates sobre o nosso tema, é por vezes citado o texto de São Paulo, 1 Cor 9,5: “Não temos o direito... como os outros apóstolos, os irmãos do Senhor e Cefas?”. Esta passagem não implica que os irmãos do Senhor devam ser excluídos do grupo dos Apóstolos ; em tal caso, Cefas também não poderia ser considerado Apóstolo. São Paulo faz a tríplice enunciação acima apenas para realçar o grau de dignidade progressiva dos que compunham o grupo dos Apóstolos.

 

A titulo de ilustração, vão aqui referidas duas sentenças que de pouca ou nenhuma probabilidade gozam no assunto; os “irmãos de Jesus” seriam filhos de São José nascidos de um primeiro matrimônio do Patriarca ou seriam filhos adotivos do mesmo. Não há necessidade de estudo demorado dessas teses, hoje não mais em voga.

 

Conclui-se, pois, que a famosa expressão bíblica, devidamente analisada, não cria dificuldade à prerrogativa da perpétua virgindade de Maria, Mãe de Jesus e Mãe dos homens.

Dom Estêvão Bettencourt (OSB)

pr.gonet.biz/kbase/kb1233.htm

Leia-o também em: https://larcatolico.webnode.com.br/news/destruindo-o-mito-dos-irm%C3%A3os-de-jesus/

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Os “Irmãos” de Jesus: Maria teve Outros Filhos?

 
OS IRMÃOS DE JESUS: MARIA TEVE OUTROS FILHOS?

Por Cláudio Pinto

Fonte: A Barca de Jesus

O objetivo desta matéria é demonstrar que Maria que não teve outros filhos além de Jesus, tendo permanecido virgem, mesmo após o nascimento de Jesus. Para tanto, lancei mão de textos que colecionei de várias fontes, tais como os exuberantes sites do Agnus Dei e do Veritatis Splendor, além de escritos de Dom Estevão Bettencourt, debates na lista de discussão do Veritatis Splendor e algumas observações minhas.

Parte I: Textos que Comprovam que Jesus era Filho Único

1. A Bíblia só chama a Jesus de Filho de Maria

Em nenhuma passagem da Bíblia, ninguém é chamado de “filho de Maria”, a não ser Jesus. E, ainda, de ninguém Maria é chamada “Mãe”, a não ser de Jesus. Em Mc 6,3 é dito: “o filho de Maria” (com artigo, dando idéia de unicidade). A expressão grega implica que Ele era seu único filho. O Evangelho nunca diz “a mãe de Jesus com seus filhos”, embora isso fosse natural, especialmente em Mc 3,31 e At 1,14, se ela tivesse outros filhos.

2. Maria fez Voto de Virgindade

Em Lc 1,34 Maria pergunta: “Como se fará isso, pois eu não conheço varão?”.

A pergunta que Maria fez seria inadimissível em uma jovem desposada no momento em que lhe anunciavam o nascimento de um filho futuro. Esta pergunta só tem sentido se considerarmos que ela fizera voto de virgindade, uma vez que, embora estivesse desposada, ela afirma: “eu não conheço varão”. O anjo, porém, não a libera do voto, mas diz que se tratará de uma conceição milagrosa.O voto de virgindade feito por Maria é também insinuado num apócrifo: o Protoevangelho de Tiago (120 dC).

3. Jesus Entregou Maria ao Discípulo João

Era costume judeu que os filhos cuidassem da mãe. Ao morrer o irmão mais velho, caberia aos demais filhos o cuidado da mãe. Porém, Jesus pede que o discípulo João, membro de outra família, cuidasse de sua mãe (Jo 19,26-27). Não haveria necessidade de tal preocupação e tal atitude seria inadmissível se Jesus tivesse outros irmãos.

4. Aos 12 Anos, não há Indícios de Irmãos na Festa da Páscoa

Quando Jesus foi a festa da Páscoa em Jerusalém, com a idade de 12 anos (Lc 2,41-51), não se menciona a existência de outros filhos, embora toda a família tivesse peregrinado junto durante uns 15 dias. Ora, Maria e José não poderiam ter deixado em casa, por tanto tempo, filhos tão pequenos.

5. O Testemunho da Sagrada Tradição

A Sagrada Tradição da Igreja sempre ensinou a Virgindade perpétua da mãe de Nosso Senhor. Eis alguns testemunhos dos primórdios do cristianismo:

Santo Inácio de Antioquia ( Século I ): “E permaneceram ocultos ao príncipe desse mundo a virgindade de Maria e seu parto, bem como a morte do Senhor: três mistérios de clamor, realizados no silêncio de Deus” (Carta aos Efésios, PG. V, 644 ss.)Santo Irineu (130 a 203 dC): “Era justo e necessário que Adão fosse restaurado em Cristo, e que Eva fosse restaurada em Maria, a fim de que uma virgem feita advogada de uma virgem, apagasse e abolisse por sua obediência virginal a desobediência de uma virgem”. (Contra as Heresias)

Santo Atanásio (295 a 386 dC): “Jesus tomou carne da SEMPRE virgem Maria”.Dídimo (386 dC): “Nada fez Maria, que é honrada e louvada acima de todas as outras: não se relacionou com ninguém, nem jamais foi Mãe de qualquer outro filho; mas, mesmo após o nascimento do seu filho [único], ela permaneceu sempre e para sempre uma virgem imaculada”. (“A Trindade 3,4″) São Jerônimo (340-420 dC): “Cristo virgem e Maria virgem consagraram os princípios da virgindade em ambos os sexos”.Santo Agostinho (354 a 430 dC): “Então, o Senhor tem irmãos? Será que Maria teve ainda outros filhos? Não! De modo algum! (…) Qual é, pois, a razão de ser da expressão “irmãos do Senhor”? Irmãos do Senhor eram os parentes de Maria”. (Comentário do Evangelho de São João, X, 2)

Santo Agostinho: “Concebeu-O [a Cristo Jesus] sem concupiscência, uma Virgem; como Virgem deu-lhe à luz, Virgem permaneceu”. (Sermão sobre a Ressurreição de Cristo, segundo São Marcos, PL XXXVIII, 1104-1107)

6. A Fé dos Reformadores Protestantes

Martinho Lutero:

Sobre Mt 1,25: “Destas palavras não se pode concluir que após o parto, Maria tenha tido consórcio conjugal. Não se deve crer nem dizer isso.” (Obras de Lutero Ed. Weimar, Tomo 11, p.323)

No fim de sua Vida: “Virgem antes, no, e depois do parto, que está grávida e dá a luz. Este artigo da fé é milagre divino.” (Sermão Natal 1540: WA 49,182)

João Calvino:

“Jesus é dito primogênito unicamente para que saibamos que Ele nasceu da Virgem” (CO 45,645)“Certas pessoas têm desejado sugerir desta passagem [Mt 1,25] que a Virgem Maria teve outros filhos além do Filho de Deus, e que José teve relacionamento íntimo com ela depois. Mas que estupidez! O escritor do evangelho não desejava registrar o que poderia acontecer mais tarde; ele simplesmente queria deixar bem clara a obediência de José e também desejava mostrar que José tinha sido bom e verdadeiramente acreditava que Deus enviara seu anjo a Maria. Portanto, ele jamais teve relações com Maria, mas somente compartilhou de sua companhia… Além disso, N.Sr. Jesus Cristo é chamado o primogênito. Isto não é porque teria que haver um segundo ou terceiro [filho], mas porque o escritor do Evangelho está se referindo à precedência. Assim, a Escritura está falando sobre a titularidade do primogênito e não sobre a questão de ter havido qualquer segundo [filho]” (Sermão sobre Mateus, 1562).

Zvínglio:“Creio firmemente que, segundo o Evangelho, Maria, como Virgem pura, gerou o Filho de Deus e no parto e após o parto permaneceu para sempre Virgem pura e íntegra.” (Zvínglio Opera 1,424) “Os irmãos do Senhor eram os amigos do Senhor” (ZO 1,401)  

Parte II: Respondendo às Objeções Protestantes

7. Quem Seriam os “Irmãos” de Jesus?

Há vários textos no NT que mencionam os “irmãos de Jesus”: Mt 12,46-50; 13,55; Mc 3,31-35; Lc 8,19-21; Jo 2,12; 7,2-10; At 1,14; Gl 1,19; 1Cor 9,5. Vejamos, por exemplo, Mc 6,3:“Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?”

O que dizer?A expressão “irmãos de Jesus” foi concebida, não em ambiente grego, mas no mundo semita, onde a língua falada era o aramaico. Ora, em aramaico (e também em hebraico), a palavra “irmãos” (se escreve “ah”), designa não somente os filhos dos mesmos pais, mas também, os primos ou até parentes mais remotos. No AT há 20 passagens que atestam o amplo significado da palavra “irmão”. Vejamos alguns exemplos:Primeiro Exemplo:Gn 11,27: “Taré gerou Abrão, Nacor e Arã. Arã gerou Ló.”

Logo, Ló é sobrinho de Abrão, como confirma Gn 12,5: “Abrão tomou sua mulher Sarai, seu sobrinho Ló, …”. Vejamos agora o que diz Gn 13,8:“Abrão disse a Ló: Que não haja discórdia entre mim e ti, … , pois somos IRMÃOS.”Segundo Exemplo:

1Cr 23,21-23: “Os filhos de Merari foram Moholo e Musi. Os filhos de Moholi foram Eleázaro e Cis. Eleázaro morreu sem ter filhos, mas apenas filhas. Os filhos de Cis, SEUS IRMÃOS, as tomaram por mulheres.”

Ora, como Eleázaro e Cis eram verdadeiros irmãos, então os filhos de Cis não eram irmãos das filhas de Eleázaro, mas sim primos. No entanto, a Bíblia utiliza o conceito amplo da palavra “ah” para chamá-los de irmãos, embora fossem primos.

Terceiro Exemplo:Gn 29,15: “Então Labão disse a Jacó: Por seres meu IRMÃO, irás servir-me de graça?”Seria Labão irmão de Jacó? Não! Era seu tio. Confira:

Gn 29,10: “Logo que Jacó viu Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, aproximou-se…”

Leia também: 1Cr 15,4-10.

Em conclusão, o uso dos termos “irmãos e irmãs” de Jesus, na verdade, designam simplesmente que se trata de parentes de Jesus, pois o termo hebraico “ah” (traduzido por “irmão”) possui este sentido amplo. Portanto, não eram filhos de Maria, mas sim parentes de Jesus, provavelmente seus primos ou filhos do viúvo José.

8. Mas o NT foi Escrito em Grego e não em Aramaico. E aí?

Em grego existem palavras definidas para irmão (ADELPHOS) e primo (ANEPSIOS). Paulo conhecia muito bem o grego pois chegou a discursar com muita eloquência num aerópago grego. Certamente, os autores sagrados conheciam muito bem as palavras ADELPHOS e ANEPSIOS. Inclusive, Paulo chegou a usar o termo ANEPSIOS (primo) em Cl 4,10:“Saúda-vos Aristarco, meu companheiro de prisão, e Marcos, o PRIMO de Barnabé”

E ainda: “Saudai a Herodião, meu PARENTE” (Rm 16,11)O mesmo se pode dizer do livro de Tobias, escrito em grego: “Como este jovem é parecido com meu PRIMO” (Tb 7,2)

Portanto, se os “irmão do Senhor” fossem primos de Jesus, ao escrever o NT em grego, os autores sagrados usariam a palavra ANEPSIOS (primo), e não ADELPHOS (irmão). Porém, o NT sempre se refere aos “irmãos do Senhor” usando o termo ADELPHOS (irmão) e nunca ANEPSIOS (primo).O que dizer?

Ocorre que os escritores sagrados quiseram preservar o sabor semítico da palavra aramaica “ah” (“irmão” para qualquer grau de parentesco próximo) ao fazer a tradução para o grego. A expressão semita “irmãos do Senhor” já era muito usual entre os cristãos (como demonstra as várias inserções no NT) e os apóstolos quiseram preservá-la, pois “ah” é diretamente traduzido para o grego por “ADELPHOS”. Um contexto, portanto, bem diferente das passagens de Paulo e Tobias acima citadas, pois nestes casos Paulo e Tobias não estavam traduzindo um termo hebraico para o grego. Esta preservação do aramaico ou do sabor semita na tradução para o grego ocorre também em outras passagens do NT. Vejamos algumas:- Pedro, em algumas passagens é chamado pelo nome CEFAS (pedra em aramaico), preservando assim o sabor semita com que os discípulos se acostumaram a chamar Pedro.

- Lc 14,26: “Se alguém vem a mim e não ODEIA seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs, sim, até a própria vida, não pode ser meu discípulos”Teria Jesus pregado o odio? Óbvio que não! Ocorre que o aramaico não tem estruturas de comparação, tipo “amar mais” ou “amar menos”. Jesus, portanto, usou o vocábulo aramaico que traz a idéia de “amar menos” (ou seja, o mesmo que é traduzido por “odiar”), e que foi traduzido para o grego mantendo o sabor semita. Lucas podia usar a estrutura grega correspondente a “amar menos”, mas tal como no caso dos “irmãos do Senhor”, optou por manter o sabor semita do ensinamento, embora houvesse no grego termos mais apropriados.

- São Paulo cita Ml 1,2-3: “Eu amei Jacó e ODIEI Esaú” (Rm 9,13).Obviamente, a tradução correta seria: “Eu amei mais a Jacó do que a Esaú”. Porém, Paulo mantêm o semitismo, embora o grego em que escreveu lhe proporcionasse termos mais adequados.

- Em várias passagens, São Paulo frequentemente faz uso do termo grego “dikaiosyne” não na forma estrita utilizada pelo sentido grego, mas na forma ampla do sentido hebraico de “sedaqah”.- Lucas utiliza com frequencia o aditivo “kai” (“e”, em português), que reflete o aditivo hebraico “wau”. Ex: Lc 5,1 “… E ele se encontrava de pé …”. A palavra “e” poderia existir no hebraico, mas não no grego, nem mesmo no aramaico. Lucas nos diz que tomou grande cuidado, conversou com testemunhas oculares e checou relatos escritos sobre Jesus. Estes relatos escritos poderiam estar em grego, hebraico ou aramaico. Estas estranhas estruturas usada por Lucas em alguns pontos parece demonstrar que ele usou, em certos momentos, documentos hebraicos e os traduziu com extremo cuidado, tão extremo a ponto de manter a estrutura hebraica no texto grego. Lucas sabia como escrever em grego culto, como demonstra certas passagens. Mas por que escreveu assim? Certamente por causa de seu extremo cuidado, para ser fiel aos textos originais que usava.

Há muitos outros lugares no NT onde devemos considerar o fundamento hebraico para obter o sentido correto do grego. Demos apenas alguns exemplos que são suficientes para mostrar como os escritores do NT escreveram em grego mantendo o sabor semita das expressões, embora o grego tivesse estruturas e vocábulos mais apropriados, tais como “primos” em lugar de “irmãos”.Em acréscimo, podemos observar que quando o AT foi traduzido para o grego (versão dos Setenta), alguns séculos antes de Cristo, o termo aramaico “ah” sempre foi traduzido para o grego ADELPHOS (irmão), mesmo quando era evidente que não se tratava de filhos da mesma mãe, mas sim de parentes próximos. Por exemplo, conforme visto acima, em Gn 13,8 “ah” deveria ser traduzido para o grego correspondente a “parentes” (tio e sobrinho), mas preservou-se o sabor semita “irmãos”. Portanto, não se deve admirar o fato do hagiógrafo do NT manter o sabor semita do vocábulo “ah” referente aos parentes, pois este também foi o critério usado na tradução do AT, alguns séculos antes de Cristo nascer. O linguajar grego da Versão dos Setenta, que conservava seu fundo semita, influiu profundamente na linguagem dos escritores do NT, familiarizados que estavam com a tradução dos Setenta. E quando se traduz a Bíblia para as línguas modernas, português, inglês, etc., o termo correspondente a “irmão” também é mantido mesmo nos casos onde é evidente que não se tratam de filhos dos mesmos pais, mas sim de parentes.  

9. Mas o Profético Salmo 68 Afirma: “os filhos de sua mãe”!

O Salmo 68 é um salmo profético, pois o versículo 10 é aplicado à Jesus pelos discípulos em Jo 2,17: “O zelo pela tua casa me consumiu”. Dessa forma, se o versículo 10 foi aplicado a Jesus, muitos sugerem que o versículo 9 também deve ser aplicado, pois está adjacente ao versículo 10. Vejamos o que diz o versículo 9:

“Tornei-me um estranho para meus irmãos, um desconhecido para os filhos de minha mãe.”Observe: “para os filhos de minha mãe”! Daí muitos concluem que Maria teve outros filhos além de Jesus.

O que dizer?Ocorre, porém, que dado um contexto que contenha um versículo profético, se é verdade que todos os versículos deste contexto sejam todos igualmente proféticos, então o versículo 6 deste Salmo também deveria ser profético e aplicado a Jesus, pois pertence ao mesmo contexto dos versículos 9 e 10. Mas o que diz o versículo 6 ?“Vós conheceis, ó Deus, a minha insipiência, e minhas faltas não vos são ocultas.” (Sl 68,6)No salmo 68, o sujeito dos versículos 9 e 10 é o mesmo sujeito do versículo 6. Se o versículo 9 deve ser aplicado a Jesus porque o versículo 10 foi, então o versículo 6 também teria que ser, pois pertencem ao mesmo contexto. Mas o versículo 6 é a confissão de um sujeito insipiente e pecador. Porém, o NT nos garante que Jesus jamais cometeu um pecado (Jo 8,46; Hb 4,15; 1Pd 2,22; Is 53,9; 1Jo 3,5). Logo, concluímos que se um versículo do At for aplicável a Jesus (ou a alguém ou a algum fato do NT) não significa que todo os versículos adjacentes a ele (ou todo o contexto onde ele está inserido), também sejam obrigatoriamente proféticos e igualmente aplicáveis. No caso citado, o versículo 10 é aplicado a Jesus, mas os versículos 6 e 9, não.

Em acréscimo, observe o versículo 22 deste mesmo salmo. Ele também é profético e aplicado a Jesus (Mt 27,34; Jo 19,29). Igualmente os versículos 23, 24 e 26 são todos proféticos. Porém, enquanto o 23 e 24 são aplicado a Israel (Rm 11,9s), o versículo 26 é aplicado a Judas (At 1,20). Isto também comprova que os versículos são aplicados a sujeitos distintos sem qualquer vínculo com o contexto onde se encontra. E ainda, neste mesmo contexto, observe como os versículos 25, 28 e 29 destoam profundamente de Lc 23,34. Novamente observamos que não é porque alguns versículos são proféticos e aplicáveis ao NT que todos os versículos adjacentes o devem ser. Portanto, o versículo do Sl 68,9 não garante que Maria tenha tido outros filhos.  

 

Parte III: Ainda Respondendo às Objeções Protestantes

10. A Bíblia diz: “Até que…” (Mt 1,25)

“José não conheceu Maria (= não teve relações com Maria) ATÉ QUE ela desse à luz um filho (Jesus)”.Significa isto que, depois de ter dado à luz a Jesus, Maria teve relações conjugais com José?

Não necessariamente. A expressão “até que” corresponde ao grego “heos hou” e ao hebraico “ad ki”. Esta partícula designa apenas o que se deu (ou não se deu) no passado, sem indicação do que havia de acontecer no futuro. Ou seja, a passagem quer afirmar que Jesus nasceu sem que José e Maria tivessem relações. O termo grego “heos hou” (“até que”) nada insinua se depois que Jesus nasceu houve ou não relação entre Maria e José, mas simplesmente relata algo que ocorreu no passado, no caso, Mateus quis relatar o fato extraordinário de que Jesus nasceu estando sua mãe virgem. Vejamos diversos casos semelhantes:2Sm 6,23: “Micol, filha de Saul, não teve filhos ATÉ a morte.” Não significa que, após morrer, tenha tido filhos.

Sl 109,1: Deus Pai convida o Messias a sentar-se à sua direita ATÉ QUE Ele faça dos seus inimigos o escabêlo dos seus pés. Isto não significa que, após vencidos os inimigos, o Messias deixará de se assentar à direita do Pai.Gn 28,15: “Diz o Senhor a Jacó: Não te abandonarei ATÉ QUE eu tenha realizado o que te prometi.” Certamente Deus não abandonou Jacó depois de cumprir as suas promessas.

Dt 34,6: Moisés foi enterrado “e ATÉ hoje ninguém sabe onde se encontra sua sepultura”. Isto era verdade no dia em que o autor do Deuteronômio relatou o fato; e continua sendo verdade ainda hoje.1Tm 4,13: O Apóstolo pede para que Timóteo se devote à leitura, exortação e ensinamento “ATÉ eu (Paulo) chegar”. Isso não quer dizer que Timóteo deveria parar de fazer tais coisas após a chegada de Paulo.

Mt 13,33: “O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que [heos hou] tudo esteja levedado.” Isso não quer dizer que depois que levedou ja não havia mais 3 medidas de farinha.Mt 26,36: “Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto [heos hou] vou além orar.” Observe que Jesus ordena para que os discípulos esperem sentados. Isto não significa que, ao retornar da oração, eles deveriam novamente se levantar. Não! Quando Jesus voltasse, eles poderiam permanecer sentados conversando, ou irem durmir ou se levantarem. Observe como o HEOS HOU nada nos informa sobre o estado futuro.

Lc 24,49: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que [heos hou] do alto sejais revestidos de poder.” Quer dizer que, após Pentecostes, todos os apóstolos saíram de Jerusalém? De modo algum. Observe como HEOS HOU refere-se apenas ao passado, sem nada indicar sobre o futuro. A ordem de Jesus era para que antes de Pentecostes não saíssem de Jerusalém de modo algum. Depois, pouco lhe importa se permaneceriam ou se sairiam dali.Alguns protestantes, porém, ainda contra-argumentam afirmando que no período entre 100 AC e 100 DC (época em que o NT foi escrito), a partícula “até que” (HEOS HOU, em grego) não era usada sem fazer referências ao futuro. Este argumento também é falso. Podemos citar, por exemplo, um escrito da época citada que diz:

“E Aseneth foi deixada com as sete virgens, e continuou a ser oprimida e a chorar ATÉ (HEOS HOU) o sol se pôr. E não comeu pão nem bebeu água. E a noite veio, e todos da casa dormiram, e somente ela estava acordada, continuando a se desesperar e a chorar.”Fonte: História “Joseph e Aneseth” de C. Burchard, que pode ser encontrada em Old Testament Pseudepigrapha. Vol. 2, Expansions of the Old Testament and Legends, Wisdom and Philosophical Literature, Prayers, Psalms, and Odes, Fragments of Lost Judeo-Hellenistic Works, ed. James H.Charlesworth, p. 215. New York: Doubleday, 1985.

Notamos pelo contexto que Aneseth chorou até o pôr do sol, mas que ela continuou a chorar pela noite. Eis um caso clássico, da época de Cristo, onde “heos hou” não implica em mudança de ação futura, pois o próprio contexto não dá margem a qualquer outra possibilidade. Portanto, ou “heos hou” termina o ato, ou o continua. Neste exemplo ele certamente não terminou o ato, senão é fato que Aneseth deveria ter parado de chorar, e não continuado, depois que o sol se pôs.Todos esses exemplos são casos em que se faz referência ao passado, sem referências do futuro. Essa locução era frequente entre os semitas e foi usada em Mt 1,25. A tradução mais clara deste versículo seria “Sem que José tivesse tido relações com Maria, ela deu à luz um filho”.

11. Se Jesus era o Primogênito, então foi o Primeiro de outros Filhos

Lc 2,7: “Maria deu à luz o seu filho primogênito”

Literalmente, “primogênito” é o primeiro filho, independente de haver ou não um segundo filho. Em hebrico “bekor” (primogênito) podia designar simplesmente “o bem-amado”, pois o primogênito é certamente aquele dos filhos no qual durante certo tempo se concentra todo o amor dos pais. Além disto, os hebreus julgavam o primogênito como alvo de especial amor de Deus, pois devia ser consagrado ao Senhor (Lc 2,22; Ex 13,2; 34,19).A palavra “primogênito” podia mesmo ser sinônima de “unigênito” (único filho), pois um e outro vocábulos na mentalidade semita designam “o bem-amado”. Veja, por exemplo, Zc 12,10:

“Quanto àquele que transpassaram, irão chorá-lo como se chora um filho unigênito; irão chorá-lo amargamente como se chora um primogênito”Da mesma forma, Maquir que é o único filho de Manassés é chamado de “primogênito” em Jos 17,1. A descendência de Manassés é descrita em Nm 26,29-34.

Observe como “primogênito” refere-se apenas a condição do primeiro filho, sem nada afirmar sobre outros filhos:Ex 13,2: “Consagra-me todo primogênito, todo o que abre o útero materno entre os filhos de Israel. Homem ou animal será meu.”

Ex 34,19: “Todo o que sair por primeiro do seio materno será meu: Todo macho, todo primogênito das tuas ovelhas e do teu gado.”Lc 2,23: “Todo macho que abre o útero será consagrado ao Senhor”

Numa inscrição sepulcral judaica datada de 5 AC e descoberta em Tell-el-Yedouhieh (Egito), em 1922, lê-se que uma jovem chamada Arsinoé MORREU “nas dores do parto do seu filho primogênito”. Ora, se ela morreu, então não teve outros filhos além do filho dito “primogênito”. E mais ainda: no apócrifo “Antiguidades Bíblicas”, a filha de Jefté (Jz 11,29-39) ora é dita primogênita (primeira filha), ora é dita unigênita (única filha). Portanto, embora fosse a única filha, também era chamada de primogênita.E para confirmar definitivamente que o primogênito não necessariamente têm outros irmãos, São Jerônimo apresenta Lc 2,22-24 que diz:

“Concluídos os dias da sua purificação, de acordo com a lei de Moisés, eles o levaram a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor [como está prescrito na lei do Senhor, todo macho que abre o útero deve ser consagrado ao Senhor] e para oferecer em sacrifício de acordo com o que é prescrito na lei do Senhor, um par de rolinhas ou duas pombas novas”Como não havia tempo suficiente, até o dia da sua purificação, para Maria conceber novamente, é certo que Jesus foi consagrado ao Senhor (lei da primogenitura) antes de ter qualquer irmão. Ora, se o primogênito fosse restrito àqueles que possuem irmãos, ninguém estaria sujeito a lei da primogenitura, enquanto não nascesse seu irmão. Mas visto que, o primeiro filho (que ainda não tem irmãos mais novos), poucos dias depois de nascer já é sujeito à lei da primogênitura, deduzimos que é chamado primogênito aquele que abre o útero da mãe e que não foi precedido por ninguém, e não aquele cujo nascimento foi seguido por outro de irmão mais novo.

Vimos, portanto, que o primeiro filho homem será consagrado a Deus. Este é o primogênito. Mesmo que não seja o primeiro filho, mas se for o primeiro filho homem, ele é o primogênito. E, se for o único filho, ele também é o primogênito porque foi o primeiro e único. Enfim, o termo “primogênito” possui o mesmo modo de falar de Mt 1,25: “primogênito” vem a ser apenas o filho antes do qual não houve outro, não necessariamente aquele após o qual houve outros.

12. Se Maria fez voto de virgindade, como pode ter desposado José?

Santo Agostinho explica:“O que tornou a virgindade de Maria tão santa e agradável a Deus não foi porque a concepção de Cristo a preservou, impedindo que sua virgindade fosse violada por um esposo, mas porque antes mesmo de conceber ela já a tinha dedicado a Deus e merecido, assim, ser escolhida, para trazer Cristo ao mundo.

É o que indicam as palavras de Maria em resposta ao anjo que lhe anunciava a maternidade: “Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?” (Lc 1,34). Por certo, ela não teria falado assim, se não houvesse consagrado anteriormente sua virgindade a Deus. Mas como esse voto ainda não tinha entrado nos costumes dos judeus, ela fora dada em casamento a um varão justo o qual, longe de lhe tirar o que ela já havia consagrado a Deus, seria ao contrário o seu fiel guardião. Ainda que ela apenas tivesse dito: “Como é que vai ser isso”, sem acrescentar: “se eu não conheço homem algum”, não ignorava que, como mulher, não precisaria perguntar como daria à luz esse filho prometido, no caso de estar casada para ter filhos.Poderia também ter recebido uma ordem do céu de permanecer virgem, a fim de que o Filho de Deus tomasse nela a forma de escravo por algum grande milagre. Mas por estar destinada a servir de modelo às futuras virgens consagradas, era preciso não deixar parecer que unicamente ela deveria ser virgem, ela que merecera conceber fora do leito nupcial.

Assim, consagrou sua virgindade a Deus, enquanto ainda ignorava de quem havia sido chamada a ser mãe. Desse modo, ela ensinava, às outras, a possibilidade de imitação da vida do céu, em um corpo terrestre e mortal, em virtude de um voto e não de um preceito, e realizando-o por opção toda de amor, não por necessidade de obedecer. Cristo, assim, nascendo de uma virgem que, antes mesmo de saber de quem seria mãe, já tinha resolvido permanecer virgem, esse Cristo preferiu aprovar a santa virgindade a impô-la. Dessa maneira, mesmo na mulher da qual haveria de receber a forma de servo, ele quis que a virgindade fosse o efeito da vontade livre.” (A Santa Virgindade – Santo Agostinho)Vejamos, agora, o que nos diz o Papa João Paulo II:

“No momento da anunciação, Maria encontra-se então na situação de noiva. Podemos perguntar-nos porque ela tinha aceito o noivado, dado que havia feito o propósito de permanecer virgem para sempre. (…) Pode-se supor que entre José e Maria, no momento do noivado, houvesse um entendimento sobre o projeto de vida virginal.De resto, o Espírito Santo, que tinha inspirado Maria à escolha da virgindade em vista do mistério da Encarnação, e queria que esta acontecesse num contexto familiar idôneo ao crescimento do Menino, pôde suscitar também em José o ideal da virgindade.” (João Paulo II – Catequese – 17 a 24/08/1996)

Em acréscimo, lembro também que na cultura judaica uma mulher sem marido não era bem vista (veja, por exemplo, 1Cor 7,36). Desposando de José, homem justo, Maria não passaria por tal constrangimento e ainda cumpriria o voto de virgindade. Uma segunda observação, é que quando o Papa fala no ideal de virgindade de José, este ideal pode ter sido suscitado após sua viuvez, uma vez que existem relatos de que José teria tido filhos em seu primeiro casamento.

Para citar este artigo:

PINTO, Cláudio. Apostolado Veritatis Splendor: Os “Irmãos” de Jesus: Maria teve Outros Filhos?. Disponível em https://www.veritatis.com.br/article/4852

Fonte:comunidadecatolica.wordpress.com/2008/03/07/os-irmaos-de-jesus-maria-teve-outros-filhos/ 

Leia-o também em: https://larcatolico.webnode.com.br/news/destruindo-o-mito-dos-irm%C3%A3os-de-jesus/

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Caiafarsa

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JESUS TEVE IRMÃOS CARNAIS

A MENTIRA:

“Maria deu a luz seu Filho PRIMOGÊNITO, se foi primogênito vieram outros depois.”

ONDE SE ENCONTRA:

https://www.sobreasaguas.com.br/romano.htm
E neste:https://averdadesobremaria.blogspot.com/2009/07/adoracao-maria.html“… a doutrina da virgindade perpétua de Maria não foi ensinada até uns trezentos anos após a ascensão de Cristo. Não foi antes do Concílio de Calcedônia em 451 que esta fabulosa qualidade ganhou o reconhecimento oficial de Roma”.”

A VERDADE BÍBLICA, LÓGICA E DOCUMENTAL:

Jesus não era “primogênito” porque vieram outros filhos depois.

É um erro primário, dizer que: “Maria deu a luz seu Filho PRIMOGÊNITO, se foi primogênito vieram outros depois”. – PURO ENGANO! Jesus foi apresentado como primogênito no templo aos 40 dias, sem que viessem outros depois. Deus ordena: contar todo o primogênito varão dos filhos de Israel, da idade de um mês para cima (Num 3, 40). Ora, se há primogênito de um mês de idade, como é que se pode exigir que, para haver primeiro, haja um segundo? Logo, há primogênito sem que haja, necessariamente, um segundo filho. Era PRIMOGÊNITO quem nascesse menino ou animal macho, e não se nascesse outro depois daquele (Êxodo 13, 2). Curiosamente a tradução protestante confirma que primogênito é aquele que abrir toda madre, sem precisar de outro (Êxodo 13, 2).– Adiante, alegava um pastor, que: “Iminentes (sic) Cristãos do século II, registraram que Maria teve outros filhos com José; afinal casar-se e ter Filhos não desonra, o que desmerece e muito é a condição de celibatário!”. – PURO INSULTO! Ele não mostrou esses “Iminentes (sic) Cristãos” do século II, porque não existem. Ele sequer sabe escrever, “Iminentes” quer dizer AMEAÇADORES. Quando ele blasfemando, alega que a condição de celibatário “desmerece e muito”, ele está desmerecendo Jesus Cristo, São Paulo, Timóteo, Tito e os apóstolos, celibatários. É a palavra de Deus, que diz: “Estes são os que não se contaminam com mulheres, pois são virgens. São aqueles que acompanham o Cordeiro por onde quer que se vá; foram resgatados dentre os homens, como primícias oferecidas à Deus e ao Cordeiro” (Apocalipse 14,4). A Igreja casa quem quer casar e ter filhos. Mas só os solteiros ou abstinentes , como Maria e José, “cuidam das coisas do Senhor e agradam ao Senhor” (1º Coríntios, 7, 32- 34). 

Porquê Jesus não teve irmão carnal.

O leitor poderá compreender como se tenham equivocado os protestantes, iludindo-se com as aparências, diante de uma má interpretação ao pé da letra.

Você vai pasmar ao ver a malícia e a precipitação dos indoutos intérpretes da Bíblia, condenados por S. Pedro em (2 Ped 3,16) que tiram da expressão “irmãos de Jesus” uma conclusão contra a virgindade perpétua do Maria Santíssima. 

Sabemos que a Escritura não somente designa com o nome de “Irmãos” aqueles que são filhos do mesmo pai ou da mesma mãe, como eram Caim e Abel, Esaú e Jacó, Tiago Maior e João Evangelista, etc.; mas também aqueles que são parentes próximos, como tios e primos. – A Escritura está cheia destes exemplos:
Abraão chama de Irmão a Ló: “Peço-te que não haja rinhas entre mim e ti, nem entre os meus pastores e os teus, porque somos irmãos (Gênesis, 13,8). Mais adiante a própria Bíblia o chama assim: “Abraão, tendo ouvido que Ló, seu irmão, ficara prisioneiro… (Gênesis 14,14). Pois bem, Ló era apenas sobrinho de Abraão, pois já antes disto se lê no Gênesis: “Tinha Abraão setenta e cinco anos, quando saiu de Harã. E ele levou consigo a Sarai, sua mulher, a Ló, filho de seu irmão , … (Gênesis 13,4 e 5).

Labão, diz a Jacó: “Acaso, porque tu és meu irmão , deves tu servir-me de graça ? (Gênesis 29,15). E no entanto Jacó era sobrinho de Labão:Isaac chamou a Jacó e o abençoou e lhe pôs pôr preceito dizendo: “Não tomes mulher da geração de Canaã; mas vai e parte para a Padã-Arã … e desposa-te com uma das filhas de Labão, irmão de tua mãe “” (Gênesis, 28,1e 2). Realmente Jacó era filho de Isaac com Rebeca (Gênesis 25, 21 a 25) e Rebeca era irmã de Labão: “Rebeca, porém, tinha um irmão chamado Labão” (Gênesis, 24,29). E, no entanto, não só como vimos acima, seu tio o chama irmão , mas também quando Jacó se encontra com Raquel, que é filha de Labão (Gênesis 29,5 e 6), diz à moça que é irmão de Labão: “E lhe manifestou que era 
irmão de seu pai, filho de Rebeca (Gênesis 29,12).

Lê-se no Levítico que Nadabe e Abiú, filhos de Arão (Levítico 10,1) são mortos por castigo, por terem oferecido um fogo estranho nos seus turíbulos. Moisés chama os primos dos que faleceram: Misael e Elisafan, filhos de Oziel, tio de arão (Levítico 10,4) “e lhes diz: ide, tirai vossos irmãos de diante do santuário e levai-os …” (Levítico 10,4).Lê-se no livro de Crônicas que Eleazar e Quis is são filhos de Mali: “filhos de Mali: Eleasar e Quis”(1 Crônicas 23,21), portanto Irmãos no verdadeiro sentido da palavra. Eleazar só teve filhas e não filhos; as filhas dele se casaram com os filhos de Quis. Espera-se que a Escritura diga: casaram-se com os filhos de Quis, que eram seus primos; mas ela diz: com os filhos de Quis, seus irmãos: “E Eleazar morreu e não teve filhos, porém filhas; e os filhos de Quis, seus irmãos , as tomaram por mulheres (1 Crônicas, 23,22).

É dentro deste costume hebreu de designar com o nome de irmãos , não só os que têm os mesmos pais, senão também os parentes próximos como tios, primos e sobrinhos, pois o hebraico não possuía palavras próprias para designar esses parentescos. Por isso o Novo Testamento fala em “irmãos de Jesus” sem que esses sejam filhos de Maria. Daí jamais ser encontrado na Bíblia outro que se diga filho de Maria, senão apenas Jesus.

Querem ter a prova nossos amigos protestantes?

Dá alguma vez o Evangelho os nomes desses “irmãos de Jesus”, para que possamos identificá-los?


Sim, dá. Sabe-se dos nomes, pelo menos de 4: Tiago, José, Judas e Simão:”Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se dele”. (Marcos, 6-3). “Não é este o filho do carpinteiro ? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos tiago, e josé, e simão e judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs?.. (Mateus, 13,55 e 56).
Pois bem, este tiago que encabeça a lista é um Apóstolo, pois diz S. Paulo na Epístola aos Gálatas: “E dos outros apóstolos não vi a nenhum, senão a tiago, irmão do SENHOR” (Gálatas, 1-19).

 

Se na opinião dos protestantes, este Tiago Apóstolo era filho de Maria, mãe de Jesus; por que então depois da morte de José, na hora da morte de Cristo, ela está sozinha, sem marido e Cristo a entrega a João Evangelista, filho de Salomé e Zebedeu, que a levou para casa?
Temos 2 Apóstolos com o nome de Tiago: Tiago Maior, e Tiago Menor. Vamos ver se algum deles era filho de José com Maria.
Tiago Maior era irmão de João Evangelista, e ambos FILHOS DE ZEBEDEU: “Da mesma sorte havia deixado atônitos a tiago e a JOÃO, filhos db Zebedeu (Lucas 10,10).

Tiago Menor, que era irmão de Judas, era filho de ALFEU. Entre os Apóstolos, que são enumerados por S. Mateus, estão: Tiago FILHO DE ZEBEDEU, e Tiago filho de ALFEU (Mateus 10,3). Que tem a ver Maria Santíssima com este Alfeu ou com este Zebedeu? Logo, este Tiago, “IRMÃO” DO SENHOR, não é seu filho. Muito simples.

Além disto, comparando-se os Evangelhos, se vê claramente que este Tiago, e este José que encabeçam a lista são PRIMOS de Jesus». Enumerando as mulheres que estavam juntamente com Maria ao pé da cruz, Mateus, Marcos e João as identificam da seguinte maneira:

Mateus 27, 56 
Maria, mãe de Tiago e de José; Maria Madalena; a mãe dos filhos de Zebedeu.

Marcos 15, 40 
Maria, mãe de Tiago Menor e de José; Maria Madalena; Salomé

João 29,25 
a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleofas; Maria Madalena

Por aí se vê que a mesma Maria que é apresentada por São João como Irmã da mãe de Jesus, é apresentada por S. Mateus e S. Marcos como “mãe de TIAGO MENOR E de José”. E é claro que não se trata de Maria Salomé, que é a mãe dos filhos de Zebedeu e, portanto, é mãe de Tiago Maior.

Tiago Menor e José são, portanto, PRIMOS de Jesus e são os primeiros que. encabeçam aquela lista: TIAGO, JOSÉ, JUDAS E SIMÃO. E de fato o Apóstolo S. Judas Tadeu era irmão de S. Tiago Menor, pois ele diz no começo de sua Epístola: “Judas, servo de Jesus Cristo e IRMÃO de Tiago (vers. 1.). Tanto o Evangelho de S. Lucas (6,16) como os Atos dos Apóstolos (1,13) para diferenciarem Judas Tadeu de Judas Iscariotes, chamam a Judas Tadeu: Judas, irmão de Tiago.

E assim cai por terra fragorosamente a alegação dos protestantes de que Maria teve outros filhos além do Divino Salvador, alegação baseada em que o Evangelho fala em “irmãos de Jesus”. Não só provamos que entre os hebreus se chamavam IRMÃOS os parentes próximos, mas também mostramos que a lista dos nomes apresentados como sendo destes IRMÃOS é logo encabeçada por dois PRIMOS, filhos da irmã da mãe de Jesus. Logo, não tem nenhum valor a alegação.

A única dificuldade, esta agora já sem importância, que pode fazer o protestante é dizer que Tiago Menor é filho de ALFEU, e sua mãe é apresentada COMO MULHER DE CLEOFAS.

Sem precisar recorrer a nenhum argumento de tradição (porque talvez os protestantes não gostem disto) temos que observar o seguinte:

1 — o texto original não diz MULHER DE CLEOFAS, mas diz simplesmente: a irmã de sua mãe, Miaria, a do Cleofas (texto grego de João 19,25); podia chamar-se Maria, a do Cleofas, pôr causa do pai ou pôr outro qualquer motivo;

2 — não repugna que a mesma Maria se tenha casado com Alfeu e dele tenha tido S. Tiago Menor, e depois se tenha casado com Cleofas e tido outros filhos ou mesmo deixado de ter. Tiago é o único que é apontado nos Evangelhos como filho deste Alfeu, pois o Alfeu, pai de S. Mateus (Marcos 11-14) já deve ser outro;

3 — não repugna que o próprio Alfeu seja o mesmo Cleofas. É muito comum nas Escrituras uma pessoa ser conhecida por 2 nomes diversos: O sogro de Moisés é chamado Raguel (Êxodo 11-18 a 21) e logo depois é chamado Jetro (Êxodo, 3,1). Gedeão, depois de ter derribado o altar de Baal é chamado também Jerubaal (Juizes, 6,32). Usias, rei de Judá, é chamado também Amazias (2 Reis, 15,32; 1 Crônicas, 3,12). E no Novo Testamento o mesmo Mateus é chamado Levi: “Viu um homem, que estava assentado no telônio, chamado Mateus (Mateus, 9,9) . “Viu a Levi, filho de Alfeu, assentado no telônio (Marcos, 11-14). O mesmo que é chamado José é chamado Barsabás (Atos, 1, 23).

Ainda hoje mesmo, entre nós, nas nossas localidades do interior principalmente, é multo comum esta duplicidade de nomes.

Seja Alfeu o mesmo Cleofas ou não seja. Isto pouco importa. 0 que é fato é que Maria de Cleofas é Irmã (parenta) de Maria, mãe. de Jesus e é ao mesmo tempo mãe de Tiago e de José, que são chamados “IRMÃOS do Senhor”. (Lúcio Navarro, Legítima Interpretação da Bíblia, Campanha de Instrução religiosa, Brasil- Portugal, Recife, 1958 n0 400, pp.590 a 592 inclusive).

Autor: Marcus Moreira Lassance Pimenta
Calvino , reformador protestante, aceita o título “Mãe de Deus”. Sustenta a perpétua virgindade de Maria, afirmando que “os irmãos de Jesus” citados em Mt 13,55 não são filhos de Maria, mas parentes do Senhor; professar o contrário, segundo Calvino, significa “ignorância”, “louca sutileza” e “abuso da S. Escritura”.

- É confirmado por São Jerônimo, tradutor da Bíblia, que a traduziu entre os hebreus, que a palavra “irmãos de Jesus” no pobre dialeto hebraico, significava “PRIMOS de Jesus”. A tradução para o grego apenas manteve a forma como os hebreus falavam, causando tremenda confusão entre os recentes evangélicos brasileiros, que nunca encontrarão na bíblia, outro que não seja Jesus, sendo chamado de “filho de Maria”.

“… há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição” (2 Ped 3,16).

Fonte: Montfort

Refutação a outro engano primário:

Outros, ignorando que os hebreus falavam em aramaico, dialeto do hebraico, pegam os termos gregos: irmão (adelphós), primo (anepsiós) e parentes (sungenes), e alegam que São Paulo sabia a diferença entre irmãos, primos e parentes, pois escreveu em suas cartas: “Saúdai-vos Aristarco, meu companheiro de prisão, e Marcos, o primo de Barnabé…” (Cl 4.10). [b[“Saudai a Herodião, meu parente” (Rm 16.11). Dizem eles que, São Paulo jamais se enganaria chamando de “irmãos carnais de Jesus”, aqueles que não o fossem. 

- Resposta: Isso nada mais é do que uma manobra. São Paulo não chama ninguém de “irmãos carnais de Jesus” . São Paulo escrevia posteriormente, já em grego, e emprega esta distinção acima, em grego, apenas aos seus contemporâneos, e escreveu assim sobre seus contemporâneos... (Cl 4.10), (Rm 16.11), como escreveríamos sobre os nossos hoje, utilizando nosso idioma, definindo os diversos graus de parentescos, coisa que não havia no hebraico idioma de Jesus. Em Romanos 16,17-18 , São Paulo manda seus “irmãos” que não são filhos de sua mãe, desviar-se dos que promovem divisões da fé, e que não servem a Cristo, mas ao próprio vente. São esses que tentam enganar os corações dos humildes, com essas manobras chulas, que acabamos de refutar.

DOCUMENTOS QUE COMPROVAM QUE, A VIRGINDADE PERPÉTUA DE MARIA É FATO RELATADO PELOS APÓSTOLOS, E NÃO QUESTÃO DOUTRINÁRIA.

S. Tiago Menor, o qual realizou o esquema da liturgia da Santa Missa, prescreve a seguinte leitura, após ler uns passos do antigo e do novo testamento, e de umas orações:"Fazemos memória de nossa Santíssima, Imaculada, e gloriosíssima Senhora Maria, Mãe de Deus e sempre Virgem".

O santo Apóstolo não se limita a isso, mas torna a sua fé mais expressiva ainda. Após a consagração e umas preces, ele faz dizer ao Celebrante: "Prestemos homenagem, principalmente, a Nossa Senhora, a Santíssima, Imaculada, abençoada acima de todas as criaturas, a gloriosíssima Mãe de Deus, sempre Virgem Maria. E os cantores respondem: É verdadeiramente digno que nós vos proclamemos bem-aventurada e em toda linha irrepreensível, Mãe de Nosso Deus, mais digna que os querubins, mais digna de glória que os serafins; a vós que destes à luz o Verbo divino, sem perder a vossa integridade perfeita, nós glorificamos como Mãe de Deus" (S. jacob in Liturgia sua).

O evangelista S. Marcos, na Liturgia que deixou às igrejas do Egito, serve-se de expressões semelhantes: "Lembremo-nos, sobretudo, da Santíssima, intemerata e bendita Senhora Nossa, a Mãe de Deus e sempre Virgem Maria".

Na Liturgia dos etíopes, de autor desconhecido, mas cuja composição data do primeiro século, encontramos diversas menções explícitas da Imaculada Conceição. Umas das suas orações começa nestes termos: “Alegrai-vos, Rainha, verdadeiramente Imaculada, alegrai-vos, glória de nossos pais”. Mais adiante, é pela intercessão da Imaculada Virgem Maria que o Sacerdote invoca a Deus em favor dos fiéis: "Pelas preces e a intercessão que faz em nosso favor Nossa Senhora, a Santa e Imaculada Virgem Maria."

Terminamos o primeiro século com as palavras de Santo André, apóstolo, expondo a doutrina cristã ao procônsul Egeu, passagem que figura nas atas do martírio do mesmo santo, e data do primeiro século: "Tendo sido o primeiro homem formado de uma terra imaculada, era necessário que o homem perfeito nascesse de uma Virgem igualmente imaculada, para que o Filho de Deus, que antes formara o homem, reparasse a vida eterna que os homens tinham perdido" (Cartas dos Padres de Acaia).

E para acabar de vez com esta mentira passo o organograma OS FILHOS DE MARIA executado pelo Oswaldo e pelo Fernando:

O Novo Testamento foi escrito em grego. Nele, muitas vezes, transparece o costume judaico de se chamar parentes colaterais (tios, primos, sobrinhos) de irmãos, embora isto nem sempre isto aconteça.

São Paulo, romano, que converteu-se após a morte de Cristo, quando escreveu suas cartas em grego, foi descrevendo os diversos graus de parentecos de seus contemporâneos parentes, diferentemente do que fazia o costume judaico no tempo de Jes

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"Ao introduzir o seu Primogênito na terra, diz: Todos os anjos de Deus o adorem (Sl 96,7).” (Hebreus 1,6)

Segundo o autor de Hebreus, Jesus Cristo foi o primogênito do Pai no qual é adorado por todos os Anjos, agora eu pergunto aos protestantes: Por acaso temos mais de um Messias adorado por todos os Anjos?58882_332962516825482_830772038_n

 

 
Fonte: https://caiafarsa.wordpress.com/jesus-teve-irmaos-carnais/
Leia-o também em: www.larcatolico.webnode/news/destruindo-o-mito-dos-irmaos-de-jesus
 
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Os irmãos de Jesus, Gl 1,19 e a Tiagomania protestante.

 

Todos nós sabemos quanto os nossos irmãos protestantes exigem a presença de uma doutrina na Sagrada Escritura. Alegam eles que devemos nos comportar como os bereanos, mencionados em At 17, 10 e11, os quais submeteram ao crivo escriturístico a pregação do próprio Paulo. Não é intento deste tópico, porém, discutir a validade dessa afirmação. Uma boa resposta para isso você encontrará aqui:
https://www.programafalandodefe.com.br/2010/analisando-texto-que-segundo-os-protestantes-provariam-a-sola-scriptura

ou aqui:
https://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=32979654&tid=5398704751064920921

Mas por que tratei desse caso para começar uma análise sobre os famigerados irmãos de Jesus?

Porque quero aqui fazer o que os nossos irmãos protestantes tanto desejam. Não vou aqui expor nada com base na Tradição. Mostrarei que adotando o próprio sistema de estudo deles, o SOMENTE A BÍBLIA, a rejeição que eles têm à virgindade perpétua de Maria não tem sustento bíblico. Antes, tal rejeição é plenamente antibíblica. Para comprovar essa antibiblicidade façamos, então, um exame, como eles dizem bereneano e constatemos. Façamos essa análise a partir da própria versão da Bíblia protestante, a Revista e corrigida, de João Ferreira de Almeida.


Ora, para refutar a doutrina protestante, que atribui uma boa quantidade de filhos a Maria, mãe de Jesus (cerca de 7, no mínimo), é só comparar Mc 6,3 com o texto que intitula este tópico, o de Gl 1,19 e com Mt 10,2-4. Ora, vê-se que um dos irmãos de Jesus, mencionados em Marcos, chama-se Tiago. No texto aí de Gálatas esse Tiago, irmão de Jesus, é descrito como apóstolo. Mas na lista apostólica feita por Mateus só constam dois Tiagos; um filho de Zebedeu, e, o outro, o filho de Alfeu. Não aparecendo nenhum Tiago como filho de Maria mãe de Jesus, obviamente o Tiago apresentado por Marcos como irmão do Senhor não é filho de Maria. Isso é questão de lógica. Logo, utilizar-se da expressão “irmãos de Jesus” para rejeitar a virgindade perpétua da santa mãe de Deus não procede.

Pretendendo, porém, escapar da dificuldade e defender a todo custo o injustificável, pois em canto algum da Sagrada Escritura se diz que Maria teve outros filhos, os nossos irmãos não hesitam em procurar argumentos mesmo que sejam esdrúxulos.

Pois bem, para atribuir mais filhos a Maria, alegam eles que o Tiago, irmão de Jesus, mencionado por Paulo em Gl 1,19, não é um dos apóstolos, ainda que o texto o diga. E vão mais longe: citam At 14,14 e Rm 16,7, textos em que Andrônico, Júnias e Barnabé recebem o título de apóstolos, embora não o sejam. Estes casos isolados são facilmente resolvidos quando olhamos a lista dos apóstolos e vemos que tais nomes não estão ali presentes... com eles querem os nossos irmãos argumentar que apóstolo em Gálatas é simbólico, para excluir Tiago, irmão de Jesus, do seu respectivo apostolado. Afirmam que há mais Tiago na Bíblia do que imaginamos nós católicos. Segundo eles, há pelo menos 4 Tiagos no NT: Tiago filho de Alfeu, o filho de Zebedeu, o filho de Judas e o irmão de Jesus. Dizem, pois, que Paulo aí apenas insinuou que Tiago era apóstolo, mas não disse que o era realmente.

O fato, no entanto, é que o Tiago aí mencionado por Paulo é literalmente apóstolo, um dos doze. Não tem nada de simbólico aí e examinando-se berenamente o NT, como o querem, encontramos APENAS 2 Tiagos, não havendo brecha para mais outro ou outros, desejando somente tirar vantagem sectária, pervertendo-se os fatos.

Pretendendo, entretanto, contornar o problema quanto a essa claríssima literalidade do termo “apóstolo” em Gálatas 1,19 sobre o irmão do Senhor, por essa desacreditada suposição de mera insinuação e por não conseguir comprovar, nem mesmo pelo contexto (o qual favorece a tese católica), onde apóstolo é apóstolo mesmo, faz-se esse “pulo do gato” para supor que não passa de mera insinuação paulina. E dessa hipótese se dogmatiza que a mãe do Senhor teve diversos filhos. É, como se vê, uma dogmatização forçada, mas na lógica protestante o que importa é atacar a Virgem Maria e a sã doutrina da Igreja Católica.

Essa corajosa fuga para alcançar At 14,14 e Rm 16,7, não deixa de estragar os planos sectários dos nossos irmãos dissidentes na visão da lógica bíblica, entretanto, toda heresia se justifica, por mais absurda que seja, quando se tem inimizade com a mulher da qual descende o Cristo, nosso único Senhor e único Salvador.

De fato, a palavra apóstolo em relação a Andrônico, Júnias e Barnabé tem servido para a negação do apostolado de Tiago, “irmão do Senhor”.

Essa insinuação de Lucas e Paulo quanto aos três servos de Cristo (Andrônico, Júnias e Barnabé) é apaziguada, pois sabemos que não houve nenhum apóstolo com esses nomes. Todavia, tal insinuação não pode ser tomada assim de qualquer jeito para não desaparecer o apostolado propriamente dito. Imagine-se mesmo que confusão não seria supor insinuação quando as Escrituras Sagradas chamam alguém de apóstolo.

Como vão os irmãos protestantes nos convencer de que o Tiago de Gl 1,19 não é apóstolo? Quanto a Andrônico, Júnias e Barnabé facilmente percebemos que de fato não são apóstolos. Basta lermos, como já dissemos a lista dos apóstolos em Mateus, Lucas e nos Atos dos apóstolos e veremos isso. Quanto a Tiago, porém, a situação se complica para a tese protestante, pois nas listas apostólicas não aparecem mais que dois Tiagos. Como poderão os caros protestantes provar que o Tiago, mencionado por Paulo, não é um dos doze daquelas listas? Ora, por que essa coincidência? Por que São Paulo chama Tiago, irmão do Senhor, de apóstolo, sabendo que há nos doze, dois Tiagos?

Não acha curiosa a coincidência? Um dos irmãos de Jesus é Tiago. Tiago, irmão de Jesus, é chamado apóstolo e nas listas apostólicas temos logo 2 Tiagos. Por força da razão, o Tiago de Gl 1,19 só pode ser um dos dois.

Considerando o caso em si mesmo, sem nenhuma paixão, vemos que é mesmo absurdo supor insinuação em qualquer lugar ou circunstância ao sabor do simples capricho. Essa noção suspeita aplicada à palavra “apóstolo” é, realmente, o beco de escape, a viga mestra do edifício antimariano, porém, tal beco vai se fechando à medida que nele se vai caminhando.

Desconhecemos como o NT, tão claro em tantas verdades, deixaria tão obscuro um caso desses em que os cristãos tanto se dividem. Ainda mais, sabendo que existe, realmente, Tiago na lista dos doze apóstolos.

Porém, essa obscuridade é uma tramoia montada pra se sustentar uma tese que não tem o menor assento na lógica divina e muito menos tem apoio nas Sagradas letras.

Com efeito, sendo preciso negar a virgindade pós-parto de Maria, teriam que aparecer outros Tiagos e negar o apostolado de Tiago, “irmão do Senhor”, supondo ser uma simples INISINUAÇAO de São Paulo. Os outros casos, porém, em que esse termo aparece continuam com seu sentido natural, conforme o caso. É que a doutrina protestante não precisa deles para combater a virgindade de Maria Santíssima, não precisa deles, então, para nada. Quanto a Tiago, “irmão do Senhor”, contudo, não é apóstolo, mesmo que o texto de gálatas o diga. E o argumento é o mesmo: Andrônico, Júnias e Barnabé não foram chamados apóstolos sem o serem?

Essa estranha semelhança (apóstolo e mera insinuação paulina) não atinge outros apóstolos, como é fácil verificar através de alguns exemplos: “Ora, o nome dos doze apóstolos são estes...” (Mt 10,2). “E perseveravam na doutrina dos apóstolos...” (At 2,42). “Então Barnabé, tomando-o consigo o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele (Paulo) vira o Senhor e lhes falara...” (At 9,27). “Congregaram-se, pois, os apóstolos e anciãos para considerar este assunto.” (At 15,6). “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia...” (1Pd 1,1).

Em todos esses casos, os próprios protestantes entendem apóstolo em sentido próprio, natural, literal, como apóstolo mesmo. Entretanto, por um simples capricho antimariano, quando trata do apostolado de Tiago, “irmão do Senhor”, este perde seu apostolado, pois ele serve ao sectarismo anticatólico. Sem o aumento dos Tiagos e sem a suposição da INSINUAÇÂO, o sentimento antimariano dos protestantes não se sustenta.

Todo o contexto do versículo 19 da carta aos Gálatas usa o termo apóstolo em sentido real. E para indicar que trata, de fato, dos doze, Paulo cita Pedro e diz: “os que foram apóstolos antes de mim”. Até aqui o sentido real do termo apóstolo é aceito até pelos próprios inimigos da Virgem Maria.

Aliás, ainda que “apóstolo” possa ser usado como mera insinuação, não se pode fazer isso em todos os casos, por mero capricho. Se “a Bíblia se explica pela própria Bíblia”, como afirma a falsa Sola Scriptura, convém examinar a palavra em suas acepções e aplicá-la no sentido real, quando o contexto o exigir.

O sentido primeiro, o real, o etimológico deve ter a sua prioridade. Isso é norma de hermenêutica bíblica. Ora, se nada impedir na ordem contextual, científica ou espiritual que se tome apóstolo no sentido real, primeiro e etimológico, quando se trata do apostolado de Tiago, irmão de Jesus, quem é qualquer ser humano para impor a sua vontade pecaminosa contra a clara evidência das sagradas letras? Teimar contra essas evidências é malhar em ferro frio.

Quanto não se aumentou o desconhecimento dos planos de Deus depois que se proliferou esse sentimento antimariano no rol protestante?

A palavra “apóstolo” está tomada em Gl 1,19 em sentido real, pois se diz expressamente “E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor.” “outro dos apóstolos” todos nós, inclusive os nossos irmãos protestantes, reconhecemos o sentido real. Logicamente, por força do contexto, o apostolado do irmão de Cristo também o é. Ainda que não queira a cegueira protestante.

Piora ainda a dificuldade da interpretação protestante o fato de na lista dos apóstolos haver na verdade Tiago e a Bíblia mesma nunca atribuir a esses chamados “irmãos de Jesus” o termo “filhos de Maria”.

O sentido primeiro de uma palavra só pode ceder o seu lugar para o sentido figurado na exegese do texto quando não for possível interpretá-lo literalmente, como se vê que Barnabé, Andrônico e Júnias não constam nas listas dos doze apóstolos. Além disso, temos que convir no seguinte: em Gl 1,19, usa-se o conectivo “senão” ou “a não ser” (EIMÉ no grego) o que comprova ser Tiago, irmão do Senhor, um dos doze.

Os protestantes, porém, querem que a palavra “apóstolo” seja figurada, mas juram que a palavra “irmão” é real. Mas por que, srs. Protestantes? Se posso tomar a palavra “apóstolo” em sentido figurado, por que não posso pensar em simbolismo também para a palavra “irmão”?

Dois pesos e duas medidas!

Se “apóstolo” pode estar em sentido figurado, é lógico que “irmão” também. Ainda mais: a Bíblia diz claramente que há Tiago na lista apostólica, entretanto, nunca disse que Maria teve outro filho, senão a Jesus.

Por usar o “senão”, vale ressaltar que o conectivo INCLUI Jesus na filiação de Maria, isto é, ao usar o “senão”, estou dizendo que Jesus é sim, filho de Maria. A inclusão feita por esse conectivo é tão lógica que não deixa dúvida alguma.

Quando em Gálatas, Paulo fala nos doze que eram apóstolos antes dele, cita Pedro (o qual foi um dos doze) e finaliza dizendo: “E não vi a nenhum outro dos apóstolos”, é lógico que esperamos que ele fale agora de um dos outros onze. Será que para cego voluntário não há sol que resplandeça? Não dar para ver a clareza da coisa?

Alguns explicadores protestantes interpretam a palavra grega EI MÉ, nesse texto, como “porém”, não como “senão”. Mas o fato é que inclusive as versões deles traduzem essa palavra por “senão”, e não por “porém”. Isso já basta para mostrar o inconveniente da objeção. Além disso, o contexto não suporta o sentido de “porém”, pois o versículo diz “E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago...”. Isso claramente quer dizer que Paulo viu dois apóstolos: Pedro e Tiago, irmão do Senhor. Pessoas que não eram apóstolos, Paulo viu várias, não só foi Tiago. Logo, o “porém” não faria sentido aqui. Dizendo, portanto, que dos outros apóstolos, exceto Pedro, não viu nenhum, senão a Tiago, obviamente aqui Tiago é apóstolo.

Não há como escapar. Contra fatos não há argumentos. A apostolicidade de Tiago, irmão do Senhor, ressalta da própria construção gramatical de Gálatas capítulo primeiro. De fato, todas as vezes que o conectivo “senão” aparece, só poderá ter a função de incluir o termo posterior no anterior.

É fácil demonstrar isso:

Em Mt 11,27 diz Jesus: “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho...”. O conectivo “senão” deixa claro que Jesus conhece o Pai e vice-versa.

Em João 3,13, diz Jesus: “Ninguém subiu ao céu, senão aquele que desceu do céu (Jesus).” Evidentemente o texto está dizendo que Jesus subiu ao céu.

No Apocalipse, é dito: “Há em sua cabeça (de Cristo) muitos diademas, e traz escrito um nome que ninguém conhece, senão ele.” (Apc 19,12). E todos nós entendemos, inclusive os caros protestantes, que Cristo conhece esse nome.

E assim por diante (Cf. 1Cor 2,11; 6,13; 7,5; 12,3, 14,33; 2Cor 1,13).

Se substituirmos o “senão” pelo conectivo correspondente “a não ser”, a inclusão continua. Confira: Em Gálatas mesmo vemos: “Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.” (6,14. E entendemos, inclusive os protestantes, que Paulo está dizendo aí que se gloria na cruz de Jesus.

Em Apocalipse 14,3 diz: “Ninguém podia aprender aquele cântico, a não aqueles cento e quarenta e quatro mil que foram resgatados da terra.” Novamente aqui se diz claramente que os cento e quarenta e quatro mil podiam aprender aquele cântico.

Em todos esses trechos vemos que o “senão” ou o seu equivalente “a não ser” inclui o elemento seguinte no anterior.

Querer excluir Tiago, irmão de Jesus, do seu respectivo apostolado é querer, portanto, tapar o sol com a peneira. Não dá. É absurdo. O “senão” é muito forte, não dá margem para dúvidas. O Tiago, irmão do Senhor, está incluso no apostolado mencionado imediatamente antes. E o pior: “nenhum outro dos apóstolos”; outro dos apóstolos quem? Dos outros onze, claro! Fora Pedro, já citado.

Na realidade, o Tiago, irmão do Senhor, mencionado por Paulo na carta aos Gálatas é Tiago menor, o filho de Alfeu e um dos doze. O livro protestante “A Bíblia explicada”, escrito pelo pastor S.E. Mcnair.e publicado pela CPAD (Casa publicadora das Assembleias de Deus), comentando a carta de São Tiago, na p.477, no-lo confirma: “Tiago (Mt 4,21) chamado ‘o justo’, mencionado por Paulo, junto com Cefas e João, como ’coluna da Igreja em Jerusalém’ (Gl 2,9). Era filho de Alfeu, e PRIMO (OU SEGUNDO O USO ENTRE OS JUDEUS, ‘IRMÃO’) do Senhor Jesus.” O grifo é meu.

Quanto ao Tiago, filho de Judas, os protestantes não podem se basear nessa hipótese para fundamentar sua oposição ao dogma mariano da virgindade perpétua. Com efeito, não há unanimidade nessa aceitação de que exista esse Tiago. Aliás, a maioria esmagadora dos estudiosos da Bíblia concordam que esse Tiago (mencionado em Lc 6,16 e At 1,13) é o filho de Alfeu e IRMÃO de Judas, não seu filho. De fato, a maioria das versões bíblicas trazem a palavra IRMÃO em Lc 6,16 e em At 1,13, não filho. É óbvio que essa Tiagomania dos protestantes visa somente o aumento da Tiagada para negar ser Tiago, irmão de Jesus, filho de outros pais, que não José e Maria. Desconhecem os protestantes que no original de Lc 6,16 e de At 1,13 se diz apenas “Judas de Tiago”. A palavra “filho”, acrescentada pela versão protestante, não consta, portanto, no original. Que esse Judas de At 1,13 seja, realmente, irmão de Tiago, e não seu pai, embora o original diga apenas “Judas de Tiago”, basta consultarmos a carta de Judas 1. E para pôr fim a toda essa Tiagada protestante tome como base qualquer versão “Revista e corrigida”, versão protestante, e veremos que em At 1,13 se diz apenas “Judas, de Tiago”. E o pior: antes do nome de Judas há o número 24 pequeno, que nos leva para o rodapé, onde a passagem nos transporta para Judas 1 (em que claramente Judas é chamado “IRMÃO de Tiago”, não filho). Embora essa versão protestante chame “Judas, filho de Tiago”, em Lc 6,16, claramente no rodapé diz “ou irmão”, convencendo-nos de que essa Tiagomania é pura invenção para forçar a filharada de Maria

Vê-se assim que a Tiagada que os protestantes querem criar não se justifica pela Sagrada Escritura. Ao contrário, o texto de Gálatas identifica claramente o Tiago menor, filho de Alfeu, com o Tiago, irmão de Jesus. Assim, tendo Tiago, irmão de Jesus, outro pai que não o de Jesus, logicamente ele não é filho de Maria. E se Tiago, um dos que encabeça a fileira dos irmãos dele, não é filho de Nossa Senhora, é evidente que os outros irmãos também não o são.

Mas, como Tiago, irmão de Jesus, pode ser apóstolo, se São João (7,4) diz que os irmãos de Jesus eram descrentes? Essa é outra objeção que não procede, pois o evangelista faz aí a classificação pela maioria. É comum fazermos isso. Dizemos, por exemplo, que os brasileiros são católicos e os ingleses protestantes, sem que pretendamos negar a existência de protestantes no Brasil nem de católicos na Inglaterra. São João não diz que todos os seus irmãos são descrentes. São tantos os irmãos de Jesus, que poucas exceções não fariam diferença. Que há irmão de Jesus crente Tiago e Judas, apóstolos, são bons exemplos.

E por que Paulo distingue Tiago dos apóstolos em 1Cor 9,4? É certo que Tiago é apóstolo em Gl 1,19. Sendo apóstolo no trecho de Gálatas, não o é em 1Cor 9,4? Lógico que é. O mesmo trecho que distingue os irmãos de Jesus dos apóstolos, também distingue Pedro, e nem por isso, está ele excluído da lista apostólica. O critério usado por Paulo para essa distinção é obviamente a preeminência de Pedro e dos irmãos de Jesus entre os apóstolos. Em outras palavras, Pedro e os irmãos de Jesus aparecem distintos dos outros apóstolos por causa da dignidade que ocupavam como apóstolos. Somente isso. 

Portanto, o fato de eles estarem distintos dos apóstolos não nega o apostolado de Tiago. Ora, em 1Cor 15,5-7 novamente Pedro é distinto dos apóstolos, e precisamente no versículo 7, Tiago também o é, mas nem por isso os próprios inimigos da Igreja deixam de reconhecer que esse versículo trata de Tiago menor, o filho de Alfeu.
A distinção que também é feita em Mt 12,46-50 e At 1,13.14 entra no mesmo caso.
LOGO, NINGUÉM PODE PROVAR, A PARTIR DA EXPRESSÃO “IRMÃOS DE JESUS”, QUE MARIA TEVE OUTROS FILHOS. E VIMOS TAMBÉMQUE USANDO SOMENTE A BÍBLIA, AINDA ASSIM A OPOSIÇÃO PROTESTANTE À VIRGINDADE DA MÃE DE DEUS NÃO SE

JUSTIFICA.

Professor Evaldo Gomes

 Fonte:https://www.programafalandodefe.com.br/

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